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Resenha: 19º Goiânia Noise Festival

Confira como foi a maratona de shows que reuniu 49 bandas nacionais em Goiânia.

Resenha: 19º Goiânia Noise Festival

SEGUNDO DIA – GOIÂNIA NOISE (7/12/13)


Textos por William Galvão / Fotos por Renato Reis

O segundo dia do Goiânia Noise no martim Cererê começou mais cedo, e, apesar de ter chovido, não impediu o público de comparecer. O sábado contou com 19 shows, das 16h às 3h, uma verdadeira maratona.

A principal atração da noite foi o Mixhell, projeto de música eletrônica do ex-baterista da maior banda de metal brasileiro, o Sepultura, Igor Cavalera, com sua esposa Laima Leyton, além do baixista Max Blum.

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Cavalera já foi taxado pelos fãs (ou ex-fãs?) com traidor do movimento, mas, segundo ele, isso chega a ser divertido. A apresentação do trio paulista no Noise foi a primeira que eles fizeram no Brasil em tempos, como disse Laima. O show teve sua carga de curiosidade, principalmente para os fãs de metal, já que a sonoridade dessa música eletrônica tem uma cara de metal incontestavelmente, o que é acentuado, claro, pelos instrumentos mais orgânicos, a bateria de Igor e o baixo de Max.

A casa estava lotada, e cheia de curiosidade, na verdade. As pessoas não dançavam efetivamente, ou por não conhecerem ainda as músicas ou por estarem ali simplesmente pra ver dar uma bisbilhotada. Em alguns momentos a vocalista chamava o público para dançar – “essa é pra dançar, hein”, dizia, mas não obtinha muito retorno. Fora uns poucos malucos dançando desengonçadamente, claro.

A canção mais interessante de todo o show foi “The Way”, onde é possível ver um pouco de LCD Soundsystem. Não há como não citar também um cover de Pixies feito pela banda, não muito agradável. De maneira geral, o som é bem produzido, mas talvez não tenha sido tocado para o público certo. O grupo acaba de lançar o primeiro disco Spaces, pelo selo alemão Boynoise.

O começo dos shows de sábado (7) ficou marcado por gente a fim de conhecer novos sons. Para os fãs de reggae e dub talvez a 2 Dub, de Brasília, não tenha estendido a mão. Os caras fizeram covers de Black Sabbath e Nirvana em versão dub, usando samples das músicas e tudo o mais. A intenção deles era agradar o público já que era um “festival de rock”, com disse o vocalista Riti. Já os fãs de punk rock, que não estavam em maioria no segundo dia, ficaram agradecidos aos anarco punks do ABC paulista da banda Ação Direta. Os caras têm mais de 20 anos de carreira e fizeram um show realmente maduro para o estilo.

No outro palco, o Monstro, Zander realizou uma apresentação digna para os alucinados fãs de hardcore melódico. Com muitas garotas na plateia, a maioria das músicas do cara foram cantadas decoradamente. Destaques para as já ‘clássicas’ de seu repertório “Pólvora”, “Em Construção” e para a nova “Me Ensina”, gravada com o Dead Fish.

O rock gaúcho do Walverdes entrou em cena na sequência no Palco Harmonia. Liderado por Mini, os caras tocaram seus sucessos e mostraram o que uma banda experiente e madura sabe fazer no palco. Um dos melhores shows da noite de uma das melhores bandas de Porto Alegre e, por que não, do Brasil.

Outra banda veterana do rock goiano independente, o Mechanics fez uma das apresentações mais aclamadas do segundo dia. Com um vocalista cheio de carisma, apesar de “odiar todos vocês da plateia”, como ele mesmo brincou, os caras tem peso e parecem bastante empolgados com o que fazem.

Os estreantes do Darshan, banda de Brasília que acaba de lançar o primeiro álbum, chegaram no palco e fizeram seu show meio grunge, meio progressivo, meio metal, meio indefinido. Ora estão lá, ora cá. Os garotos aproveitaram o festival para lançar o disco, pela Monstro.

Quem também fez show de lançamento de disco no festival foi Marcelo Gross, conhecido por tocar guitarra no Cachorro Grande. O músico gaúcho mostrou mais seu lado compositor e apresentou 10 das 12 faixas de seu primeiro trabalho solo. “Trilhos” abriu a apresentação, canção com uma pegada que ainda lembra um pouco o som do Cachorro Grande.

O trio de Gross inclui o baixista Fernando Papassoni, ex-Detetives, e o baterista Clayton Martin, do Cidadão Instigado. A apresentação, além do trabalho autoral de Marcelo Gross, trouxe à tona suas influências mais psicodélicas do rock setentista. Exemplo disso foi a música “A Hora de Rolar”, com um quê de Pink Floyd. Menção honrosa para a já conhecida do público “Eu Aqui e Você Nem Aí” e para a música que encerrou o show “Nessa Trip”, com um riff prolongado de guitarra impecável.

O maior problema da apresentação foi a “falta de público”, que conforme ia avançando o horário, ia se deslocando para o palco do Mixhell, o que foi uma grande pena.

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