A banda de hardcore carioca Zander está há um bom tempo produzindo novas músicas para seu aguardadíssimo segundo álbum de estúdio. Enquanto o disco não fica pronto, o grupo decidiu liberar uma pequena surpresa para mostrar que a espera valerá a pena. EP’tizer, como o nome já diz, tem o objetivo de satisfazer por ora os mais ansiosos e deixar a sensação de que o futuro reserva coisas boas para a banda que tem como lema “jamais se repetir”.
EP’tizer será lançado oficialmente aqui no Tenho Mais Discos Que Amigos! na próxima quarta-feira, dia 30 de Abril, às 11:00. Agende-se!
Não bastasse o EP já ser provocativo o suficiente (tizer, teaser, tease, provocação, sacou?), nós do TMDQA! não resistimos e também iremos provocar, contando desde já quais foram nossas primeiras impressões do novo trabalho do Zander. Preparados?
Faixa a faixa EP’Tizer
A faixa inaugural (“É O Que Temos pra Hoje“) agrada logo no início, mesmo não parecendo a melhor introdução do mundo, ainda mais se comparada com a forte pegada da música que abre o primeiro álbum da banda. Tudo parece um rock competente e de boa letra (o grande ponto forte do vocalista Gabriel “Bil” Zander) até que o verso “Então me desculpe por tirar o seu falso sossego de merda” nos acorda, e a partir de então todo o resto se torna confrontador.
É com “Baile da Revolução Pessoal” que as coisas começam a ficar quentes. A faixa enaltece o poder do indivíduo e da escolha, mas sem ser individualista. Pra viver, tem de merecer, tem de se sentir vivo constantemente. Junto de “Termorregulador” (a melhor do EP) e “Last Call“, a sequência impecável está completa. Em “Last Call“, trechos marcantes como “Chega de tanto esperar sexta-feira” começam a ecoar na mente, nos fazendo refletir e nos confrontando mais uma vez.
“Hortelã” é um incentivo a enfrentar de cabeça erguida os problemas e fazer o que tem de ser feito. “Resolva os problemas antes, só não me conte, mas conte comigo“, dá um novo sentido ao “faça você mesmo”. O de fazer não porque pode fazer melhor, mas porque se não o fizer, ninguém fará por você.
Se a introdução não é a pedrada esperada, “Viva a Rapaziada!” por outro lado se encaixa perfeitamente num encerramento de álbum. A música já havia sido disponibilizada no split de 2013 do Zander com o Dead Fish e desta vez a letra enaltece a coletividade, o que fica evidenciado nos gritos ecoantes “Power to The People!“. E se o próprio Bil falou que o novo material seria mais lento e menos frenético que o disco Brasa, não é o que dizem as duas últimas faixas.
Infelizmente, acaba tão rápido que parece que durou poucos instantes. 6 faixas é muito pouco para a banda formada por Gabriel Zander, Gabriel Arbex, Leonardo Mitchell e Marcelo Cunha. Entretanto, a qualidade é muita.
Nota: 8,5
O ex-baixista Marcelo Adam participou de 4 das 6 músicas de EP’tizer. Marcelo “Malni” Cunha, além de tocar as linhas de baixo restantes do EP, também foi responsável pela arte e o projeto gráfico do registro. Reynaldo Cruz (Plastic Fire) recita um trecho de Oswald de Andrade em “Viva a Rapaziada!“. Os Autoramas Gabriel Thomaz e Bacalhau incrementaram “Baile da Revolução Pessoal“. Elton Bozza, Fellipe Mesquita e Thiago Borges também colaboraram. O registro foi gravado no Estúdio Superfuzz.
Próximos shows
A banda se apresenta no dia 03 de Maio em Maringá (PR), no Tribo’s Bar. No dia 17 do mesmo mês, a Zander vai para Vila Velha (ES) tocar no Correria Music Bar.