Jorge Ben Jor
Sem parar, sem fôlego, logo depois do show dos Paralamas, começava o show de Jorge Ben Jor. Levando os maiores sucessos de uma longa jornada e aparentemente abatido, o carioca dispersou a galera que aguardava os shows do Palco João Rock logo em suas primeiras canções.
Foi triste ver, mas todos pareciam estar muito mais interessados em ver os Raimundos e foram deixando a ala do palco principal, fazendo o show de Jorge Ben ser um dos mais vazios a rolar por ali. O músico também parecia não se abalar muito: o show trouxe um Ben que não encostava muito na guitarra e cantava, sem qualquer interação com o público, como se estivesse num ensaio aberto. Enquanto isso, sua banda dava show de sorrisos, simpatia e bom humor, “salvando a cara” do Mestre.
O clima era de tristeza: era como se alguém tivesse chegado em Jorge Ben antes de ele entrar no palco e dito que não existe mais Carnaval, que o fusca quebrou, que o Flamengo está na terceira divisão e que a Tereza morreu, tudo ao mesmo tempo, já que nem a alegria de “País Tropical”, um dos principais sucessos da carreira do músico, empolgaram nem ele nem a galera.
“Fio Maravilha”, “A minha Menina” e “Surfista Solitário” ganharam algum público, que pulava e dançava ao som das canções, mas nem “Take it Easy My Brother Charles” garantiu lotação ao redor do palco. O músico também lembrou Tim Maia em sua apresentação, tocando “Do Leme Ao Pontal”, bem recebida por quem ainda estava por ali.