Resenha: Forfun em Uberlândia - MG (15/02/2014)

Banda se apresentou em Uberlândia durante a turnê do <b>DVD ao Vivo no Circo Voador</b>.

Fotos por AF Rodrigues (forfun.art.br)

O Forfun veio a Uberlândia pela primeira vez no dia 15 de Fevereiro para a turnê do DVD ao Vivo no Circo Voador. Os ingressos começaram a ser vendidos em Dezembro de 2013 e as expectativas eram altíssimas por se tratar de uma das mais populares bandas do Brasil. Porém, o anúncio de uma área open bar causou desconforto em quem não acreditava que esse fosse o tipo de show para se criar um espaço assim. Tudo ficou pior quando liberaram o mapa do evento, que delimitava a frente do palco para quem comprara o ingresso mais caro, o que não fazia o menor sentido. A indignação da maioria fez com que o mapa fosse refeito, mas a desconfiança quanto à organização do evento pairou no ar.

No dia do show, da fila já dava pra perceber o quão inclusivo é o Forfun. Pessoas de todos os tipos compareceram à Vila Olímpica do Uberlândia Esporte Clube, com gostos muito distintos. Os grupos de abertura (Rota 44 de Uberlândia e banda Multus de Araguari) focaram praticamente em covers, e o momento mais chato da noite ficou por conta dos mal-educados que fizeram gestos obscenos na hora da foto ao final da apresentação da Rota 44.

Publicidade
Publicidade

Antes do Forfun entrar, já se notava a energia que os cariocas traziam consigo. Nenhuma polêmica havia entre a área open bar e a pista (que depois de refeito o mapa, ficavam lado a lado). Amigos saíram de um lado para ficar perto dos amigos que estavam do outro. Qualquer esbarrada mais forte era perdoada facilmente. Até no banheiro a gentileza era a lei, e ninguém furava as filas ou desrespeitava o direito do restante. Era hora do grupo principal subir ao palco.

A banda iniciou o show com a música “Terra de Cego“, do EP Solto, seguida da sempre tão aguardada “Hidropônica“. Infelizmente o som ainda não estava 100%, e o problema só foi resolvido pela quarta ou quinta faixa. Como era esperado, as músicas do álbum Alegria Compartilhada ditaram a maior parte da apresentação, que também contou com 6 faixas do disco Polisenso e 4 do Teoria Dinâmica Gastativa. Quando Danilo Cutrim anunciou que a banda tocaria uma de suas primeiras composições, enganou-se quem achava que viria algo inesperado, pois a referida música era “História de Verão”. E já virou rotina o clamor de alguns para que o Forfun toque mais sons antigos nos shows.

A tradicional apresentação dos integrantes durante “Largo dos Leões” continua sendo um dos momentos mais bacanas da turnê do DVD. Lelei Gracindo foi apresentado no saxofone e o roadie Xexéu (nunca esquecido) recebeu uma salva de palmas da plateia. Houve homenagens ao Rappa, Planet Hemp e Chico Science & Nação Zumbi numa espécie de medley onde famosos refrões das 3 bandas foram entoados por todos os presentes.

O show seguiu praticamente o setlist do DVD. Foram acrescidas apenas as 3 faixas do EP Solto, de 2013, e retiradas “O Viajante”, “Eremita Moderno”, “A Garça”, e “Quem Vai, Vai”. Esta última ainda era esperada para o bis, que não aconteceu (talvez culpa do público que não insistiu). Percebe-se que a presença de faixas novinhas em folha retira outras excelentes músicas do show. Entretanto, se o Forfun tocasse todas as suas melhores composições, o espetáculo teria tranquilamente 3 horas de duração.

No fim, todos pareciam satisfeitos com a vinda de uma das bandas mais queridas do país à cidade. O tempo voou e as desconfianças com a organização foram todas embora antes mesmo que o grupo começasse a tocar.  Os integrantes ainda receberam os fãs que quiseram ir ao camarim, amigos deram carona a outros amigos e a paz trazida pelo Forfun aparentou reinar na Vila Olímpica do UEC.

Como nem tudo é perfeito, no dia seguinte algumas poucas pessoas criticaram construtivamente as falhas do evento, principalmente com respeito à bebida. Outras muitas debocharam da organização e da falta de qualidade da polêmica área open bar. No meio disso tudo estavam aqueles que foram “apenas” pela música. E para esses, a bebida ou a falta dela nunca importou.

Sair da versão mobile