Resenha: Franz Ferdinand em São Paulo

Sétima passagem da banda pelo Brasil conta ainda com show no Rio de Janeiro nesta quinta-feira.

Resenha: Franz Ferdinand em São Paulo

Texto: William Galvão / Fotos: Fábio Nunes

Pela sétima vez no Brasil, o quarteto escocês Franz Ferdinand tocou na noite da terça-feira, 30, no Espaço das Américas, em São Paulo, para um público que, mesmo empolgado e afiado nas letras, não foi suficiente para encher a casa como aconteceu na semana anterior com o Queens Of The Stone Age (resenha aqui). A passagem da banda faz parte da turnê do quarto disco de estúdio Right Thoughts, Right Words, Right Action, lançado em Agosto do ano passado.

Cerca de duas horas antes do show, o que se via do lado de fora do estabelecimento eram mirradas filas de fãs esperando a abertura dos portões, meia dúzia de barracas vendendo bebida e uma cambistagem bem desorientada pela falta de demanda. A apresentação de abertura ficou por conta dos goianos da Boogarins, que voltaram recentemente de uma turnê pela Europa e Estados Unidos. A banda mostrou seu rock psicodélico em uma apresentação morna baseada no disco lançado em 2013, As Plantas Que Curam. Tão morna que muita gente aproveitou esse tempo para ir ao banheiro ou até tomar uma superfaturada cerveja a dez reais no bar do Espaço das Américas.

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Pouco depois das 22h, o Franz Ferdinand subiu no palco e, a despeito de quem preferiu ficar em casa por se tratar de uma terça-feira, perdeu uma apresentação de nível elevado, bastante competente e agitada. “Right Action”, do último disco, abriu a apresentação em clima de euforia. Mesmo em se tratando da turnê de Right Thoughts…., apenas cinco canções do disco foram tocadas. A banda preferiu dar ao público o que eles queriam: um show recheado de singles, até por que todo disco da banda tem pelo menos cinco hits cada.

“No You Girls” e “Tell Her Tonight” mantiveram o ritmo de cantoria do público, que sabia cada palavra em quase todo o show. A nova “Evil Eye” surgiu em contraste com a quase balada “The Dark Of Matinéé”, que apontou para o primeiro ponto alto do show: “Do You Want To” e “The Fallen”, em uníssono.

“Lucid Dreams”, a eletrônica “Erdbeer Mund” e a bateria certeira de “Michael” colocaram a plateia no clima de pista para deixar todo mundo no seu devido lugar com “Walk Away”. Uma passagem ainda em ritmo desacelerado de “Stand On The Horizon” deu a deixa para a banda emendar “Can’t Stop Feeling” com “Auf Achse”.

Já se encaminhando para o final da apresentação, o quarteto de Glasgow mostrou mais uma do novo álbum, “Brief Encounters”, com direito a um rebolativo vocalista. A seguir o mega hit “Take Me Out” foi dedicado à banda de abertura Boogarins. A canção contou com uma plateia extasiada e Alex Kapranos dizendo “Obrigado”, “Obrigado São Paulo” a todo momento.

Apesar de a banda não estar em seu melhor momento para o público brasileiro, talvez por já ser uma das figurinhas carimbadas por aqui, o show ainda empolga. No final, um velho truque, Alex subiu na bateria em “Outsiders” como efeito para o bis que contou com “Jacqueline”, “Goodbye Lovers & Friends” e “This Fire”, que teve um salto no ar de toda a banda.

Como o Franz Ferdinand sempre retorna ao Brasil e nunca deixa o público ressabiado, talvez a “falta de público” seja explicada por tal argumento, mas também pela economia de dinheiro já que show gringo por aqui é caro e também por que nos últimos meses foram anunciadas as vendas de ingressos para festivais como o Lollapalooza e o Popload, além da vinda de gigantes do rock como o Foo Fighters e rumores de gente como Rolling Stones e Paul McCartney.

Setlist:

1 – Right Action
2 – No You Girls
3 – Tell Her Tonight
4 – Evil Eye
5 – The Dark of the Matinée
6 – Do You Want To
7 – The Fallen
8 – Lucid Dreams
9 – Erdbeer Mund
10 – Michael
11 – Walk Away
12 – Stand on the Horizon
13 – Can’t Stop Feeling / Auf Achse
14 – Brief Encounters
15 – Take Me Out
16 – Ulysses
17 – Love Illumination
18 – Outsiders

Bis:
19 – Jacqueline
20 – Goodbye Lovers & Friends
21 – This Fire

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