Um dos guitarristas mais criativos do cenário nacional é nosso convidado de hoje para nossa amada coluna Meus discos, Meus Amigos. Estamos falando de Lúcio Maia, responsável por emplacar diversos riffs com o Chico Science & Nação Zumbi, Nação Zumbi, Maquinado, Almaz e seu recente projeto Zulumbi dentre diversas outras participações deste guitarrista que é um verdadeiro DJ dos pedais de efeito.
Na entrevista, o guitarrista e colecionador de vinil falou sobre seus discos favoritos, o marco da volta do vinil, raridades de sua coleção , além de falar um pouquinho de seus projetos. Confira!
TMDQA!: Qual foi o seu primeiro disco de vinil ? Tem alguma história bacana por trás desta aquisição?
Lúcio: The Fevers Disco Club, de 1979. Eu tinha oito anos de idade e acompanhava minha mãe quando ia fazer as compras no supermercado. Nessa época, toda loja de departamento ou mercado que se prezasse tinha uma sessão de discos. Ela sempre foi uma grande entusiasta da música e tinha coleções completas de Roberto Carlos, Luiz Gonzaga, Bee Gees, Queen entre outros. Um dia pediu para eu escolher um para mim e o Fevers foi o escolhido. Ouvi muito.
TMDQA!: Quais são os discos que você mais se orgulha de ter de sua coleção? Foi difícil encontrá-los?
Lúcio: Olha, os meus. Quando estou procurando algum disco que quero ouvir e encontro algum disco que fiz, como os da Chico Science & Nação Zumbi, Nação Zumbi, Almaz dá o maior orgulho. Porém, há alguns que ralei bastante para conseguir, como os box sets do Fela Kuti que são seis vinis em cada caixa e são quatro caixas a coleção completa. Consegui em Londres no começo de uma das tours que fiz na Europa e tive que carregá-los até a volta, semanas depois.
TMDQA!: Os discos de vinil realmente voltaram com força total, afrontando a geração MP3. O que você acha desse crescimento de adeptos ? Você ouve mais o vinil do que outras mídias?
Lúcio: Eu ouço mais mp3 por causa da praticidade, porque ouço música o tempo todo e não dá pra ouvir vinil enquanto corro, por exemplo. Um disco de vinil hoje vale pelo menos três vezes o valor de um CD. Se tornou artigo de luxo. O nosso primeiro disco, Da Lama ao Caos, foi lançado exatamente na época da implantação do CD no Brasil e foi fabricado nas duas versões, vinil e CD. O vinil dessa época custa em torno de R$600,00 e o CD não é encontrado e não tem valor algum. Acho que o interesse pelo vinil voltou porque o CD não pode ser considerado como artigo para se colecionar, tendo em vista que sua mídia tem prazo de validade. Já perdi muitos CDs.
TMDQA!: Um marco nacional para a retomada do vinil foi a reativação da Polysom, onde o Da Lama ao Caos ganhou uma reedição especial em vinil. Conte-nos um pouco como foi poder fazer parte desta passagem. Você tem o disco?
Lúcio: Tenho as duas versões, a de 1994 e a de 2010. Acho que temos um pouco de participação nesse retorno, pois os nossos discos em vinil são caros e criaram demanda para a refabricação. Fico feliz com isso.
TMDQA!: Qual foi o seu derradeiro disco comprado?
Lúcio: Little Beaver – Party Down, e Muddy Waters – They Call Me Mud Waters.
TMDQA!: Você poderia citar as 5 capas de discos mais legais na sua opinião?
Lúcio: Jimi Hendrix – Axis: Bold as Love; Mandrill – Mandrill; Nação Zumbi – Fome de Tudo; Tropicália – Tropicália; Jorge Ben – Tábua das Esmeraldas.
TMDQA!: Fugindo um pouco do assunto, conte um pouco pra gente como está a sua agenda com o Zulumbi, Maquinado e sua expectativa para tocar no Lollapalooza com a Nação Zumbi!
Lúcio: Um desafio. Estou tentando conviver com tudo isso sem precisar tomar todo dia uma ou duas gramas de Alprazolam.
Maquinado toca em Recife dia 28 de Novembro no UkPub
TMDQA!: E a famosa pergunta que não pode faltar. Você tem mais discos que amigos?
Lúcio: Tenho mais discos, óbvio.
Maquinado SP2011 from Trivela Collective on Vimeo.