Resenha: Sebadoh em São Paulo (21/04/14)

Setlist mesclou músicas de discos clássicos da banda como <strong><em>Bakesale</em></strong> e <strong><em>Harmacy</em></strong>

Resenha: Sebadoh em São Paulo (21/04/14)


Fotos por Kairin Kikuchi

Marcando o início da primeira turnê pelo Brasil de Lou Barlow (Dinosaur Jr.) com o Sebadoh, o Sesc Pompéia foi palco das duas primeiras apresentações da banda (vimos a de segunda, 21), com um show de rock bastante direto e sem pose. Os caras se apresentaram para um público de cerca de 800 pessoas, capacidade máxima permitida na cervejaria do local, que conseguiram comprar seus ingressos antes de se esgotarem, o que aconteceu bem depressa. O trio ainda irá passar pelo Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Cataguases (MG) e Maringá (PR).

Uma das bandas pioneiras do chamado estilo lo-fi, o Sebadoh se consolidou como um dos grandes nomes da cena underground alternativa do pós-grunge dos anos 1990 e carrega na bagagem discos cultuados como Bakesale (1994) e Harmacy (1996). Formada por Lou Barlow, que se reveza na guitarra, baixo e vocais com Jason Loenstein (The Fiery Furnaces), que se juntam ao baterista Bob D´Amico, os caras resolveram lançar um novo trabalho após 14 anos. E é com a turnê de Defend Yourself que a banda faz sua primeira visita aos fãs brasileiros.

Publicidade
Publicidade

A apresentação teve início com o hit “Magnet’s Coil”, canção do Bakesale, que animou os presentes nessa primeira parte do show. Com os cabelos encaracolados sempre no rosto, Barlow tocou guitarra e cantou as primeiras músicas como quem estava ali para um show de rock e ponto, sem confetes e papeis picados.  Na sequência vieram o refrão aconchegante de “On Fire”, a mais recente “Arbitrary High”, do EP Secret, lançado ano passado, as guitarras rápidas de “Rebound” e o clima melancólico de “Love To Fly”.

A graça no revezamento dos instrumentos entre Lou e Jason se completa com os pequenos diálogos trocados entre eles em cima do palco. “Estamos felizes de estar aqui”, diz Lou, enquanto Jason retruca: “Deixa que eu falo por mim, cara, estou muito feliz de estar aqui”. Uma espécie de troca de farpas sutil e bem humorada que tirou boas risadas da plateia.

Apesar de a banda estar excursionando com a nova turnê, o setlist foi bastante nostálgico, com muitas músicas do Bakesale como a enérgica “Drama Mine”, os belos riffs de guitarra de “Careful”, e a doce tristeza de “Got It” e “Not Too Amused”, por exemplo, além das já citadas. A princípio, a banda deveria seguir um set já pré-definido. Mas houve certo diálogo com a plateia, que gritava o nome de suas músicas preferidas e, em alguns casos, a banda aceitava a sugestão.

“Essa música é nova”, avisou Lou antes de tocarem a música de trabalho “I Will”, umas das poucas tocadas do novo álbum. Além dela, teve também “State Of Mine” e “Final Days”. Após “Brand New Love”, o trio fez o bis com uma das músicas mais pedidas pelos fãs: “Skull”.

Com um público bastante tranquilo e atento ao show, a banda ao vivo faz jus ao que se tornou: eficiente, com músicos habilidosos e uma mistura no ponto entre a melancolia, muitas vezes passada na voz de Lou, e agressividade, seja nas guitarras e linhas de baixo bem definidas, e um pouco mais quando Jason assume os vocais.

Setlist:

1. Magnet´s Coil
2. On Fire
3. Arbitrary High
4. Rebound
5. Love To Fight
6. Drama Mine
7. Got It
8. Careful
9. Vampire
10. I Will
11. Two Years Two Days
12. Give Up
13. State Of Mine
14. Not Too Amused
15. Final Days
16. My Drugs
17. Brand New Love
Encore:
18. Skull

Sair da versão mobile