Maurício Nunes é um cara que faz de tudo. Cantor, compositor, jornalista, ator e agitador cultural, é o tipo de pessoa que valoriza a arte em sua concepção mais pura, onde a criatividade e, principalmente, a verdade falam mais alto.
Depois de alguns trabalhos com a banda Aerosilva, Maurício abriu sua gaveta de influências para compor, gravar, co-produzir e financiar seu primeiro projeto solo, Quase Tudo O que Eu Queria Ter Dito…
A principio o trabalho chama a atenção pelas referências que traz. Parece óbvio que um disco de rock nacional se inspire no próprio rock feito aqui no Brasil, mas vivendo em uma época onde a grande maioria das bandas novas só querem saber de cantar em inglês e copiar o que rola lá fora, chega a ser revigorante ouvir um disco que busca inspiração no rock and roll nacional das décadas de 70 e 80.
Maurício combina letras reflexivas, de caráter bem pessoal, com uma paleta de cores bem ampla, que vão do folk de ‘’Fogo’’; o rock clássico e sem frescuras de ‘’Fama’’; o flamenco de ‘’Zeppelin’’; e a bela introspecção melódica de ‘’Anjos de Uma Asa’’, que traz o grande Luis Carlini tocando lap-steel.
Muito bem acompanhado pela Banda Que Nunca Existiu, Maurício condensou em um álbum toda a sua vivência dentro do ‘’business’’ e, de uma forma muito própria, me fez lembrar de coisas que há tempos não ouvia, como o Tutti-Frutti de Rita Lee e do próprio Carlini, dos bons tempos do Barão Vermelho e do saudoso Golpe de Estado.
Para quem gosta de boa música e, sobretudo, música honesta, feita por quem ainda acredita no poder da palavra, Quase Tudo O que Eu Queria Ter Dito… merece muito a audição.
Confira mais sobre o projeto na fanpage de Maurício Nunes e a Banda Que Nunca Existiu.