Resenha: Circuito Banco do Brasil em Belo Horizonte

Pela primeira vez em BH, Linkin Park e Panic! At the Disco agitaram mais de 20 mil pessoas no Mineirão com Titãs e Nação Zumbi.

Resenha: Circuito Banco do Brasil em Belo Horizonte

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Texto por Regiane Avelar

Fotos por Regiane Avelar exceto onde denotado

Palco de muitos gols e uma torcida alucinada por futebol, o Estádio Governador Magalhães Pinto, Mineirão, cedeu espaço para uma galera que é fã de música boa e rock and roll. Num calor de 36°C, o clima não poderia ser mais quente durante o Circuito Cultural Banco do Brasil 2014, no último dia 18 de outubro, em Belo Horizonte (MG).

Stereophant no Circuito Banco do Brasil em Belo Horizonte

Foto por Filipe Marques

Para começar, a banda vencedora do concurso VOZPRATODOS, Stereophant, se apresentou e transmitiu a emoção, diante de tão seleto e numeroso público. “Foi o maior público para o qual já tocamos. E abrir o show para uma banda como Nação Zumbi é uma responsabilidade enorme”, desabafou o vocalista Alexandre Rozemberg.

No repertório, a banda carioca tocou músicas do disco de estreia, Correndo de Encontro a Tudo, com muitos riffs de guitarra e arranjos padrões, influencias pela música latina. As letras trazem uma visão crítica de como os músicos enxergam o mundo, os outros e a eles mesmos.

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Foto por Eduardo Magalhães

Na sequência, a banda pernambucana de rock e maracatu, Nação Zumbi, subiu ao palco com a turnê que comemora os 20 anos do disco Da Lama Ao Caos. Além dos principais clássicos, conhecidos pelo público, a banda explorou o trabalho do álbum recém lançado, homônimo, produzido por Berna Ceppas e Kassin, mixado por Daniel Carvalho e Mario Caldato Jr.

Titãs no Circuito Cultural Banco do Brasil BH

Foto por Filipe Marques

Já era noite e fechando as participações brasileiras no palco do Circuito Cultural Banco do Brasil, os Titãs subiram ao palco em grande estilo, para tocar os novos sucessos “Fardado” e “Fala, Renata”, de Nheengatu. O disco recebeu o nome de uma língua derivada do tupi-guarani, criada pelos jesuítas no século XVII para unir as tribos nativas do Brasil e os brancos recém-chegados, unificando os dialetos em um só. O cenário do show, inspirado na capa do disco, reproduziu a imagem da Torre de Babel, mito bíblico sobre a falta de comunicação entre os homens e misto de línguas.

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Sucessos do Titãs tiram a galera do chão e provam que o público de BH é afinado. #CircuitoBBBH #CircuitoBancoDoBrasil #titãs

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Uma hora de show foi pouco tempo para tocar sucessos de mais de 20 álbuns e sete DVDs. Contudo, hits como “Polícia”, “Cabeça dinossauro”, “Aluga-se”, “Vossa Excelência”, “Lugar nenhum” e “Diversão”, não ficaram de fora do setlist.   Brendon Urie, do Panic! At The Disco, no Circuito Banco do Brasil em Belo Horizonte A música internacional pediu passagem na voz de Brendon Urie, vocalista da Panic! at The Disco, acompanhado de Dallon Weekes e Kenneth Harris. A banda americana surpreendeu o público e mostrou porque ocupa constantemente as primeiras posições na Billboard, a cada álbum que lança. “Vegas Lights”, “Miss Jackson” e “Nicotine”, faixas do quarto álbum Too Weird To Live, Too Rare to Die! (2013), não deixaram o público parado com sua pegada bem mais pop do que trabalhos anteriores. Panic! At The Disco em Belo Horizonte Panic! At The Disco em Belo Horizonte

“New Perspective”, “Nine in the Afternoon” e “I Write Sins Not Tragedies” mostraram o quão afinado estava o público para as canções mais voltas ao rock e que ninguém estava cansado, ainda à espera da banda que fechou o festival. Em um ponto alto do set, o Panic! fez uma versão para “Bohemian Rhapsody”, do Queen, com energia e competência respeitáveis.

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Panic! At The Disco emocionando a plateia do #CircuitoBancoDoBrasil com “Nine In The Afternoon”. #CircuitoBBBH #CircuitoCulturalBB #panicatthedisco #panicatthedisconomultishow Visualizar no Instagram

Chester Bennington, do Linkin Park, no Circuito Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte

Muitos fãs chegaram cedo e outros já estavam na fila desde a quarta-feira, acampados, esperando a abertura dos portões. Motivo: ficar na grade e ver os ídolos de perto. Eles eram de todos os lugares do Brasil.

Enfim, Chester Bennington e Mike Shinoda subiram ao palco e o momento mais esperado pelos mais de 20 mil presentes chegou. Potência sonora, som eletrizante, timbre inconfundível de voz com pitadas de hip-hop a cada canção, agitaram a multidão eufórica.

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E não foi entusiasmo apenas para o público. Em nome do Linkin Park, Chester afirmou que “depois de mundo tempo sem tocar no Brasil, não poderíamos ser melhor recebidos que por este público (de Belo Horizonte)”.

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Com isso todos foram ao delírio e o Mineirão tremeu ao som de “Somewhere I Belong”, “Numb” e “In the end”, sucessos já consagrados da banda. Do novo álbum, “Wastelands” e “Guilty All the Same”. Essa foi a primeira vez que o Linkin Park se apresentou em Belo Horizonte, o que marcou ainda mais a noite da capital mineira, na chegada do horário de verão.

Linkin Park no Circuito Banco do Brasil em Belo Horizonte

 

LP e consciência social

Em 2005, o Linkin Park fundou a Music For Relief, organização não-governamental dedicada a ajudar as vítimas de desastres naturais e também a prevenir esses desastres. Desde a criação, o instituto já angariou mais de US$ 6 milhões para vítimas dos quatro continentes. Este ano, a cada ingresso comercializado pelo evento, foi doado um US$ 1,00 para esta causa.

Esplanada vira pista de SK8

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Foto por Diego Padilha

A abertura do evento ficou por conta de grandes nomes do cenário nacional, que estrearam a primeira edição da Copa Brasil de Street Skate. A esplanada do Mineirão foi placo da competição oficial, realizada em parceria com a Confederação Brasileira de Skate (CBSK).

Foram 18 skatistas profissionais, dentre eles os 12 melhores do Ranking Brasileiro CBSk de Street 2013, três skatistas de Minas Gerais e outros três convidados especiais. Na fase eliminatória, cada competidor fez duas apresentações de 45’’, pontuando apenas na melhor. As seis melhores apresentações garantiram vaga na fase final, com os mesmos critérios.

Kelvin Hoefler foi o grande vencedor e recebeu premiação de R$ 11.000,00. O segundo colocado foi Rogerio Lopes, “Febem”, que recebeu R$ 8.500,00. Rodil de Araújo Jr., “Ferrugem”, ficou com a terceira colocação e faturou R$ 6.500,00. No total, a competição distribuiu R$ 45.000,00 em prêmios entre os 12 primeiros colocados.

Ainda há tempo

O Circuito Banco do Brasil está na segunda edição e já reconhecido como um dos mais importantes eventos do país, unindo cultura, esporte e responsabilidade social e ambiental.

O evento continua nos dias 01 e 08 de novembro, em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente. Kings of Leon, Paramore, MGMT, Pitty, Skank (São Paulo) e Frejat (Rio de Janeiro), além da atração escolhida no concurso VOZPRATODOS irão se apresentar. Brasília também já recebeu o circuito no dia 19.