De volta a mais uma edição da Mixed Up, seu espaço para remixes e dance music no Tenho Mais Discos que Amigos!.
Semana passada uma imagem com nomes de diversos DJs do Brasil ilustrava o início da coluna. Dessa vez não é meu nome que virou estampa… e sim este DJ/colunista que lhes saúda. Uma foto tirada de brincadeira virou uma peça da marca Untamed e pode ser adquirida em sua fanpage. E o nome dela? “Kill The DJ”!
A Magia dos Samples
Sabe aquela música que lembra outra? Você jura que era de um artista e quando ouve numa pista entra outra coisa inesperada. Não estou falando dos ultrapassados Mashups, e sim dos clássicos samples.
Provavelmente falei desse assunto bem rápido por aqui, mas minha memória musical acha importante compartilhar exemplos famosos de como um trecho de uma faixa pode ser apoderada e transmutada em um hit de sucesso, ou apenas algo muito legal que vão levá-los a fonte original.
O duo freak sul africano Die Antwoord fez um excelente uso da faixa “Ageispolis” do gênio IDM Aphex Twin e uma breve citação da faixa “Magic” da trilha sonora do cult “Ghostbusters”. Fugindo um pouco do assunto, este que vos escreve já elegeu o clipe de “Ugly Boy” como o melhor de 2014. Notem a presença de figurões como Jack Black, Marilyn Manson, Flea (Red Hot Chilli Peppers) e da top model Cara Delevingne. E o vídeo foi dirigido pelo próprio Ninja.
https://www.youtube.com/watch?v=RyicTMMkxP8
Abaixo, alguns exemplos de como um sample, bem colocado, faz toda a diferença.
https://www.youtube.com/watch?v=9nZAg15Xf1I
The Prodigy usou um riff de “Very Ape” do Nirvana para dar o tom agressivo de “Voodoo People”.
A popozuda Nicki Minaj quase não mudou nada do hit noventista “Baby Got Back” de Sir Mix a Lot. E fez a Anaconda subir.
O produtor Wally Badarou foi resgatado pelo Massive Attack e a faixa instrumental “Mambo” ganhou reforço da Wild Bunch na bela “Daydreaming”.
https://www.youtube.com/watch?v=kYinzp6CMEc
Bate Papo e Remixes Favoritos
Luísa Viscardi é uma apaixonada por música, passou de frequentadora das pistas ao comando da festa. Apadrinhada por figuras respeitadas do meio, a jovem designer de moda refinou ainda mais sua pesquisa e tomou coragem para aprender a tocar como seus ídolos. Atualmente ela está à frente do projeto Jambox, uma vitrine para os profissionais do turntablism, que esbanjam técnica e bom repertório.
No bate papo de hoje, ela nos conta sobre seu trabalho musical, apresenta seus remixes favoritos e sets.
https://www.youtube.com/watch?v=1r8JrvpMvZQ
Quando surgiu sua paixão pela DJ Culture. Quem foi o responsável por isso acontecer?
Minha família toda sempre foi muito ligada à musica, sendo assim, ela faz parte da minha vida desde que sou pequena. Sempre sonhei em aprender a tocar, mas era um sonho que estava engavetado, porém sempre fui uma pesquisadora assídua. Em 2011 gravei uma mixtape e o feedback foi incrível. Quando comecei, não tinha a menor ideia de como mixar, nesse processo não poderia deixar de citar o Alain Patrick – que apelidei de “discogs ambulante” por seu vasto conhecimento musical, Luiz Oliveira, por me ensinar a parte técnica como contagem de compassos e mixagem; ao Felipe Charret pelas intermináveis horas me auxiliando com softwares, áudio e rider; a DJ Ban – escola em que fiz meu primeiro curso de DJ com o professor Ilya Simione e ao Renato Lopes, Lalai e Ola Person pela primeira oportunidade de tocar em uma festa, a [in]finita no Mono Club.
Em quais projetos você está envolvida atualmente?
Além de ser residente mensal da Casa 92, toco com frequência nas festas We Love Beats, Pandora e eventos de moda e coorporativos. Em paralelo, produzo o Jambox Music Experience (facebook.com/jamboxme / www.jamboxme.com) com minha sócia Rizza Bomfim. O projeto é 100% focado em turntablism e temos o apoio da Secretaria da Cultura, trouxemos o Jazzy Jeff para a primeira edição com o apoio da Absolut e o Hedspin, campeão do Red Bull Thre3style para a segunda. Também não poderia deixar de citar meu envolvimento com a moda, sou estilista de formação e já trabalhei em marcas como Gloria Coelho e MCD, onde era responsável pela parceria da marca com o Alexandre Herchcovitch. Atualmente sou diretora criativa da start-up Saloon 33, onde além de ter flexibilidade e liberdade criativa, acredito demais na proposta da marca e me sinto lisonjeada em assinar a coleção feminina e masculina. Não poderia deixar de agradecer a grande amiga Marta Mandelli pela oportunidade e confiança.
Quais são os aspectos positivos e negativos de organizar uma festa?
Como tudo na vida, temos que equilibrar os dois lados e pesar se o positivo ultrapassa o negativo. Sem dúvidas, os aspectos positivos estão no alto da lista, uma das melhores coisas do mundo é poder trazer para o Brasil artistas que acreditamos e admiramos, e é muito bacana quando os seus ídolos se tornam amigos e voltam pra casa extremamente agradecidos pela oportunidade e experiência que tiveram. Ver a festa e a pista cheia de pessoas felizes compensa todo o trabalho que é produzir uma festa. Isso é o que nos move para continuar. Sobre os aspectos negativos, todo o projeto envolve uma responsabilidade com o mercado e o cliente, e isso às vezes pode pesar, mas apesar disso, o resultado tem sido extremamente satisfatório e não me imagino fazendo outra coisa.
Quais nomes femininos da cena você recomenda e gosta?
O mercado no passado era extremamente masculino, acredito que as mulheres estão se aprimorando e não poderia deixar de citar a Cinara (campeã da fase nacional do Red Bull Thre3style desse ano), Mari Mats e Ruby Woo pela técnica e bom gosto, Amanda Mussi pela identidade, Lilly Scott pelo empenho e bom gosto, Sonia Abreu, primeira DJ do Brasil, por toda contribuição a cena feminina e Miss Ma, Chris Prado e SRY (Giuliana Viscardi e Renata Chebel). Todas essas representam com excelência o time feminino de disc jockeys.
Atualmente, parece que parte do público cansou dos pseudo DJs e voltaram a admirar os profissionais que primam pela técnica e bom repertório. Você concorda?
Concordo em gênero, número e grau, e acho que isso tende a melhorar com o passar dos anos. Temos que valorizar os verdadeiros disc-jockyes. Muitas pessoas não fazem ideia de que a rotina de um DJ não é apenas tocar em uma festa, e sim investir seu tempo em aprimorar o repertório e técnica e seu dinheiro em equipamentos. A maior função do Jambox Music Experience é essa, resgatar o conceito do verdadeiro DJ. Temos um telão que projeta as mãos do DJ enquanto ele toca, isso faz com que a festa se transforme em um show, as pessoas ficam admiradas em assistir o artista atuando. Acredito plenamente que quando fazemos algo com coração e empregamos nossa energia e amor, o resultado é benéfico e genuíno.
https://soundcloud.com/luisaviscardi/lui-sa-viscardi-feeling-kinda
https://soundcloud.com/luisaviscardi/luisa-viscardi-drop-it-down
DJ SET
E depois de trancos e barrancos, voltei a minha atividade DJ com mais frequência. Hoje (13/11) retorno à elegante Casa 92 para tocar um set de remixes, house, disco, na noite Hitchcock ao lado da querida Miss Má.
Rua Cristóvão Gonçalves, 92 – Pinheiros, São Paulo – SP
Rua Oscar Freire, 2298
São Paulo
Ouça o Remixtape comemorativo:
Freedom 90s Remixtape by Bezzi on Mixcloud
Mixed Up na Beatmaster
Estamos iniciando inscrições para o curso de férias na Beatmasters. Meu curso já formou alunos, que atualmente, tocam em clubes como Alberta#3, Caos, Yatch, D-edge, Byob, Casa 92, Funhouse, Beco, etc.
Nele ensino a mixar (e virar) estilos diferentes e a discotecar em diferentes mídias para vocês soltarem sua imaginação e conhecimento musical. Façam sua reserva no info@beatmasters.com.br .
R. Henrique Schaumann, 1126 – Pinheiros, São Paulo – SP, 05413-011
Telefone:(11) 3083-4691