Texto: William Galvão / Foto: Stephan Solon
Desde sua última passagem pelo Brasil, na edição 2013 do Lollapalooza, o The Hives tem mostrado que além de fazer um som potente para grandes apresentações, é mestre em presença de palco. A banda sueca abriu o show do Arctic Monkeys nesta sexta-feira (14) na Arena Anhembi em São Paulo e, mesmo com problemas técnicos na guitarra, o carismático vocalista Pele Almqvist se mostrou um grande frontman mais uma vez.
Foram 45 minutos de espetáculo divididos entre os longos diálogos de Pele com a plateia e grandes hits da banda como “Tick Tick Boom”, “Hate To Say I Told You So” e “Go Right Ahead”. A conversa com o público teve direito a muitas frases em português e brincadeiras interativas com a plateia. Com a turnê do disco Lex Hives, lançado em 2012, a banda toca ainda neste domingo (16) no Cine Joia, na capital paulista.
Diferente da explosão dos amigos suecos, o Arctic Monkeys fez uma apresentação bem característica: sisuda, sem firulas e com envolvimento total do público. A banda subiu no palco pouco depois das 23h com uma leve garoa caindo. “Do I Wanna Know?” abriu o primeiro show dos caras no Brasil fora de festivais e marca uma das canções mais bem sucedidas do disco AM (2013), base da turnê atual do quarteto. Em versões estendidas, Alex Turner emendou “Snap Out Of It” e “Arabella” com riffs de guitarra por vezes desacelerados para o coro geral.
A agilidade de “Brainstorm” levantou todo mundo do chão, num dos suspiros dos tempos iniciais da banda, quando faziam um som mais urgente e adolescente que os levou ao estrelato. “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair” garantiu espaço para “Dancing Shoes” e “Teddy Picker”, dupla poderosa e dos maiores hits da carreira. Poucas foram as palavras direcionadas ao público. Quando entoadas eram tímidos “Obrigados” que Turner dizia já com uma canção na sequência.
“Crying Lighting” fez uma bela ponte para a climática “No. 1 Party Anthem”. Em continuidade à mescla de Humbug (2009) e AM, vieram a música que conta com parceria de Josh Homme, “Knee Socks”, e a submissa “My Propeller”. O refrão gostoso de cantar de “All My Own Stunts” manteve a ordem das três anteriores para “I Bet You Look Good On The Dancefloor” resgatar os pulos e mãos ao alto.
Na rabeira de “Library Pictures” uma trinca poderosa de músicas para fechar essa primeira parte do show: a adorada do disco novo “Why’d You Only Call Me When You’re High”, a explosiva “Fluorescent Adolescent” e a balada inspirada “505”, que já confortava quem ali sabia que pouco faltava para o fim.
O bis contou com “One For The Road”, ” I Wanna Be Yours”, uma versão acústica muito bonita de “Mardy Bum” e o sempre atual hit pista de dança “R U Mine”.
Quando os Arctic Monkeys tocaram no Brasil pela primeira vez, em 2007, no extinto Tim Festival, a crítica pesou na maneira ‘fria’ com que a banda se mostrava em cima do palco. No auge do fenômeno, se creditou essa característica à pouca idade dos integrantes e à falta de experiência. Sete anos depois, a mesma banda que preserva esse clima e com aprovação da critica há tempos, consegue fazer desse ‘defeito’ uma de suas melhores qualidades. Claro, atrelado a uma já grande obra que tem se mostrado cada vez mais madura e segura de si.
Setlist:
- Do I Wanna Know?
- Snap out of it
- Arabella
- Brainstorming
- Don’t sit down ‘cause I moved your chair
- Dancing shows
- Teddy picker
- Crying lightning
- No. 1 party anthem
- Knee socks
- My propeller
- All My own stuts
- I bet you look good on The dancefloor
- Library pictures
- Why’d you only call me when you’re high
- Fluorescent adolescente
- 505
Bis: - One for the road
- I Wanna be yours
- Mardy bum
- R U mine
Arctic Monkeys toca em São Paulo debaixo de chuva! #am #arcticmonkeys
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