“CARROSSEL” – SKANK
RAKKY CURVELO
Era 2006 eu tinha acabado de sair de uma faculdade que eu percebi que não tinha a ver comigo e entrei num curso qualquer, só para passar os seis meses até o fim do ano chegar e eu poder prestar Fuvest de novo. Só que o tal curso qualquer era Jornalismo. E eu tinha uma bolsa de estudos integral. E aqueles 6 meses mudaram a minha vida.
Logo no começo do semestre eu fui convidada pra resenhar um disco qualquer nacional ou de indie / rock para um site de música, o Mundorock.net, que era mais voltado para o metal e que precisava de alguém que escrevesse “direitinho” e que gostasse também de “coisas mais leves”. A criadora do site, Gisele Santos, era da minha sala. E o Carrossel tinha acabado de ser lançado. Fiz a resenha, que foi a minha primeira publicação em um site de música e que me fez perceber que esse era um caminho possível para a vida, já que a música sempre estivera por lá, mas eu não sabia de que jeito trazê-la mais para o meu dia a dia.
O disco também foi um dos primeiros shows que eu cobri e é um dos trabalhos mais líricos do Skank até hoje. Ele também tem “Notícia” e “Antitelejornal”, letras que sem querer querendo falam da rotina de uma profissão que eu não queria, mas que me adotou, tem “Até o Amor Virar Poeira” que sempre vai me lembrar de um momento fã-girl incrível, tem “Trancoso” para aquelas viagens de carro sem fim ou pra ouvir olhando pra areia do mar, tem a arte do Glenn Barr e seu Carousel of Souls ilustrando a capa e a parte interna do disco, tem tanta história…
Talvez essas 15 faixas sejam as que mais me remetam a grandes momentos da minha vida, sejam eles bons ou ruins. Talvez tudo o que eu goste tanto nessa banda esteja justamente nessas 15 faixas. Talvez esse disco tenha de alguma forma mudado a minha vida.