Fotos: Divulgação / José Pelegrini
A banda Ted Marengos, nascida em São Paulo em 2011, está trabalhando no lançamento de seu primeiro disco de estúdio, First Prints. O trabalho, que retoma a base do rock’n’roll clássico com uma pegada de blues, tem 12 faixas, todas em inglês e, entre elas, “Ohio”, do Neil Young, numa versão que combinou o som que a banda faz com os clássicos do músico.
Nós do Tenho Mais Discos Que Amigos! estávamos na festa de lançamento desse trabalho e conversamos com a banda um pouco antes do show, primeira apresentação ao vivo de todas as músicas do disquinho. Abaixo, você acompanha como foi essa conversa e conhece melhor os garotos Júlio Pimentel (guitarra e vocal), Luiz Pimentel (baixo), Thomaz Pimentel (bateria) e Piti Knoepfelmacher (guitarra).
TMDQA!: Para começar, vocês são uma banda de família (Luiz, Thomaz e Júlio são irmãos). Como foi que surgiu o interesse por música entre vocês?
Júlio Pimentel: Acho que surgiu o interesse porque nossos pais escutavam muita música, muito rock’n’roll e por escutar a gente começou a gostar de rock, a comprar discos. Por sermos três irmãos, a gente sempre mostrava um pro outro o que gostava, o que não gostava, aí veio a paixão pelos instrumentos também… Com isso as nossas influências foram sendo meio as mesmas e é isso, a família vai se ajudando a mostrar quais os caminhos que a gente poderia seguir, enfim…
TMDQA!: E como foi que o Piti entrou na história?
Piti Knoepfelmacher: Bom, eu estudei com o Thomaz na escola e a gente nem se falava direito, mas um dia ele falou: “Olha, tá faltando um guitarrista na minha banda, você não quer fazer um teste? Ouvi dizer que você toca um violãozinho…”. Aí eu fui lá e fiz o teste e o pessoal gostou, parece! (risos). E eu tô até hoje lá!
Júlio Pimentel: As primeiras músicas que a gente tocou foram “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band” e “With a Little Help From My Friends”, e aí foi a chave para tudo se encaixar… a gente percebeu que a gente conseguia fazer um rock’n’roll mesmo.
TMDQA!: Quais são as suas influências principais… além de Beatles?
Júlio Pimentel: eu acho que é muito difícil citar nomes de bandas porque a gente gosta de muitas mesmo. A gente gosta de falar que a gente ouve muita coisa dos anos 60, 70, um pouco de blues e folk, são as nossas raízes, de modo geral.
Thomaz Pimentel: mas a gente também ouve muita coisa mais recente também, o Piti gosta muito de Foo Fighters, Oasis, John Mayer, então essas influências também acabam vindo. A gente busca mais pela raiz, com Beatles, Jimi Hendrix e Led Zeppelin mas a gente coloca um pouco do que a gente escuta hoje em dia. Acho que nossas influências são as pessoas que continuam trazendo essa linha do blues e do rock antigo pra essa década.
TMDQA!: Vocês regravaram a faixa “Ohio”, clássico no Neil Young. Como foi o contato com ele para ter a autorização e regravar o som?
Júlio Pimentel: A gente conheceu o Neil Young pela editora dele, na verdade é uma coisa muito simples, que acontece com vários artistas. A versão de “Ohio” que a gente fez, por ter sido licenciada pela editora, já foi um grande passo pra gente, já foi uma honra. A nossa versão é muito similar à dele, a gente espera que ele tenha ouvido.
Luiz Pimentel: Bom, sempre falam que o Neil Young é muito diferente dos outros, que é muito difícil de se conseguir uma música dele. Então, só de conseguir alguma coisa que venha dele, é quase certeza que ele tenha ouvido e que ele mesmo aprovou.
Júlio Pimentel: A gente na verdade torce para que ele tenha ouvido (risos).
Thomaz Pimentel: Vimos junto com a editora dele, tivemos uma resposta bem rápida e uma música que a gente sempre trabalhou bem, tivemos uma boa repercussão tanto em shows aqui como em shows que a gente já fez fora do país, porque as pessoas gostam muito de “Ohio”, então, foi tudo uma mescla, a gente queria muito que essa música entrasse no disco e ao mesmo tempo foi uma honra pra gente conseguir que isso acontece.
TMDQA!: Os Ted Boys… o cavalo do Napoleão Bonaparte… como foi que vocês misturaram essas ideias para formar o nome da banda?
Thomaz Pimentel: Isso tudo partiu do Júlio. Uma vez eu estava assistindo a um filme com a história do Napoleão, sobre a “Batalha de Waterloo” e a gente estava precisando dar um nome para a banda já e eu por acaso falei pro Júlio ver o filme, disse que era muito bom. E ele gostou tanto do filme que foi procurar o nome do cavalo do Napoleão, o Marengo. Aí a gente começou com várias coisas que tinham o tal do Marengo, era “Med Marengo”, “The Marengos”, tudo que tinha ligação com isso. E quando a gente descobriu o real significado da subcultura inglesa dos “Teddy Boys” (popular nos anos 50 a 70, comportamento e modo de vestir associado ao rockabilly), casou perfeito. Então a gente usou o nome do Marengo e colocou o “Ted” dos Teddy Boys e juntou tudo isso no nome da banda.
TMDQA!: Vocês masterizaram o primeiro disco de vocês, “First Prints“, no Abbey Road. Como foi a emoção de estar num estúdio tão importante para a história do rock?
Júlio Pimentel: É um frio na barriga só de pisar naquela sala, só de respirar o mesmo ar daquele ambiente, do estúdio em que eles gravaram aquela orquestra que tem no Sgt. Peppers, que tem no Álbum Branco…
Piti Knoepfelmacher: É um estúdio que mudou o mundo, que fez o rock se transformar nessa coisa que a gente acredita…
Thomaz Pimentel: E a gente participou disso. Nem que seja minimamente, a gente fez parte disso.
Júlio Pimentel: E a sensação é que você quer que o tempo passe devagar e quando você vê você ficou 5 segundos dentro do estúdio e sai de lá pensando que não viu nada.
Thomaz Pimentel: E você vê que passou o dia lá dentro e não deu tempo de ver nada… Mas é muita emoção de estar lá dentro.
Luiz Pimentel: É uma experiência muito boa. A gente espera que a gente tenha mais oportunidades de estar lá dentro de novo.
Thomaz Pimentel: E com certeza o resultado do som é diferente, é espetacular. A diferença que a gente tem de “mix” e de “master” é sensacional. A “mix” já está bem boa, aí quando a gente vê a “master”, ela vem do jeito que a gente queria e com as nuances do rock que eles sabem muito bem trabalhar, melhor que ninguém, aliás. Então, não só o lado emocional, mas o lado técnico compensou muito. É uma masterização de gente grande.
Thomaz Pimentel: Com certeza! Muito mais!
Piti Knoepfelmacher: Pois é, com certeza!
Luiz Pimentel: É… acho que sim!
Thomaz Pimentel: Acho que a gente prefere ter mais discos que amigos também.
Júlio Pimentel: Porque um disco é um amigo né?
Thomaz Pimentel: Porque a gente tem muitos amigos, mas acho que não daria para conciliar a quantidade de amigos com a quantidade de discos que a gente tem…
Para conhecer mais do Ted Marengos e ouvir seu primeiro disco, o First Prints, curta a página deles no Facebook e ouça o álbum abaixo.