Resenha: Vaca Amarela 2014

Festival apostou em muitas bandas regionais e em grandes nomes da música nacional. Confira um resumo do que rolou nos 3 dias de show!

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Domingo – 14 de Setembro

As apresentações começaram (bem) cedo no último dia de festival. As 15h já havia bandas se apresentando embaixo do calor insuportável que estava fazendo em Goiânia. As primeiras bandas contaram com um público bem pequeno, mas ao som da mistura inesperada do Distorce e do som pesado da banda OFF 1984 o público foi embalado pelo bom e velho rock nas primeiras horas do festival.

O público se surpreendeu bastante com a banda Ímpeto, que está junta há 10 anos e apresentou um hardcore muito bem tocado. Os caras devem estar na casa dos 40 anos (e até brincam que fazem hardcore geriátrico) e têm um pique muito bom, de dar inveja em muito novinho por aí. O rock pesado continuou firme com a banda Entre os Dentes, que trouxe ao festival um som bem forte e com letras cítricas, chamando a atenção do público que começou a chegar em maior número no evento.

O rap voltou novamente aos palcos do Vaca Amarela com a banda Sã Consciência. O grupo interagiu bastante com o público, entre cada música batiam um papo com a galera e chamavam a próxima faixa, pediam para o público que estava lá curtir e cantar junto e “fortificar a viagem” da banda. Com um setlist de 9 músicas cantadas por muita gente da platéia, foi tanta empolgação que um dos integrantes da banda acabou caindo depois de subir em uma caixa de som do palco. Acontece né…

Cherry Devil trouxe as raízes do rock de volta ao público. Com uma baixista que tem mais presença de palco do que a maioria, a banda fez uma apresentação pesada. O vocalista Ewerton chegou a comentar que estava sem voz mas cantou bastante e agradou ao público que costuma acompanhar a banda.

Os conterrâneos do Far From Alaska, a banda Monster Coyote, subiram ao palco com um público já grande e fizeram uma apresentação densa quee impactou o público com sua animação ao vivo. Com um vocal brutal, baixo encorpado e riffs bem marcados, o grupo teve uma grande aprovação do público e parece ter curtido bastante a recepção.

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Patrick Horla

Girlie Hell, como sempre, fez uma ótima apresentação. Composta apenas por mulheres, a banda traz à tona toda a atitude feminina com vocais rasgados, riffs marcantes e distorções que foram sentidas em todos os cantos do evento. Com um pouco de atraso (já decorrente das apresentações anteriores) Patrick Horla subiu ao palco as 20h e lotou o espaço em frente ao Palco 2. Conhecido por ser bem polêmico, Patrick se apresentou com o rosto coberto como sempre e a galera cantou praticamente todas as músicas do artista. O público predominante no evento nesse horário era bem característico do rap, o que não surpreende muito pois o line up do dia estava cheio de atrações do gênero. No mesmo ritmo e com tanta empolgação do público quanto no show anterior, o grupo Faroeste trouxe seus beats pesados para o evento e manteve o público bem animado com muita interação durante a apresentação.

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Dogman

O show da banda Dogman merece destaque, principalmente pelo bom humor e carisma do vocalista Haig Berberian, que já começou a apresentação bem zueiro cumprimentando o público com um “Iae Villa Mix?!” (se eu não escutei errado) em referência ao evento sertanejo que acontecia simultaneamente em outro local da cidade. Apresentando um Grunge mesclado com Hard Rock, a banda tocou seus principais sucessos e um dos ápices do show foi a música Desert, onde Osmar Netto (da banda Versário) acompanhou a banda nos vocais e atendeu à expectativa do público. Algum maluco até se empolgou mais que o necessário e subiu nas estruturas do palco e assistiu parte do show lá de cima, causando um certo transtorno quando os seguranças tentaram normalizar a situação.

Haikaiss trouxe o rap da Zona Norte para Goiânia realizando um show com muitas participações e um público bem empolgado em praticamente todas as músicas. Com beats bem fortes, um rap moderno e com letras menos agressivas, o grupo surpreendeu ao público e a outros artistas que se apresentaram no mesmo dia e pararam para prestigiar os paulistas.

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Aurora Rules

Os goianos da Aurora Rules fizeram um dos shows mais empolgantes da noite. Com afinações baixas e notas pesadas unidas a um vocal que mescla guturais e momentos melodiosos, o grupo surpreendeu o público mais uma vez com sua presença de palco. Com uma apresentação lotada de momentos em que o público se debateu em pesadas rodas de hardcore, foi possível presenciar mais uma vez todo o espírito e rebeldia do rock no evento. Na música que é considerada o carro chefe da banda, “Eu Vou Vencer”, o público acompanhou o vocalista durante toda a faixa e na última faixa, “Disputa Carnal”, a banda quase fez um mosh em cima do palco mesmo. No fim das contas o vocalista desceu do palco e se juntou ao público na bagunça que estava acontecendo no mosh, com microfone e tudo. Para finalizar, o guitarrista e o baixista da banda quebraram seus instrumentos (causando até um machucado na mão do baixista, que acabou indo parar no hospital). Rock pesado, show pesado e aprovação total do público! Aurora totally RULES.

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Mugo

Depois de um ano fora dos palcos e após anunciarem o fim do grupo, a banda Mugo resolveu voltar à ativa no Vaca Amarela. Com um estilo de som bem pesado, antes mesmo de entrarem no palco o público já estava fazendo mosh e gritando a banda. Logo que subiram ao palco o grupo comentou como estava com saudade de tudo aquilo e o público não desanimou um minuto durante todo o show demonstrando que o sentimento era recíproco.Com músicas mais antigas e algumas mais atuais, Mugo mostrou que está voltando com tudo para a cena do rock nacional.

Com um metal Old School bem pesado a banda Kamura fechou as apresentações do palco rosa, com um público bem grande e comprovando o sucesso proveniente de vários anos de estrada e inúmeras participações em festivais renomados da cidade. Mais uma vez o grupo realizou uma apresentação pesada que fechou também a presença do rock nessa edição do evento. Representaram muito bem o rock goiano!

E para fechar com chave de ouro o festival, o show mais aguardado da noite (e talvez até de todo o festival) aconteceu mais tarde do que o previsto, mas (quase) ninguém foi embora sem ver Criolo no palco do Vaca Amarela.

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Foi impressionante observar como todo mundo sabia cantar a maioria das músicas, todos curtindo bastante o show. Foi uma apresentação lotada de participações especiais de gente como Flora Matos, Haikaiss e Ivo Mamona. O palco só não estava mais cheio do que o espaço em frente a ele, onde não caberia mais nenhuma pulga de tão lotado que estava.

Com um setlist gigante, cheio dos maiores sucessos de Criolo e versões para músicas de outros artistas (como Bob Marley e Minnie Riperton) o show de Criolo passou do rap para o samba, arriscou um quase funk e quando todos acharam que o show tinha acabado (muitos já tinham ido embora inclusive), Criolo voltou ao palco e cantou mais três músicas. Entre elas estavam os sucessos “Não Existe Amor em SP” e “Grajauex”. Nas primeiras partes do show o público curtiu músicas mais recentes como “Duas de 5” e também sucessos mais antigos como “Subirusdoistiozim” e “Sucrilhos”. Show para todos os gostos, para todos os gêneros. Totalmente coerente com a proposta de multi culturalidade do evento e um headliner mais do que bem escolhido.

Até 2015, Vaca Amarela!

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