Mais uma semana de feriadão que segue com ovos de páscoa e bacalhau nas mesas afortunadas desse Brasil. E sem esquecer que tivemos um raro eclipse da lua vermelha (que eu não vi).
Esses dias encontrei uma entrevista que fiz no início de 2013. Um dos muitos anos turbulentos em que vivenciei diversas mudanças na minha vida pessoal e na vida de amigos e colegas de trabalho. Lembrei do meio dos anos 90, quando perdi de vez o preconceito com a música eletrônica e vislumbrei o mundo perfeito do “Do It Yourself” que havia, infelizmente, se perdido no rock.
Cedi comentários para a lente de Ricardo Salvagni. Figura mítica da cena pós punk que fez história na banda Fellini. Não conhece? Pesquise e ouça. Reparem na minha pessoa de carinha limpa e cara de professor maluco.
Quando pensei em criar essa coluna, foi exatamente pensando em como a cultura dance infectou, no bom sentido, diversos estilos que não eram amigáveis a noitadas e pistas lotadas de criaturas hedonistas. Mas se você for tão nerd musical como eu, vai lembrar do krautrock dos anos 70 e de bandas dos 1980 que usavam baixo de funk (ai de você se pensou na Valesca Popozuda) e guitarras sujas. Juntando a cultura disco e tecnopop, um monstro do bem surgiu e uniu dois públicos tão peculiares num mesmo teto. Aí sim, temos todo um cenário que hoje em dia a mídia classificou de indie dance ou indie house. Mas isso é papo para uma próxima coluna.
E os três remixes da semana são…
Aldo – The City Is Waiting (Database Mix)
Semana passada eles já tinham dado o ar da graça por essas bandas com um belo reedit do artista que ainda se chama Prince. Agora aparecem remixados de maneira classuda pelo duo Database com sua faixa autoral. Fiquem atentos a eles.
Sylvester – Rock The Box (Akin’s Slow Dance Version)
O andrógino e cultuado Sylvester ganha batidas poderosas e andamento mais quebrado na versão produzida pelo prodígio Akin Deckard. O DJ/produtor firmou seu nome com a Metanol FM e tem levado a bass music a novos patamares.
Edit Service 9 – Dunwich + Renato Lopes
Fechando a trinca, temos uma produção do lendário Renato Lopes e Xavier Dunwich trazendo fôlego e alegria aos fãs de tecno e house que ainda se importam com faixas de qualidade na pista.
Muito bem, sexta começo minha rotina de discotecagens na festa Trabalho Sujo a convite dos figuras Luiz Patolli e Alexandre Matias, onde vou separar um set daqueles bem misturados e dançantes para a noite que deixou o Alberta#3 e agora acontece no Da Leoni no Baixo Augusta. Completa a noite o veterano, e querido, DJ Bispo.
E sábado, a Decadance , que também acontecia no porãozinho do centro, ressuscita no quintal da Neu Club. No som? Eu, a lenda indie Mitkus e Lui Franco. Preparamos um mix que tem saborosos petardos que vão de Lorde a Can, passando por Arcade Fire e Foals. Fecho meus trabalhos na madrugada na querida Funhouse na Delicious. Ufa!
Clique aqui e ouça.
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Mixed Up
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