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Resenha: Arctic Monkeys em Buenos Aires (08/11)

Veja fotos, setlist e show do Arctic Monkeys em Buenos Aires na íntegra.

Resenha: Arctic Monkeys em Buenos Aires (08/11)

Arctic Monkeys em Buenos Aires 2014

Fotos e texto por Otaviano Caldas

O show do Arctic Monkeys foi anunciado como a principal atração da festa de 10 anos do festival Personal Fest, uma espécie de Lollapalooza de menor porte organizado pela maior empresa de telefonia celular da Argentina.

O festival ocorreu em Buenos Aires, nos dias 8 e 9 de novembro e no line-up constavam nomes como MGMT (show tão bom quanto do AM e com efeitos visuais sensacionais), The Hives (os mais carismáticos e performáticos), James McCartney (sim, ele é filho o Paul e, pelo o que vi do show, só o convidam por isso), Calle 13 (com certeza, um dos shows mais animados), SOJA (parecia que era um ensaio para a turnê no Brasil, contando até com instrumentais de bateria a la Oludum no final),  Morcheeba (uma surpresa para mim), Echo & The Bunnymen (não aguentei o show), entre outros.

Já que a Argentina está em séria crise financeira e com sua moeda altamente desvalorizada, pensei que seria uma boa oportunidade de assisti-los em seu auge depois do sucesso de AM (2013),  5º álbum da banda  e maior êxito comercial e de crítica, considerado por muitos como um dos melhores álbuns de 2013.

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O ingresso mais perto do palco, o campo VIP, custava R$650,00 reais para os dois dias, e mais ou menos uns R$300,00 reais por dia avulso. Pensei que os preços poderiam desmotivar os argentinos (acredite, isso é muito dinheiro por lá ultimamente) e que talvez poderia ser tranquilo de assistir ao show.  Outro fato que não me fez crer na lotação foi que não havia quase nenhuma divulgação do evento pela cidade ou do show (eu, pelo menos, não vi nada) e com os poucos amigos que falei, sejam portenhos ou de passagem pelo hostel, ninguém sabia do evento ou sequer tinha intenção de ir.

Mas eu não contava com heroica economia que tantos argentinos fizeram para estar lá. Todo mundo guardou dinheiro para estar, pelo menos, só  no primeiro dia e ver o Arctic Monkeys. Fora do festival, só se vendiam camisetas deles e boa parte do público chegou pouco antes do show do The Hives, que eram anteriores a eles na programação.

Saí do show do The Hives pouco antes da última música (havia uma passarela no Campo VIP que passava de um palco para outro e facilitava muito a locomoção para a frente do outro palco). Fiquei relativamente perto do palco mas assim que o The Hives acabou, a coisa ficou braba. Durante todo show foi uma constante briga por espaço, onde muitas pessoas desistiam e iam para o fundo e outras era arrastadas desmaiadas para trás em busca de ar.

Logo que o show começou, a batalha valeu a pena. Nas músicas mais animadas como “Snap Out Of It”, “Brainstorm”, “Arabella”, “Teddy Picker”, “Fluorescent Adolescent”, “I bet you look good on the dance floor” e na última, “R U Mine”,  a força da massa era tamanha que todos eram obrigados a pular ou lutarem para não cair e correrem o risco de serem pisoteados. Nesses momentos, era impossível fotografar e inclusive temi pela minha câmera.

Arctic Monkeys em Buenos Aires 2014

Ao final do show, saí ensopado de suor e com a pernas bambas. A grande maioria das fotos foram feitas durantes as músicas mais lentas como “Cornestone”, “Party Anthem pt.1” e “I wanna be yours”, quando o público também aproveitava para tirar o celular do bolso para registrar. Aliás, a hashtag do evento alcançou 4.500 .000 posts e o show do Arctic Monkeys alcançou 200.000.

O show contava com grandes recursos visuais:  uma gigante onda sonora luminosa no centro do palco que pulsava e mudava de cor dependendo da música, muitas contra luzes nos músicos e efeitos visuais específicos para músicas com destaques para “Do I wanna know”, “Brainstorm” e “I wanna be yours”, nesta última utilizando dois globos espelhados giratórios.

Os ingleses não se preocuparam em aprender espanhol ou em interagir com o público, como as demais bandas fizeram.  Fizeram um show eficiente:  com sonoridade muito próxima dos álbuns,  presenças de palco contidas e movimentos claramente ensaiados, desde como Alex Turner toca a como ele pega o pente e ajeita o cabelo. Claramente ele é o personagem principal do show, logo depois seguido pelo baterista Matt Helders e depois pelos guitarra-base e o baixista, Jamie Cook e Nick O’Malley.

Às vezes eu tinha a impressão de que os últimos dois apareciam tão pouco, fosse no show (ou nos clipes, ou nos recentes matérias gráficos da banda, ou até nas entrevistas) que eles poderiam ser substituídos a qualquer momento e ninguém notaria. Obviamente o produto a ser vendido ali é Alex Turner e sua nova imagem de galã e rock star que vem sendo trabalhada desde Suck it and see e pesadamente reforçada na divulgação de AM.

Arctic Monkeys em Buenos Aires 2014

E deve estar funcionando, tanto que tem meninas o classificando como sex symbol e até argentino fazendo cosplay de Alex Turner, usando pente no cabelo, jaqueta de couro, cara de paisagem e caminhando jogando os ombros para trás. Se essa é uma opção da gravadora ou da banda, eu não sei. Eu só sei que todas as músicas do último álbum foram compostas pelo vocalista, com exceção de duas, que foram parcerias com pessoas de fora da banda. Mas deixando de lado as estratégias comerciais, musicalmente o show é demais. Vale o investimento e a luta para assistir.

Arctic Monkeys em Buenos Aires 2014

O set list foi igualzinho ao do show deles em Córdoba e acredito que será o mesmo no Brasil. Aqui está:

  1. Do I Wanna Know?
  2. Snap Out of It (Introdução maior)
  3. Arabella (Versão maior)
  4. Brianstorm
  5. Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair
  6. Dancing Shoes (Com trecho de “Money Maker”)
  7. Teddy Picker
  8. Crying Lightning
  9. Knee Socks (Introdução maior)
  10. Fluorescent Adolescent
  11. Why’d You Only Call Me When You’re High? (Introdução maior)
  12. All My Own Stunts
  13. I Bet You Look Good on the Dancefloor
  14. Library Pictures (Versão maior)
  15. Cornerstone
  16. No. 1 Party Anthem
  17. Mardy Bum (Versão acústica por Alex, à pedido do público)
  18. 505
    Bis:
  19. One for the Road (Versão maior)
  20. I Wanna Be Yours (Versão maior)
  21. R U Mine? (Versão maior)

http://www.youtube.com/watch?v=BvFxy6cZgas