Fotos por Glauber Oliveira
Após passar por países como México, Argentina e Chile, o Placebo encerrou a turnê sul americana do seu último álbum, Loud Like Love (2013), na última segunda-feira, 14, com apresentação única em São Paulo, para a tristeza dos fãs de outros estados. A banda tocou um setlist já previsto, com 22 músicas intercaladas entre as do novo trabalho, canções dos dois últimos discos, Battle for The Sun e Meds, além dos clássicos supremos como “Special K”, “The Bitter End” e “Every Me, Every You”. A abertura do show ficou por conta da música eletrônica da Mixhell, projeto do ex-baterista do Sepultura, Igor Cavalera, com sua esposa Laima Leyton e o baixista Max Blum.
Pouco depois das dez da noite a introdução explosiva de “B3”, do despercebido EP (2012) de mesmo nome, anunciou a banda para a euforia dos fãs em um belo duo inicial de canções com “For What It´s Worth” e “Loud Like Love”, momento em que a plateia ergueu seus cartazes com a frase “We Are Loud Like Love”, o que não despertou muito o interesse do vocalista Brian Molko, já conhecido pelo seu lado meio blasé. O músico continuou a apresentação sem muitas palavras. A melancólica guitarra de Brian deu os primeiros riffs de “Twenty Years” com classe e desapego do público até o final para dar fôlego ao maior hit da banda “Every Me, Every You”, cantada ritualisticamente em coro por todo o público, dando ao show seu primeiro grande momento.
Sem perder o fôlego, banda e espectadores entraram na sintonia do último disco com “Too Many Friends”, canção que faz uma crítica aos relacionamentos pela internet e, que, curiosamente, podia ser direcionada a muita gente com o celular levantado ou conectada postando fotos do show nas redes sociais. Com palmas ritmadas veio em seguida “Scene Of The Crime” e a sombria e climática “A Million Little Pieces”.
“Speak In Tongues” seguiu para separar as novas músicas e prolongar o clima intimista. Com “Rob The Bank”, “Purify” e “Space Monkey” a banda mostrou como é possível utilizar a sua fórmula clássica e ao mesmo tempo inovar sem que a essência seja perdida. A recepção do público nessa fase foi um pouco morna, muito por conta da falta de interação de Brian com seus fãs. O músico parecia não estar em um bom dia, tanto que chegou a cancelar algumas entrevistas que faria antes da apresentação.
A empolgação do show voltou quando o trio tocou “Blind” e, ainda mais quando Steve Forrest deu um show à parte na bateria em “Exit Wounds”. A matadora “Meds”, entoada em uníssono, deu entrada para a emocional “Song To Say Godbye”, que já anunciava o início do fim da apresentação. Todos os nostálgicos e fãs de longa data se levantaram e colocaram os demais para pular e cantar com a estrondosa “Special K” e a dançante “The Bitter End”, agora com direito à performance do baixista Stefan Olsdal.
Também não podem ser deixados de lado os músicos da banda de apoio formada pela violinista e tecladista Fiona Brice, o guitarrista e tecladista Nick Gravilovich e o baixista, guitarrista e tecladista William Lloyd. Mesmo às sombras do Placebo, esse outro trio faz toda a diferença na sonoridade que a banda faz e nas mudanças que vem adquirindo.
Enquanto a plateia gritava o nome da banda, os músicos foram para trás do palco e fizeram todo aquele ritual pré-bis, para voltarem com a guitarra limpa de “Teenage Angst“. Mais conhecida na versão da banda do que na voz de sua dona Kate Bush, “Running Up The Hil” abriu para o duo final com “Post Blue” e a agitada “Infra-Red”, que encerrou a apresentação em clima otimista e vibrante.
Setlist
- B3
- For What It’s Worth
- Loud Like Love
- Twenty Years
- Every You Every Me
- Too Many Friends
- Scene of the Crime
- A Million Little Pieces
- Speak In Tongues
- Rob the Bank
- Purify
- Space Monkey
- Blind
- Exit Wounds
- Meds
- Song to Say Goodbye
- Special K
- The Bitter End
Bis: - Teenage Angst
- Running Up That Hill (Kate Bush)
- Post Blue
- Infra-red
Trecho do Show – Teenage Angst:
“Loud Like Love”