Resenha: Iron Maiden em São Paulo

Veja como foi o show em São Paulo e prepare-se para o Rock In Rio.

iron-maiden-sao-paulo-heitor-feitosa

Resenha por Tico Scatena

Foto por Heitor Fertosa (VEJA.com)

Como é comum lotar os lugares por onde passa, a noite de sexta-feira com o Iron Maiden em São Paulo não foi diferente. Tendo uma Arena Anhembi lotada por fãs cabeludos, pessoas de mais idade e até jovens que eram colocados nos ombros de seus pais, o que mais reinava com certeza eram as camisetas pretas do grupo britânico.

A banda entrou no palco por volta das 21 horas, sem grandes complicações, tirando a exceção de que o som estava baixo do meio da pista para trás, o que trouxe um certo incômodo aos fãs que toda hora gritavam “Aumenta o som!”

Mas foi logo nos primeiros riffs de “Moonchild” e nas primeiras frases executadas por Bruce Dickinson que o público se entregou. “Can Play With Madness”, que veio na sequência, provou que a Donzela de Ferro não está de brincadeira em suas apresentações, fazendo com que todos tirassem os pés do chão e cantassem juntos.

Para os fãs, um show de Iron Maiden pode ser considerado um karaokê ao vivo, pois suas músicas são cantadas do início ao fim, sem aquela firula de se empolgar apenas nos refrões. E foi clássico seguido de clássico. “The Prisoner”, “2 Minutes to Midnight”, “The Trooper” e “The Number of The Beast” foram tocadas com exatidão, mostrando que os guitarristas Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers possuem uma sintonia sem igual no mundo do metal. Dava para ver a alegria na multidão quando os três ficavam lado a lado em algumas faixas.

Uma figura à parte é o baixista Steve Harris, que com sua clássica bermuda preta e camiseta, faz com que os fãs apaixonados continuem gostando cada vez mais da apresentação. O palco ficava pequeno para a banda, que não parava de correr durante toda sua extensão, e principalmente quando o mascote, Ed, aparecia, primeiramente, vestido de soldado inglês na faixa “The Trooper”.

Entre uma faixa e outra, Bruce puxava conversa com o público, sempre agradecendo e falando que amava o Brasil, a cidade de São Paulo, que os fãs daqui são os melhores, chegando a fazer um trocadilho com Rock in Rio e Rock in São Paulo.

Já durante o enredo de “Seventh Son of a Seventh Son”, Ed emergiu atrás da bateria de Nicko, dando um ar sombrio à faixa, que foi executada com exatidão por Bruce e seus colegas. Clássicos como “Fear of the Dark”, “Run to the Hills”, Wasted Years” e “Iron Maiden” também apareceram no set list, visto que, a turnê Maiden England tem como base as músicas da década de 80.

Bruce não parece um senhor de 55 anos, pois continua com o vigor dos 30, correndo e escalando o palco como sempre fez. A energia do grupo é impagável. Vale a pena ver ao vivo a apresentação do Iron Maiden como se fosse a primeira. Up The Irons! O grupo ainda fecha o último dia de Rock in Rio, neste domingo.

A noite ainda teve participação dos Suecos do Ghost, que fazem um show bastante sombrio, mostrando ao público da capital paulista todo o seu peso. Mas foi mesmo com o Slayer que as coisas começaram a esquentar, principalmente com a bela homenagem que o grupo fez a Jeff Hanneman, que faleceu em maio deste ano, com fotos e vídeos do guitarrista em diversos shows, estúdios e arquivos pessoais.

Uma noite de metal, mostrando que os grandes nomes de peso ainda estão vivos e conseguem atrair uma enorme quantidade de fãs aos seus shows.

Setlist do Iron Maiden Em São Paulo

Fonte: Setlist.fm

 

  1. Doctor Doctor (UFO)
  2. Moonchild
  3. Can I Play with Madness
  4. The Prisoner
  5. 2 Minutes to Midnight
  6. Afraid to Shoot Strangers
  7. The Trooper
  8. The Number of the Beast
  9. Phantom of the Opera
  10. Run to the Hills
  11. Wasted Years
  12. Seventh Son of a Seventh Son
  13. The Clairvoyant
  14. Fear of the Dark
  15. Iron Maiden
    Encore:
  16. Churchill’s Speech
  17. Aces High
  18. The Evil That Men Do
  19. Running Free
  20. Always Look on the Bright Side of Life (Monty Python)