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Resenha: 19º Goiânia Noise Festival

Confira como foi a maratona de shows que reuniu 49 bandas nacionais em Goiânia.

Resenha: 19º Goiânia Noise Festival

TERCEIRO DIA – GOIÂNIA NOISE (8/12/13)

Resenha: 19º Goiânia Noise Festival
Textos por William Galvão / Fotos por Renato Reis

O terceiro e último dia do Goiânia Noise Festival fechou a programação 2013 com muito peso e brutalidade pelos caras do Krisiun. O domingo estava quente, como Goiânia costuma ser, mas à noite choveu bastante, o que acabou impedindo algumas pessoas de conseguir se locomover de um palco ao outro. Muito comum foi ver integrantes de bandas prestigiando seus colegas, assistindo uns aos shows dos outros.

Uma das melhores apresentações do dia foram os brasilienses da Rios Voadores, uma banda que de cara nos remete aos bons tempos dos Mutantes, com a Rita Lee no vocal. A banda entrou no palco apertado, por conta da enorme bateria do Krisiun, mas conseguiu dançar a valer e fez bonito.

Com uma vocalista vestida de noiva em desconstrução, já que até o final do show ela estaria descabelada e com a maquiagem borrada, e um tecladista vestido de padre, o show ganhou ares teatrais e foi a melhor performance, no sentido de presença de palco. As caretas e bocas da vocalista Gaivota Naves supunham prazer de estar ali.

A Rios Voadores faz uma mistura bastante interessante de blues e rock and roll com o tropicalismo, o que fica acentuado com os vocais onomatopeicos de Gaivota. Pra quem não conhece vale conferir músicas como “Brasil de Ponta Cabeça” e “Calejado”. A banda pretende lançar o primeiro álbum em Janeiro de 2014.

O Palco Monstro recebeu na sequência o trio da Overfuzz, banda goiana como a maioria das que tocaram no último dia. A banda é bem afiada, tem um pouco de stoner rock, grunge e presença de palco marcada. Os caras são conhecidos na cidade e a galera manda ver cantando todas as músicas.

Resenha: 19º Goiânia Noise Festival

Bastante divertidos, Johnny Suxxx and The Fucking Boys fazem um glam/hard/punk rock bastante safado e cheio e digno do chavão “sexo, drogas e rock and roll”. A banda tem um quê de Iggy Pop and The Stooges, e não só na semelhança do nome.

“Vou sambar na bateria do Krisiun”, brincou o vocalista da banda. “Tá tomando todo o espaço da gente dançar”. A banda leva o público muito bem e é boa na interação do grupo. Enquanto a banda tocava “Dancing Horse”, imagens do clipe de “Monday Morning” passavam no telão atrás. O vídeo, cheio de putaria, coelhinhas se beijando, curtição e bebedeira, roubou a cena em alguns momentos. Um show divertido!

Resenha: 19º Goiânia Noise Festival

O Galinha Preta faz bastante sucesso na cena independente de Goiânia. A galera sabe de cor todas as músicas, comparece nos shows e faz a banda continuar em frente. O vocalista, bastante carismático, faz a plateia se jogar, fazer roda e bater cabeça com facilidade.

As músicas são cheias de protestos fáceis, com temas como o mensalão, a burocracia e as instituições no geral. Músicas engraçadas como “Roubaro Meu Rim” fizeram parte do set.

Do outro lado do Martim Cererê, Besouro do Rabo Branco, uma espécie de ode ao rock cafona, tocava para pouquíssima gente. Quando começaram as primeiras notas de “Meu Sangue Ferve Por Você”, do Sidnei Magal, já no final do show, o público voltava ao Palco Monstro pra ver as metaleiras da Girlie Hell. As garotas mandam muito bem e têm um entrosamento bastante interessante. “Quero mandar um vai tomar no cú pra quem roubou os pedais da minha guitarrista”, berrou a vocalista sobre o ocorrido. Ainda assim, o show não decepcionou.

O ex-líder do Rumbora e de várias outras bandas, Alf, agora em carreira solo, também não teve sorte com relação ao público. Talvez esse tenha sido o carma de quem abriu para banda maiores. O músico tocou “O Sol Saiu”, música de seu novo trabalho, e aproveitou para resgatar antigos hits do Rumbora como “Skaô” e “Chapirous”.

Resenha: 19º Goiânia Noise Festival

Última atração e a mais esperada da noite, o Krisiun ficou responsável pelo encerramento do 19º Goiânia Noise Festival. E o fez muito bem, diga-se de passagem. O metal extremo dos caras fez o Palco Monstro lotar. A bateção foi grande, assim como a distorção das notas. O show deixa um zumbido no ouvido até momentos depois da apresentação. Uma das maiores e melhores bandas brasileiras do segmento, com toda a certeza.

Os caras abriram o show com “Ominous”, matadora e brutal, um verdadeiro massacre. Uma sequência ensurdecedora com “Ravager”, “The Will To Potency”, “Combustion Inferno” e “Vicious Wrath”. A banda tocou apenas duas músicas de The Great Execution, o álbum mais recente, de 2011. Foram elas “The Will To Potency” e “Descending Abomination”. No total foram 14 músicas, sendo uma delas “No Class”, cover de Motörhead.

 

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