O dia da música eletrônica começou com muita espera no Converse Rubber Tracks Live. Quem chegou no Cine Jóia depois das 20hs de ontem enfrentou uma grande fila, daquelas de virar o quarteirão. Mas o palco da casa de shows receberia quatro grandes bandas, então, a fila era não só justificável, como justa. Confira abaixo um pouquinho de como foi cada show.
Godasadog
A entrada na casa para “dar início aos trabalhos” começou depois das 21hs e a primeira banda que subiu ao palco foi o Godasadog, às 22hs em ponto. A banda, normalmente formada por Victor Meira e Matschulat, ontem teve uma substituição e Lucas Dimitri foi quem assumiu o baixo e synths, já que Mastschulat está em viagem.
Explorando as músicas de seus EPs Casulo e Hoje, o duo foi recebido com entusiasmo pelos já presentes no Cine Jóia (que eram muitos). Simpático, Victor interagia com o público entre uma canção e outra, tentando roubar a atenção dos presentes para a música que rolava no palco, mas, por vezes, não foi ouvido.
O grande problema de festivais de música hoje em dia no Brasil talvez seja esse: o público não está preparado para tudo o que vai acontecer na festa, escolhe sua banda favorita e não se dá a oportunidade de conhecer novos sons. Quem não ouviu “Agora” e “Centro” ontem no Cine Jóia, entre outras, talvez tenha perdido a oportunidade de conhecer uma nova banda. Mas nem por isso, o Godasadog deixou de fazer um bom show.
SchoolBell
Ao entrar no palco, a simpatia do Cine Jóia inteira se concentrou em uma pessoa só: Camila Sato. Aquela japinha cheia de gingado e dona de uma voz impressionante conseguiu fazer com que todos os presentes se concentrassem no palco pela primeira vez desde o início do festival. Era o SchoolBell começando a sua apresentação no Converse Rubber Tracks Live.
Procurando os “fãs conhecidos” entre uma olhada e outra do palco para o público, agradecendo a presença de cada um, celebrando quão especial aquela noite estava sendo e claro, cantando e rebolando sem parar, Camila foi um dos destaques da noite. O disco / house do trio misturava os sintetizadores à voz de Camila e com o acompanhamento de Alexandre Molinari (ex-The Name) e Eduardo Ramos.
Trabalhando o EP Spin Me a banda obviamente tocou a música que dá nome ao trabalho, além de explorar outros sons da carreira, como “New Club Track” e “Haze”. Em uma “corrida contra o tempo”, como ressaltou Camila, o trio apresentou suas cinco canções em meia hora de espetáculo e deu lugar para a arrumação que começaria pré-show do Classixx.
https://www.youtube.com/watch?v=r-NEM5NRvCM
Classixx
Sem qualquer anúncio prévio, o CLASSIXX simplesmente apareceu no palco do Cine Jóia, também pontuais, no final de uma das músicas do DJ que animava a festa no intervalo entre uma banda e outra. Michael David e Tyler Blake foram a primeira atração internacional do Converse Rubber Tracks Live e o show também foi pontual, iniciando às 0h. O duo foi a primeira atração que realmente fez todos os presentes saírem do chão, com seus remixes e novas canções.
Oiiii São Paulo! Nós somos o Classixx! Foi assim que Tyler se apresentou e recebeu o carinho do público paulista. Sem parar por um minuto, a dupla se alternava nos vocais e nos controles do arsenal de pickups que carregavam. O álbum, Hanging Gardens, lançado no ano passado, deu o tom da apresentação, com “I’ll Get You” cantada por todo o público, além de “Holding On” e “A Stranger Love” , que marcaram presença no repertório, curto mas que satisfez o público.
Chromeo
Que a atração mais esperada da noite era o duo de Montreal e Nova York, não havia a menor dúvida. Mas o delírio do público quando o show de luzes para o anúncio da entrada ao palco de Dave 1 e P-Thugg começou com certeza surpreendeu até a dupla. Com o quarto álbum White Women recém lançado, a dupla explorou sucessos da carreira e novos sons, em uma apresentação eletrizante do começo ao fim.
Boa noite São Paulo! É um prazer estar aqui de novo! disse o carismático Dave no intervalo entre um e outro sucesso. Após mandar “When The Night Falls”, “Sexy Socialite” e “Tenderoni”, entre outras, Dave até arriscou algumas palavras em português, enquanto P-Thugg animava o público com seus efeitos de voz.
O show, também rápido, mas intenso, terminou com tom de saudade: Dave ressaltou que sempre se sente em casa no Brasil, já que esta é a terceira vez em que a banda se apresenta por aqui.