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Resenha: Planar - Invasão

Conheça o trabalho do power trio carioca Planar em seu álbum de estreia, "Invasão".

Planar - Invasão

Planar - Invasão

Do rol de bandas nacionais com grandes trabalhos lançados neste 2014 que já está perto do fim (olha, Outubro!), o Planar merece destaque. Seu primeiro disco cheio, Invasão se transforma em favorito do mês entre os nacionais em poucos instantes. Não dá para saber se é o sotaque carioca, tão amado e tão odiado, o forte timbre da guitarra e do violão, quando necessário, a marcação certeira de bateria, as letras puras e sem frescuras ou a mistura de tudo isso, faixa a faixa. O fato é que a Planar, banda formada por Leonardo Braga (voz e guitarra), Leonardo “Chapolin” Villela (baixo) e Ivan Roichman (bateria) trazem para o nosso rock brasileiro uma boa dose de saúde e vitalidade.

Abrindo com Nossa Invasão” o trio já entrega um single pronto na primeira faixa do disco. Não dá para não cantar junto o refrão que cresce a cada repetição: Quem vai me contar / O fim da história? / E vai vir me procurar / Que não há pedra que me faça tropeçar / Que essa estrada começa onde termina o mar. É impossível não repetir até cansar.

Seguindo a faixa, “Trens” conta a história de um casal que não se reconhece mais, fingindo não se ver entre as multidões. É um fim de relacionamento que, em metáforas, faz o coração apertar um pouquinho. A mensagem é consoladora: os trens passam, as dores vêm e vão, a chuva vai passar.

O próximo destaque do disco é a canção “Salão de Festas” com batida oitentista e um convite para dançar, de rosto colado com o seu par. Seguida de “Conversa Debaixo D’Água”, o disco parece um combinado de histórias de um casal (ou vários casais) fazendo a trilha sonora de suas vidas: bons momentos, discussões, recordações, solidão… Cada melodia pode contar uma história diferente, mas o disco parece construído para nos fazer passar por todas elas, sentindo emoções diferentes.

“Vendaval” é a narração de uma boa briga, mas que coloca o narrador no centro da conversa, exercendo seu papel de compreensivo e de leal. Não dá para não se comover com o “conhecimento de causa” da história, de quem sabe que aquela discussão vai acabar e que, não importa o que seja usado “contra” o outro, “não há vento forte o bastante pra nos desandar”. Destaque ainda para a intensa “Calma” em que, ao contrário do título, grita a indignação e pede “a reviravolta”, enquanto declara que “tudo vai passar”.

Entre as reaproveitadas do EP Tanto Mar que vieram para o disco novo com novas roupagens, “Tanto Mar”, “Café” e “2012“, que encerra o disco, foram espalhadas pelo trabalho e dão a ele o tom de continuidade, já que parecem ter sido refeitas justamente para fazer parte dele, sem esquecer a história da banda antes do lançamento.

Produzido por Patrick Laplan (Eskimo, Los Hermanos, Biquini Cavadão) e gravado quase que totalmente em casa, o álbum saiu depois de 12 meses de conversas, ensaios e composições e a banda aproveitou muito bem esse tempo. As canções de amor garantem bons momentos tentando se imaginar em cada uma das histórias. Ouvir e repetir é o que a gente tem pra fazer agora, já que a invasão deu certo e a Planar não sai mais da cabeça.

Nota: 7 / 10