Textos por Rakky Curvelo e Fernando Branco
No segundo dia de Converse Rubber Tracks Live, quem é fã de indie rock e de rock nacional teve sua vez. Também marcado pela pontualidade, mas com alguns atrasos mais intensos, o festival contou com shows de Coyotes, Vespas Mandarinas, Minus the Bear e Brand New. Confira como foram cada um deles.
COYOTES
Com alguns uivos pré início do show e um público cativo de amigos e conhecidos da banda gritando apelidos engraçados para os integrantes, os Coyotes subiram ao palco do Cine Jóia para começar o segundo dia de Converse Rubber Tracks Live. Abrindo a apresentação com “A Flecha” a banda mostrou os destaque de seu primeiro EP, Coyotes, acompanhando cada música de um bom solo de guitarra. “Gosto de Fim” e “Viver em Paz” também apareceram no set.
Animado e cheio de carisma, Júlio Cardoso, que assume os vocais e guitarras da banda, agradeceu a presença de todos e a oportunidade de participar do festival da Converse. “É uma honra muito grande fazer parte disso aqui,” comentou, antes de tocar a que seria sua última música da noite.
VESPAS MANDARINAS
“Nós somos as Vespas Mandarinas, de São Paulo” anuncia Chuck Hipólito, como se houvesse alguma necessidade de apresentação, antes de a banda começar a tocar no Cine Jóia. Mais que conhecidos do público ele, Thadeu, André e Flávio começaram o show com “Cobra de Vidro”, do primeiro disco, Animal Nacional, lançado no ano passado.
O trabalho, que vem sendo o guia para os shows das Vespas, que só vez ou outra aproveitam músicas mais “antigas” dos EPs Da Doo Ron Ron de 2010 e Sasha Grey de 2011, foi amplamente explorado nas canções “O Vício e o Verso”, “O Amor e o Acaso” e “Santa Sampa” que será a próxima música a ganhar clipe dentro do álbum.
Um pouquinho antes do final do show, alguém avisou o Thadeu de que eles só tinham mais 5 minutos. Fazendo graça, o músico comentou com a plateia:
Peraí… Tão tirando a gente daqui! A gente tem 5 minutos? Agora q a gente tava começando a esquentar… Bom, a gente vai tocar duas músicas aqui e ninguém vai tirar a gente do palco!
Para delírio dos fãs, a banda veio com “Não sei o Que Fazer Comigo” e finalizou a apresentação com “Um Homem Sem Qualidades”.
MINUS THE BEAR
Desde antes do começo do show, o pessoal do Minus The Bear já começava a mostrar sua simplicidade e simpatia. A banda fez questão de subir ao palco para deixar seus instrumentos afinados do seu jeito. Depois de todos os ajustes, uma saída do palco para voltar novamente em alguns instantes e finalmente começar o show.
São Paulo, nós somos o Minus The Bear. Muito obrigado por terem vindo, é muito bom estar aqui.
Com essas palavras, Jake Snider terminou de conquistar de vez o público da noite, antes mesmo de começar a apresentação. E quando começou, sucessos como “My Time” e “Into The Mirror”, eram cantados pela galera animada do Cine Jóia.
Sem qualquer pedido, a introdução de “Absinthe Party at the fly Honey Warehouse” arrancou um coro de palmas do público, que surpreendeu a banda. Após a canção, Jake agradeceu com seu ensaiado português num “obrigado” de quem está tentando não soar estranho.
“Muito obrigado pela recepção e pelo carinho. Nós amamos vocês!” foram as últimas palavras de Jake no palco, antes de finalizar a apresentação com a animada “Pachuca Sunrise”.
Setlist:
- Steel and Blood
- My Time
- The Fix
- Into the Mirror
- Absinthe Party at the Fly Honey Warehouse
- Knights
- Throwin’ Shapes
- Drilling
- Pachuca Sunrise
BRAND NEW
Foto por Camila Ciasca
Guitarras, distorção e uma porção de fãs fanáticos: esses foram os três elementos que resumem a primeira passagem do Brand New pelo Brasil. Quando o quinteto novaiorquino subiu ao palco, boa parte do público já havia deixado o Cine Jóia, mas quem esperou mais um pouco não se arrependeu. As guitarras cortantes e a fúria vocal de Jesse Lacey fizeram valer a espera dos fãs.
Mesmo sem lançar nada desde 2009, quando saiu Daisy, a banda se mostrou bem entrosada. Isso somado a um público fiel, que esperou por tanto tempo pra ver os caras de perto, foi a faísca que faltava pra fazer a coisa toda pegar fogo.
“Sink”, “Gasoline” e “At The Bottom” marcaram um começo dinâmico, com letras introspectivas e a agonia vocal característica de Lacey. Quando a banda lançou mão dos sons mais antigos o público acendeu de vez, cantou e pulando junto com “Sic Transit Gloria… Glory Fades”, “Okay I Believe You, But My Tommy Gun Don’t” e “Seventy Times 7”, do primeiro disco dos caras, Your Favorite Weapon (2001).
Já na reta final, o vocalista se desculpou, de forma simpática, por não falar português e prometou não deixar os fãs esperando por tanto tempo novamente. “You Won’t Know” fechou a apresentação no mesmo ritmo, com guitarras, distorção e um bando de fãs satisfeitos.