Entrevista exclusiva: Stefan Olsdal (Placebo)

Músico falou da estratégia de divulgação do novo disco, passagem pelo país e confessou ter <strong>Mais Discos Que Amigos!</strong>

Entrevista exclusiva: Stefan Olsdal (Placebo)

Entrevista exclusiva: Stefan Olsdal (Placebo)

Foto por Camila Cara / Divulgação T4F

Algumas horas antes de o Placebo subir no palco do Citibank Hall, em São Paulo, na noite da última segunda-feira, 14, o baixista/guitarrista do trio, Stefan Olsdal, concedeu uma entrevista exclusiva ao Tenho Mais Discos Que Amigos! no backstage da casa e falou sobre a passagem da banda pelo Brasil, sobre o novo disco de estúdio, Loud Like Love (2013), além de como a banda tem trabalhado sua divulgação em meio a um mundo dominado pela tecnologia.

Com um copo de bebida na mão, uma simpática boina e todo de preto, Stefan entrou na sala de entrevistas com um sorriso carismático e já empolgado para a apresentação. Em clima de descontração, a entrevista transcorreu como um bate-papo, com direito a selfies para recordação deste que vos escreve e, infelizmente, sem fotos oficiais. Stefan ficou tímido e preferiu que usássemos as imagens de divulgação do evento.

Confira logo abaixo:

TMDQA!: Essa é a quarta vez do Placebo no Brasil, das outras vezes vocês chegaram a tocar em oito cidades por aqui. Muitos fãs não poderão ver essa passagem já que será um show único. Por quê apenas um dessa vez?
Stefan Olsdal: Essa é uma questão de logística e também de outros compromissos. Às vezes nós voltamos a tocar nos lugares em que tocamos antes, mas essa não é bem uma razão. Mas a gente vai fazer apenas esse show!

TMDQA!: O último álbum, Loud Like Love, tem sido definido como uma mistura do que o Placebo era antes de Meds e o que tem sido depois dele. O quê você acha dessa definição?
Stefan Olsdal: Eu acho que o último álbum é muito Placebo. O que eu quero dizer com isso é que há aspectos identificáveis no que fazemos nele. Acho que o Placebo tem uma identidade construída ao longo desses anos e é importante para nós não mudar tão drasticamente, embora algumas vezes seja preciso seguir em frente. Acredito que nós não vamos deixar essa essência, já que é a forma como nós reagimos emocionalmente para estarmos bem. E, acho isso importante para nós, ter essa conexão com o que fazemos e com aquilo que sentimos, nos sentimos bem com isso. Às vezes também é preciso ir adiante e falar sobre os empurrões da vida, mas sem esquecer de quem você é.

TMDQA!: Como surgiu a ideia de fazer um vídeo alternativo para cada música de Loud Like Love?
Stefan Olsdal: Nós achamos interessante a maneira como a música atinge diferentes vidas e claro que o visual tem atingido também. Acho que estamos vivendo em um mundo muito visual, muito mais do que antes. Antes era o rádio, depois a TV, aí veio a internet com todas as suas mudanças. Agora, acho que as pessoas tem consumido muita música que vem sempre com alguma coisa, elas assistem a vídeos ou imagens onde quer que estejam. Nós estamos vivendo em uma era diferente em termos de mídia. E então nós achamos interessante usar isso, sabe. A ideia dessa experiência com o disco foi, basicamente conceitual, unindo música e vídeo. Faz mais sentido, a interatividade é maior, assim como a afirmação artística.

TMDQA!: E qual é a conexão entre os vídeos?
Stefan Olsdal: Os diretores não receberam instruções e também não abriram o que fariam para a gente. Eles nem sabiam o que iam fazer, nós, basicamente, apenas fizemos escolhas. Dissemos a eles “olha, esse é o projeto, essas são as músicas, vocês querem fazer?”

TMDQA!: Qual é a preocupação de vocês com o futuro da tecnologia? Algo que aparece no disco, em “Too Many Friends”, por exemplo.
Stefan Olsdal: Sim (risos). Essa é a resposta. A música “Too Many Friends”, especificamente, responde a questão do caminho que as pessoas têm seguido para interagir umas com as outras. Esse caminho em que nós nos apresentamos ao mundo, esse cenário em que acabamos podendo criar uma identidade, podendo ser o que quisermos na internet, sem necessariamente ser real. Acredito que as pessoas têm interagido mais e mais dessa forma e que elas gostam de ter esses amigos calados, ou ex amigos de uma hora para outra, mas na verdade não sabem talvez o que seja ter amigos, já que o contato físico nunca acontece, por exemplo. E a música fala dessa confusão que as pessoas fazem com a noção de amizade nas mídias sociais, por exemplo, quando na vida real não sentem como na internet.

TMDQA!: Finalizando a turnê pela América do Sul, quais os próximos passos da banda? Vão descansar?
Stefan Olsdal: Amanhã nós vamos pegar o avião de volta para casa, descansamos um pouco e, em seguida continuaremos a turnê, agora pela Rússia, e no verão faremos turnê pela Ásia. Então, o plano é turnê, turnê, turnê. Desde os anos 1990, em todo álbum do Placebo a gente faz uma turnê extensa de até dois anos. Então, isso é o que vamos fazer dessa vez também.

TMDQA! E para finalizar, Stefan Olsdal, você também tem Mais Discos Que Amigos?
Stefan Olsdal: Mais discos que amigos? (risos). Com certeza eu tenho, absolutamente. Ao longo dos anos as pessoas escolhem coisas, ter amigos e também sentir. Os discos ajudam nisso, seja quando você está perdido ou triste, eu sei que falar com as pessoas ajuda, mas muita gente não se importa. Os discos te dão uma mãozinha nisso, talvez duas (risos).

E para quem perdeu o show ou quer relembrá-lo, leia nossa resenha e veja fotos aqui!