Equador
A história musical do Equador é marcada por um ritmo que nasceu no país e é referência em alguns outros países da América Latina: o Passilo, criado por indígenas que habitavam a região mais alta da Colômbia e que foram migrando entre países até se estabelecerem tanto no Equador como na Venezuela. Outros ritmos populares no Equador são o Sanjuanito, o Albazo e o Pasacalle.
O rock equatoriano nasceu no final dos anos 50, graças à influência de programas de rádio e televisão. As primeiras influências do estilo vieram da Argentina e do México porém o envolvimento político durante a revolução do Equador nos anos 60 também influenciou o estilo.
Atualmente, o rock sofre muito preconceito por parte da mídia sensacionalista e por parte dos setores mais conservadores do país, o que faz com que não exista uma indústria de música muito bem desenvolvida por lá, além de gravadoras que se interessem e divulguem o estilo. Essa talvez seja a principal razão pela qual o rock local não é muito difundido nem interna, nem externamente.
Mas é aí que entra uma banda que pode ter começado (heroicamente) a mudar um pouco esse cenário tão desfavorável para o nosso tão amado rock’n’roll.
Sal y Mileto
A banda Sal y Mileto nasceu em 1994 com o propósito de não ser uma banda, mas sim uma representação da existência do rock equatoriano. Em 1994, os amigos Peky Andino (letras) e Jaime Paúl Segovia (voz e guitarra) se propuseram a fazer um projeto experimental para promover a poesia urbana e o rock e se juntaram com Igor Icaza (bateria), Victor Narvaez (guitarra), Jose Luis Rosero (percussão) e Cesar Albarracin (baixo e flauta). A ideia ganhou o nome de “Experimente o Rock Equatoriano em um Dia Comum” (em tradução livre).
Essa defesa ao estilo se transformou no “Rock Livre Equatoriano”, focado principalmente em divulgar bandas que se identificassem com a causa e a primeira “banda” nascida da ideia ganhou o nome de Sal y Mileto. De 1994 a 2012 a banda teve diversas mudanças de formação, fez vários shows pelo país e algumas turnês pela Europa e lançou oito álbuns, além de receber reconhecimentos nacionais e internacionais e apresentar peças de teatro e outras iniciativas culturais.
Hoje, infelizmente a banda não existe, mas nós precisávamos contar essa história pra vocês. Conheça abaixo alguns dos sons deles.
Guardarraya
Se você ficou triste com o final da história do Sal y Mileto, saiba que eles deixaram herança. Há muitas bandas do Equador que se enquadram no estilo criado e difundido por eles e uma dessas bandas é o Guardarraya.
Lutadores, os garotos do Guardarraya, banda formada por Alvaro Bermeo (voz e violão), Franco Aguirre (voz e baixo), Mateo Crespo (voz e violão), Andrés Caicedo (percussão) e Jason de la Vega (guitarra), também fazem as correrias de ser uma banda independente em um país que não tem uma indústria musical voltada para o seu nicho. Mais voltados para a experimentação, além do rock, a sonoridade deles inclui também o folk, a melancolia da música equatoriana e alguns ritmos caribenhos.
A banda já tem 5 discos lançados e você pode conhecê-los melhor no Facebook e no site oficial.