TMDQA! entrevista: Rascal Experience

Leia nossa conversa com a banda indie de Florianópolis que se inspira em nomes como The Strokes, Arctic Monkeys e Boogarins.

TMDQA! entrevista: Rascal Experience

Rascal Experience é uma banda de Florianópolis que gravou um EP chamado Bad Luck Experience e, com músicas autorais, vem fazendo indie rock na capital catarinense ao lado de outras bandas que, aos poucos, tentam criar uma cena cada vez mais frutífera na cidade.

A banda nos foi apresentada através da plataforma iPlugger, que viabiliza diversas oportunidades de destaque para grupos independentes, e foi através do serviço que a oportunidade da entrevista surgiu. Se você tem banda, não deixe de se cadastrar por lá.

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Leia abaixo o bate papo com os caras sobre músicas autorais, cantar em Inglês, a cena em Floripa e muito mais!

 

TMDQA!: A banda foi formada em Florianópolis e faz indie rock com influências claras de bandas como Arctic Monkeys. Como é tocar e marcar shows em uma cidade onde os estilos mais marcantes e difundidos são aqueles como o pop/rock e o reggae?

Rascal Experience: Existe uma pequena – porém crescente – cena de bandas de indie e de rock alternativo em Florianópolis. O que atrapalha bastante o fechamento de uma data, é que a maioria das casas daqui têm um interesse maior em chamar bandas covers. Nós vemos bastantes pessoas por aqui indo em festas de bandas que tocam The Strokes, Arctic Monkeys e The Black Keys, mas gostamos de pensar que o público daqui tem muito potencial pra consumir o nosso estilo de música, o que falta mesmo é o costume de sair de casa pra apreciar música autoral.

TMDQA! Como foi o processo de gravação do EP “Bad Luck Experience”, lançado ao final do ano passado? Ele foi gravado em Floripa mesmo? Que bandas vocês vinham ouvindo no período?

R: Nós resolvemos registrar nossas quatro primeiras composições e mostrar pro público daqui que realmente estávamos determinados a seguir de forma séria a ideia de ter uma banda autoral. Todo o processo acabou levando longos sete meses. Gravamos em Floripa mesmo e foi nosso primeiro contato com gravações em estúdio, o qual consideramos essencial pra adquirir experiência pra banda. Nós temos bastante carinho por esse registro e o utilizamos basicamente para nos fortalecer e querer crescer cada vez mais na cena. Na época estávamos ouvindo bastante The Strokes, The Kooks e Arctic Monkeys, bandas que nos inspiraram no nosso primeiro ano de vida.

TMDQA! A capa do EP é ótima, com uma tipografia muito bonita e uma foto imponente de um gato preto, fazendo referência ao título do trabalho. Como surgiu a ideia de criá-la?

R: A ideia principal da capa veio junto da concepção inicial que criamos pro EP. No começo, nos considerávamos muito azarados (risos). Na verdade, provavelmente toda banda iniciante meio que se sente assim quando não consegue ser ouvida ou quando as coisas não acontecem da forma esperada. Decidimos que o registro contaria com as nossas quatro primeiras composições e teria o nome de Bad Luck Experience, fazendo uma alusão ao nome da banda. Com o nome do EP definido, achamos que um gato preto na capa combinaria perfeitamente com o que gostaríamos de retratar. A foto é de autoria de Talita Broering, prima do nosso guitarrista Renie Santos.

TMDQA!: De onde surgiu o nome da banda?

R: “Rascal Experience” significa “Experiência Marota”, uma alusão a piadas nossas em meados de 2011. Achamos que esse nome soou legal e diferente em relação aos nomes de bandas que vemos atualmente por aí, mas isso nos custou caro: a maioria das pessoas não acerta a pronúncia (risos).

TMDQA!: O Rascal Experience foi formado em 2012, e é um grupo bastante novo. Como vocês enxergam a importância da Internet para a difusão do som do grupo? E os lançamentos em formatos físicos? Como a banda tem lidado com CDs e até a possibilidade de um disco de vinil?

R: Acreditamos que, como a maioria das bandas de hoje em dia, a internet seja o principal meio de divulgação do nosso som, dos nossos shows e de tudo que seja relacionado a nós. Já tentamos sim difundir a nossa imagem de outras maneiras, mas nem sempre foi eficiente. Quanto às cópias físicas do EP, fizemos em casa mesmo, na raça, até porque nem toda banda iniciante consegue bancar cópias físicas de qualidade, em gráficas e tudo mais. Dessa forma, achamos justo vender o nosso EP sem um preço definido, o que é bem interessante. Quanto aos discos de vinil, somos adoradores desse formato. A capa do nosso EP ficaria sensacional em um. Tentamos reproduzir ela de “mentirinha” no clipe da nossa música “Fake Interest” e o resultado foi ótimo. Se o custo fosse menor, com certeza investiríamos em algumas cópias físicas em vinil.

TMDQA! O rock independente brasileiro já passou por diversas fases onde “mudou de opinião” sobre bandas que cantam em Inglês. Essa decisão de compor e cantar na língua veio de forma natural com a formação da banda? Vocês pensam em cantar em Português?

R: Nosso vocalista e principal letrista, Victor Fabri, diz que tem mais facilidade de se expressar e compor em inglês, além de partilharmos da opinião de que o mundo é muito grande pra focarmos nosso som somente em um país. O inglês, assim como a música, é uma linguagem universal e queremos que todas as pessoas que tenham oportunidade, nos escutem. Felizmente, nossas músicas já tocaram em rádios e saíram em blogs gringos, e temos muitos ouvintes de fora também no nosso SoundCloud. Sobre compor em português, pretendemos sim fazer isso e esperamos que não seja em um futuro muito distante, até porque escutamos bastante bandas brasileiras que também nos influenciam, como Apanhador Só, Vivendo do Ócio e Boogarins.

TMDQA! Quais são os passos para os próximos meses do Rascal Experience? A banda irá gravar um álbum completo de estúdio?

R: Estamos gravando nosso álbum de estreia no home studio do nosso vocalista e o resultado está ficando ótimo. Optamos por fazer em casa para podermos ter todo o tempo do mundo e deixar esse material exatamente do jeito que queremos, e assim, alcançar o maior público possível. Acreditamos muito no dilema “Se quiser algo bem feito, faça você mesmo”. Acreditamos muito também no potencial das nossas músicas e estamos muito confiantes que vamos agradar muitas pessoas com um material de ótima qualidade. O que podemos adiantar previamente é que o álbum contará com 11 faixas de nossa autoria, e está previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2015.

 

TMDQA!: Quando eu (Tony Aiex) morava em Florianópolis, acompanhei a criação d’O Clube, uma iniciativa muito bacana de organizar eventos com bandas que fazem músicas próprias e criar alternativas aos “shows de bar”. Vocês fazem parte do projeto. Como tem sido defender essa bandeira? A recepção do público às músicas autorais aumentou depois da iniciativa?

R: Defendemos essa bandeira com muito orgulho. Somos a banda mais jovem do coletivo e isso só aumenta a nossa vontade de fazer com que o cenário autoral cresça. Junto das outras bandas que fazem parte, temos muito sangue nos olhos em fazer de verdade que o costume da galera seja apreciar a música autoral da nossa cidade e estado. Nós vemos muita banda de qualidade por aí que não tem chance de mostrar o seu próprio trabalho e esse apoio que O Clube dá é muito motivador. A recepção do público vem crescendo mais e mais e aos poucos o costume do florianopolitano em apreciar a música autoral vai tomando conta. Mas é claro que ainda temos muito chão pela frente.

TMDQA! Vocês têm mais discos que amigos?

R: Nosso baterista Hédy Gabriel tem uma vasta coleção de discos de vinil e CDs herdada dos pais, que com certeza é maior que o número de amigos no seu Facebook (risos). Nós ensaiamos na casa dele e não sei o motivo, mas o cômodo onde ficam todos esse discos é o lugar preferido do restante dos integrantes.

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