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Resenha e fotos: The Jon Spencer Blues Explosion em Dublin (11/05/14)

Com autorais e covers como "She's On It", do Beastie Boys, banda levou o público ao delírio coletivo na Irlanda.

Resenha e fotos: The Jon Spencer Blues Explosion em Dublin (11/05/14)
Resenha e fotos: The Jon Spencer Blues Explosion em Dublin (11/05/14)


Texto e fotos por Fernando Halal

Não seria exagero afirmar que, sem The Jon Spencer Blues Explosion, talvez o mundo não conhecesse bandas como The Black Keys, The Hives e The White Stripes. A receita do veterano trio americano – um garage rock cru que se sobrepõe ao blues tradicional, com estética psychobilly e performances beirando a histeria – garantiu a aura cult que o mantém como um dos grandes do rock alternativo.

Foi essa senhora banda que um público espremido no pub Whelan’s, em Dublin, na Irlanda, teve a chance de conferir neste último domingo, 11 de Maio.
Já um senhor beirando os 50 anos, Jon Spencer continua um performer nato. Vestido de couro da cabeça aos pés, o homem parece ter bebido várias doses na fonte da juventude: vai enfileirando riffs na velocidade da luz, solta berros rasgados como se não houvesse amanhã e flexiona os joelhos a cada minuto, como um Elvis junkie. O Blues Explosion é completado por uma cozinha certeira composta pela dupla Russell Simins (bateria) e Judah Bauer (guitarra) – nunca houve baixo na formação, e nem precisou.

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O JSBX é conhecido por não usar setlist, e esse tom de improviso garante a urgência que só se vê nos grandes shows de rock. Para esquentar a fria noite dublinense, lá estavam “Bellbottoms”, “Attack”, “Sweat”, “Dang”, “Electricity” e outros hinos obscuros dos anos 90. O irrequieto Jon Spencer segue com o hábito de, vez ou outra, mandar desligar as luzes do palco a fim de imprimir um tom sombrio à apresentação. Completando a atmosfera trash, o frontman arrisca suas melodias em um theremin, o avô dos sintetizadores e que virou sinônimo de filmes antigos de terror e sci-fi.

Em quase duas horas de show, houve espaço para covers de Beastie Boys (“She’s On It”), Link Wray (“Jack The Ripper”) e Chain Gang (“Son of Sam”), todas executadas com precisão e fúria na medida para levar o público ao delírio coletivo. A fase mais recente da banda também foi bem recebida, em canções como “Black Mold” e “Bag of Bones”, ambas do último álbum, o ótimo Meat + Bone (2012). Em suma, uma noite para não esquecer tão cedo.

Um parêntese final vai para a lojinha da banda, que oferece aos fãs camisetas, cartazes de shows, B-sides em vinil e DVDs caprichados e a preços muito camaradas. Não é todo dia que se vê tal sentimento de adoração pelo rock.

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