Entrevista Exclusiva: Marcelo Gross

Músico falou com o <strong>TMDQA!</strong> durante o <strong>Goiânia Noise</strong>, festival em que lançou seu trabalho solo.

Entrevista exclusiva: Marcelo Gross
Texto: William Galvão / Foto: Renato Reis

Após lançar oficialmente seu primeiro disco solo no último dia 4, Marcelo Gross, guitarrista do Cachorro Grande há 14 anos, iniciou a maratona de shows de divulgação de Use o Assento Para Flutuar, disco que traz as composições do músico e mostra um lado mas psicodélico e setentista. O álbum já está disponível no site oficial do cara e você também pode ouvir no final do texto.

Junto a ele estão o baixista Fernando Papassoni (Universo Elegante) e o baterista Clayton Martin (Cidadão Instigado), formando um power trio poderoso. Durante sua passagem pelo 19º Goiânia Noise Festival (leia aqui como foi), no qual lançou o disco, GROSS falou com o TMDQA! sobre essa nova fase.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

TMDQA!: Como surgiu a ideia/necessidade de um trabalho solo?
Gross: A necessidade veio de duas coisas. A primeira é que eu estou sempre compondo, essa é uma necessidade, então veio um pouco disso. E a outra é que eu sempre quis fazer um trabalho com o Clayton, o baterista, já conheço ele há uns dez anos, aí surgiu a ideia e eu quis inclui-lo no disco. Eu já tinha algumas músicas compostas, aí quando surgiu a possibilidade de gravar um disco eu trabalhei em cima delas e acabei compondo outras também.

TMDQA!: Vai rolar turnê nacional?
Gross: Vai rolar turnê pelo Brasil sim, com certeza.

TMDQA!: Como você vai conciliar o trabalho solo com o Cachorro Grande?
Gross: Eu vou fazer como eu já venho fazendo há algum tempo, apesar de lançar o disco agora, a gente já vem tocando. Quando estamos nos intervalos das turnês do Cachorro Grande a gente toca o projeto e aproveita pra fazer shows por aí.

TMDQA!: E quais as principais diferenças na sonoridade do seu trabalho solo? Você pretende se distanciar do som do Cachorro Grande?
Gross: A principal coisa que tu percebe é que o trabalho é mais psicodélico, tem mais influências setentistas. Eu costumo fazer uma comparação com os Rolling Stones, por exemplo. Quando Keith Richards resolveu tocar sua carreira solo, o som dele era diferente, tinha mais a cara dele, só que os Rolling Stones ainda estavam ali, tu conseguia perceber claramente a influência, que já veio com ele. Então acredito que o meu trabalho é mais ou menos isso, tu consegue perceber o Cachorro Grande, mas também a diferença.

TMDQA!: E como os caras da banda receberam a ideia de você lançar um disco solo?
Gross: Os guris estão curtindo pra caramba, me apoiando no que eu preciso. Eles sabem que eu tinha vontade de fazer isso há um tempo já, então tá tudo certo.

TMDQA!: E você pensa em sair do Cachorro Grande um dia e se dedicar à carreira solo?
Gross: Olha, por enquanto não.

TMDQA!: O nome do disco é bem curioso. Use o Assento Para Flutuar veio de alguma situação em especial?
Gross: Das muitas viagens de avião que a gente faz, tem a ver com viajar sem sair do lugar, a música pode te proporcionar isso. Achei interessante as interpretações do que era apenas um aviso.

TMDQA!: Como guitarrista, o que você pode citar como influência pro disco?
Gross: Olha, por mais que eu seja guitarrista, esse trabalho eu considero muito mais de compositor que de guitarrista. E as influências de compositor são bastante setentistas, compositores como o Paul Weller, que tocou com o The Jam, com o The Style Council também. E coisas brasileiras como Arnaldo Baptista. Agora as influências de guitarra são as minhas influências de sempre, The Who, Rolling Stones

TMDQA!: Você já conhecia o Goiânia Noise, o que está achando do festival?
Gross: Eu já conhecia sim, toquei aqui com o Cachorro Grande há exatamente dez anos. Freqüentei a cena independente de Goiânia um tempo atrás, no Bananada, o Vaca Amarela, a cena aqui é bem forte. O próprio Noise também. E o Martim Cererê é um puta espaço, e ainda bem que reabriu, por que é um lugar muito importante pro rock de Goiânia.

TMDQA!: Com relação aos discos desse ano, tem algum que te chamou a atenção?
Gross: Tem sim, eu gostei muito do disco dos Baggios, falando de nacional. Agora gringo eu gostei bastante do disco do Tame Impala.

TMDQA!: O Cachorro Grande participou recentemente do TMDQA! Apresenta, quais foram as suas impressões do projeto?
Gross: Eu achei um projeto muito bom, bastante organizado, que dá espaço pras bandas tocarem assim, ao vivo, isso é muito legal. Espero ser convidado pra voltar, agora participando com o disco novo.

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