Raimundos
Não teve pra ninguém. Todo mundo já sabia, mas só para confirmar, a principal e mais aguardada atração do Palco Universitário era mesmo os Raimundos. O show, que já estava uma hora atrasado, só começou um pouco depois que Canisso testou a afinação do baixo com um trechinho de “Higher Ground”, de Stevie Wonder, fazendo os mais atentos começarem a chamar enlouquecidos pela banda.
Digão entrou no palco cumprimentando todo mundo e mandando a nova “Gato da Rosinha”, do mais recente álbum Cantigas de Roda. O rock pedrada da banda, misturado aos ritmos nordestinos do baião e marcado por vezes com um triângulo, faziam com que cada música ganhasse a competição com a anterior, para ver qual era a mais cantada / gritada pela galera.
Entre as que fazia tempo que eles não tocavam ao vivo, “Vinte e Poucos Anos” ganhou fãs estendendo uma bandeira na frente do palco com o logo da banda e uma execução impecável. Em “Palhas do Coqueiro” o vocalista Digão parou a música e alertou a galera: A gente tá fazendo uma competição no Brasil inteiro pra ver qual é a maior roda. Então, vamos organizar uma aqui. Se eu fosse vocês não ficava no meio não… abre a roda aí e quando eu falar “já!”, vale tudo, menos soco na cara e chute no saco! Quando a música voltou e ele gritou o prometido “Já”, se viu uma das maiores rodas de toda a história do João Rock com uma galera alucinada cantando e pulando muito.
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Sempre interagindo com o público, Digão pediu antes de começar “Esporrei na Manivela”: Vamo lá meu povo que eu quero ouvir vocês gritando palavrão bem alto! Não teve outra: a rápida, porém decorada música, ecoou em uníssono por todo o Parque Permanente, como se o pedido de Digão tivesse se transformado em uma ordem absoluta.
“Mulher de Fases”, “Puteiro em João Pessoa” e “Reggae do Maneiro” ainda fizeram a galera cantar até a voz acabar num show que mais uma vez mostrou a importância que os Raimundos têm para o seu público, para o rock nacional e para a música brasileira!
