Lucas Castello Branco foi criador e vocalista de uma das bandas mais queridas e elogiadas da cena carioca, R.Sigma, que encerrou suas atividades em 2012. Desde então, o músico passou a focar em um novo ciclo e, no dia 29 de Setembro deste ano, apresentou seu primeiro trabalho solo.
Serviço, conforme foi intitulada a obra, é um álbum harmonioso e cativante, no qual transparece a pureza e a honestidade do artista de 26 anos através do que ele sente, toca, canta, reflete sobre, ama e expressa espiritualmente em suas canções. É um disco repleto de entendimentos e sem conflito mental com o óbvio, como o próprio define: Esse disco tem tanto de mim quanto as partes do meu corpo, e assim como uma verdade não é pra ser verdade e sim para ser entendida, ele vem cheio de verdades que não são verdades, são entendimentos, meus e de todos os que fizeram parte desse processo.
Sem preconceitos e pretensões em relação à sonoridade de seu novo trabalho, Castello Branco deixou-se levar pela emoção e criou belíssimas melodias, que passeiam entre o regional e o lírico, cujo resultado, no mínimo, eleva e adoça a alma e o coração: Nunca ignorei som nenhum, ainda mais quando sinto que há uma honestidade naquilo. […] Mais uma vez não me interessa que som eu faço, com os dedos eu faço um, se me der um elástico eu posso te fazer mais dois, a questão é que tudo isso serviu ao todo e o todo fez exatamente o seu papel; ser o todo. Nós somos o aqui, nós somos o agora.
Em Serviço, Castello Branco mostra que passou por um amadurecimento artístico e pessoal, e compartilha valores que aprendeu durante sua temporada no monastério ecumênico, onde foi criado: Serviço. Essa foi a palavra que mais ouvi na minha infância. Ter sido criado em um monastério não fez de mim um monge, nem me deixou mais próximo de Deus do que você, porém, me trouxe o real significado de fé e o discernimento do que podemos buscar com isso. Quando fiz 4 anos, me batizei “Niska”, que vem de “Niskalkat”, um dos livros de José Trigueirinho Netto sobre os tempos de emergência. Lá, a gente vai mudando de nome de acordo com a mudança de ciclo, pra que o novo nos traga boas novas e o velho “eu” se desfaça. […] Aprendi com muito dos colaboradores que, entre um serviço e outro, foram me ensinando os “porquês” do braço e das notas, assim eu aprendi violão. Mas não que isso seja importante porque o que eu aprendi lá foi e é muito mais presente na minha vida hoje do que o meu violão. Pensamento controlado, concentrado em realizar o positivo, sem conflito mental com o óbvio. Amar. Intuir.
Produzido e arranjado pelo próprio artista em parceria com Tô, Diogo Strausz (ex-membros do R. Sigma) e Lôu Caldeira, o álbum foi gravado por Pedro Garcia no estúdio Cantos do Trilho (no Rio de Janeiro), mixado por Strausz e masterizado por Sean Mafucci. Além de contar com Patrick Laplan no baixo e na bateria, o disco ainda traz participações especiais de Gabriel Ventura na guitarra de “KDQ“; Tadeu Campany nas percussões; Ledjane, Nini Cartaxo, Charlotte Cochrane, Amanda Mograbi e Julia Pinho Sartori nos vocais de apoio e Alice Caymmi, Ana Lomelino e Maria Eduarda nos vocais adicionais de “Palavra Divina, Quietude Extraordinária e Minhas Mães“,”Necessidade” e “Céu da Boca“, respectivamente.
Permita-se ter sua alma abraçada e baixe aqui o álbum completo, disponibilizado também para audição logo abaixo.