Kimbra fala com exclusividade ao TMDQA!
Agradecimentos: Warner Music Brasil, pela oportunidade, e Nathália Pandeló, pela transcrição do áudio.
Quando “Somebody That I Used to Know” estourou, muita gente se perguntou quem era aquela cantora que aparecia no finzinho da música e roubava a cena. Era Kimbra, uma neozelandesa de 23 anos que pode roubar a cena ao se apresentar no Palco Sunset do Rock in Rio, no próximo domingo, junto do Olodum.
Kimbra lançou em 2011 o elogiado disco Vows com ótimas canções pop , construidas com uma percussividade vocal impressionante.
Conversamos com a simpática por telefone sobre o show no Brasil, novo disco e sobre o hit de Gotye.
Se ânimo garantir bom show, temos certeza que a apresentação dela será memorável só pelo o que ela demonstrou pra gente.
TMDQA – Você vai tocar com o Olodum no Rock in Rio. Você já conhecia o grupo? Como estão entrando em contato e se conhecendo?
Kimbra – Nós vamos nos encontrar pela primeira vez no Rio, e vou fazer alguns ensaios com eles, então vai ser muito excitante começar a ensaiar as faixas e ter a sensação de como vai soar. Eu já conheço o trabalho deles, por meio do Michael Jackson, claro, e estou muito animada para vê-los e descobrir como vão agregar ao som ao vivo. Vai ter bastante groove e ser mais percussivo do que no disco, então acho que as pessoas podem esperar um repertório bastante explosivo.
TMDQA – Parece que você gosta de recriar suas músicas ao vivo. Há uma motivação especial para isso?
Kimbra – Acho que sim. Fizemos uma turnê extensa nos últimos dois anos, e não quero chegar a um estágio em que fique cansada ou de saco cheio ou forçada. Quero sempre manter a sensação de algo novo e excitante. Por isso eu e a banda mudamos tanto, porque acreditamos em uma música dinâmica e em experimentar. Gostamos de mudar os arranjos às vezes, mas também de manter a essência da música, para que as pessoas as reconheçam (risos). Ao vivo, queremos trazer mais vida para as canções, claro, também acoplando a eletrônica com a vocal como parte dos shows. Isso mantém a diversão para nós, mas acho que também é divertido para os fãs, que sentem que estão presenciando uma performance exclusiva, sabe?
TMDQA – “Somebody that I used to know” fez muito sucesso e levou muitas pessoas a conhecerem seu trabalho. Apesar de ter sua própria carreira, você teme ser conhecida como “a garota daquele clipe do Gotye”?
Kimbra – (Risos) É engraçado! Foi uma experiência divertida fazer parte daquela canção, mas sinto que os fãs acolheram o meu disco tão bem e ficam tão animados com meus shows, que obviamente não incluem “Somebody that I used to know” e nem Gotye. Tem sido muito divertido viajar pelo mundo e ver as pessoas tão animadas com o álbum e, claro, foi uma forma de as pessoas descobrirem a minha música, mas elas têm sido muito receptivas com o esse mundo que quero criar. Então me sinto sortuda por ter tido a chance de compartilhar minhas próprias coisas com o mundo e ver pessoas interessadas nelas. Nem todos têm essa chance, de estar em um palco de projeção mundial, então sou muito grata por essa experiência e por poder levá-la adiante e fazer as pessoas pensarem a música pop de uma forma diferente, que é o que eu busco com o meu próprio trabalho.
TMDQA – A produção de “Vows” levou três anos, certo? O resultado dá a impressão de ser um trabalho bastante amadurecido para um álbum de estreia. Era esse o objetivo inicial?
Sim, levou muito tempo. Eu tinha 17 anos quando comecei a fazer aquele disco e gravei durante bastante tempo, com três produtores. Para ser sincera, não acho que quero fazer outro disco dessa forma, porque quero manter as coisas um pouco mais espontâneas e frescas. Estou quase terminando um novo álbum, estou trabalhando nele o ano todo e quero lançar no ano que vem. Acho que é natural investir mais tempo em um disco de estreia, por ser o primeiro, mas para mim foi tempo demais (risos) e estou animada para lançar um novo trabalho e mais rápido. Acredito que soe maduro porque trabalhei no disco por um longo período de tempo. Cresci bastante dos 17 aos 22, então é uma parte grande da vida. Então sim, obrigada (risos).
TMDQA – O que podemos esperar do próximo disco? O que já está definido?
A maioria das músicas estão prontas. Escrevi muitas para esse disco e trabalhei com alguns dos músicos que mais admiro, que vão de Queens of the Stone Age e The Dillinger Scape Plan ao R&B, como Raphael Saadiq. Pude trabalhar com pessoas incríveis e fiz bastante da minha própria produção. Agora estou trabalhando com um produtor chamado Rich Costey, que fez discos com Muse e Interpol. Então, vai ser diferente, mas também vai ter coisas que fazem parte do “Vows”, como os trabalhos vocais. Diria que é bem mais alegre, e estamos focando muito mais nas pessoas que estão tocando no disco. Vamos explorar um lado mais agressivo do que eu gosto de fazer, o que é animador.
TMDQA – Obrigado pela entrevista e vamos ficar aguardando um show solo no Brasil.
Ah sim, podem aguardar novas músicas e outro show em breve, com certeza.