Música é criada com inspiração e um ótimo jeito de chegar nela é vendo outras criações de artistas de todo o mundo. O Follow the Colours é um site que une o melhor da arte para quem busca o que anda sendo feito de bacana em design, fotografia, artes plásticas, entre outros. Para entender um pouco sobre a história do site, sobre a busca por inspiração, os rumos da arte hoje e (é claro) sobre a eterna batalha que é ter mais discos que amigos, conversamos com Carol Moré, editora do Follow the Colours.
TMDQA!: Como surgiu o Follow the Colours?
Carol Moré: Foi em 2009. Eu e uma amiga trabalhávamos em uma agência de publicidade. Conversando, a gente chegou à conclusão de que queríamos compartilhar inspirações do dia a dia e outras ideias legais que encontrássemos pela web. Eu particularmente sempre gostei de design, cores, arte e ela era mais ligada à decoração, DIY e craft. Era bem o começo das redes sociais como forma de divulgação na internet e o boom de sites e blogs. Era uma ótima maneira da gente se expressar, mas acabou que ela se mudou para São Paulo para trabalhar em uma grande empresa e passou a não participar mais. Eu continuei com o FTC sozinha, postando todos os dias, e 5 anos depois, o que era brincadeira virou trabalho.
TMDQA!: O site é um agregador de arte e cultura e é visto como um lugar para pegar inspirações. E elas viram novas formas de arte! Você já tinha esse pensamento de agregar inspirações no começo do site?
Carol Moré: Tudo começou bem informal mesmo, como uma forma de “estudo”. De olhar as coisas com outros olhos. Eu queria me inspirar de alguma maneira com esses assuntos e também me expressar. Cada vez mais fui me apaixonando pelo tema, pela internet e via que as pessoas davam feedback.
Eu não imaginava que o FTC ia tomar essa proporção. Quando vi, não conseguia ficar mais um dia sem postar. Foi inesperado mesmo.
TMDQA!: Muita gente critica a arte atual pela falta de originalidade, que é tudo uma cópia. Outros elogiam exatamente por isso, por tudo ser um remix. Como você vê a arte hoje?
Carol Moré: Acho que existem artistas e artistas. Cada um com sua originalidade, outros com a falta dela. Pra existir os bons, tem que existir os ruins, as cópias. Muitos que copiam até desenvolvem um estilo próprio, por exemplo, outros continuarão apenas copiando.
A arte para mim está muito mais nos olhos do quem vê. Se eu pego uma bola e dou para 2 pessoas diferentes, o que acontece? Para uma, aquilo pode ser apenas uma bola. Para outra, como Yayoi Kusama por exemplo, é uma obsessão que vai ser transformada em arte.
TMDQA!: Vocês se descrevem como um espaço para compartilhar boas ideias. Alguma recente, relacionada a música, te chamou a atenção?
Carol Moré: Com a mudança do layout do FTC, começamos também a abordar diferentes assuntos e um deles é a música. Gosto bastante de indie, rock alternativo. Young the Giant me chamou atenção recentemente com o hit “Mind over Matter”, além de Vance Joy com “Riptide”.
TMDQA!: Você coleciona discos? Se sim, você tem algum que leva como um queridinho na coleção?
Carol Moré: Eu não coleciono discos, mas tenho uma coleção queridinha. Sou super fã de Dave Matthews e compro tudo o que vejo pela frente, inclusive CDs. Minha última aquisição foi um Box Deluxe de Big Whiskey and the Groogrux King.
TMDQA!: O que você acha da volta do vinil como um formato para se ouvir música?
Carol Moré: Assim como as máquinas fotográficas analógicas, gosto do vinil como uma volta às origens. É nostálgico. Acredito que as músicas estão sempre ligadas a algum sentimento, emoções, pessoas ou momentos da vida. Acho que ouvir um bom vinil é como um ritual.
TMDQA!: Você tem mais discos que amigos?
Carol Moré: Pode apostar que sim.