Quinto Dia
Maguerbes
Abrindo a noite mais cedo, afinal, era um domingo, a Maguerbes, formada por Haroldo Paranhos (vocal), Adilson Camargo (guitarra), Bruno Consani (guitarra), Julio Ramos (baixo) e Ricardo Francischangelis (bateria) era uma das bandas com maior repertório dentre as nacionais que se apresentaram no palco do Cine Jóia, durante todo o festival. Afinal, 20 anos de carreira não é mesmo para qualquer um.
Numa performance que beirava a alucinação, Haroldo interagia com o público cantando perto, dançando, jogando o microfone à distâncias preocupantes para a equipe de som e conversando com a plateia entre uma música e outra. A apresentação teve “Rituais”, “Qual seu real valor” e algumas outras da vasta discografia do grupo.
Já no final da apresentação, e aparentemente em resposta à alguns comentários negativos do público do Cine Jóia, o vocalista desabafou: Eu queria agradecer muito a todo mundo que organizou essa parada aqui, porque é muito bom estar nesse palco. Eu tô aqui há 20 anos e nunca tive que dar satisfação pra ninguém nessa bosta! Então se você tem um sonho, acredite, acredite e acredite. Viva! É grátis e não tem que ter vacilo.
DLC – Dead Little Chicken
Formada em 2008 por Fernando Ferrari (vocal e guitarra), Marcelo Ariente (baixo), André Kbelo (guitarra) e Eduardo Garcia (bateria) a DLC abriu seus trabalhos com um Fernando fazendo seu Boa Noite Cine Jóia! animar os presentes. A música “Nenhum passo para trás”, que passou a semana passada inteira bombando nas redes sociais do grupo, foi a primeira entre as canções que a banda executou.
Aplaudidos após algumas canções, a banda começou a se soltar e conversar com o público entre uma e outra execução. André foi ao microfone algumas vezes, em uma delas para dizer que “O rock ainda vale a pena, caralho!” , Fernando voltou dedicando uma música à organização do evento e à equipe de infra-estrutura, porque “A gente sabe o quanto é duro o trampo e o quanto a galera esquece de valorizar vocês!” . Outras músicas incluídas no set da banda foram “O Preço” e “Rápido Demais”.
The Sword
Terceira banda da noite, o The Sword subiu ao palco sob grande expectativa do público. Apesar da banda ainda não ser muito conhecida no Brasil, uma grande quantidade de fãs esperava o quarteto.
Formado em 2003, no estado do Texas, o grupo tem quatro discos lançados, todos muito bem recebidos por público e crítica internacionais e bem representados no shows, com destaque para as músicas ‘’Tres Brujas’’, que abriu o show, e “How Heavy This Axe”.
O que mais chamou a atenção na apresentação foi a forma com os caras conseguem soar atuais dentro de um universo de influências clássicas. O som do The Sword passa pela cadência pesada do Black Sabbath, mais as guitarras gêmeas e melódicas do Thin Lizzy dentro de um contexto moderno, na trilha do stoner rock. Foi um dos grandes shows do festival.
Clutch
Pela primeira vez no Brasil, os já veteranos do Clutch fecharam a noite mais pesada do Converse Rubber Tracks Live. Muito celebrada pelo público presente, a banda veio divulgar o excelente Earth Rocker, lançado no ano passado.
O disco novo teve prioridade no setlist, mas considerando a estreia em palcos brasileiros, os caras tocaram coisas mais antigas, como ‘’Spacegrass’’, do álbum homônimo lançado em 1995 e ‘’Mices and Gods’’, de Robot Hive/Exodus (2005).
Durante o show, o vocalista Neil Fallon mostrou muita presença e simpática. Gesticulou, interagiu com o público e ainda se “desculpou” pela demora em vir ao Brasil.
Foi um belo fechamento para o festival, marcado por alguns deslizes da organização, mas que também trouxe e apresentou coisas novas para o público. Qualquer tipo de iniciativa nesse sentido é válida, no entanto esperamos que, se existirem, as próximas edições revisem os erros dessas para tornar a vida dos fãs e o acesso aos shows, mais fácil.