2014 está chegando ao fim e chegou a hora do Tenho Mais Discos Que Amigos! publicar a sua lista com os 50 melhores discos internacionais do ano.
Em um ano com poucos nomes incontestáveis, a lista é feita por álbuns dos mais diversos estilos, cenas e formatos: em gravadoras grandes, independentes, sem gravadora, como banda ou carreira solo, 2014 foi o ano da diversidade, e isso deve aparecer nas mais variadas listas mundo afora.
Veja os 50 nomes na sequência.
50 – Cayetana
Nervous Like Me
Você se lembra daquelas ótimas bandas de rock alternativo dos anos 90 que apostavam em guitarra, baixo, bateria e melodias vocais femininas?
Pois o Cayetana se lembra, e fez um disco recheado de pérolas descompromissadas que nos levam direto a essa década através de 11 canções.
Nervous Like Me é um bom cartão de visitas para a banda americana.
49 – The Gaslight Anthem
Get Hurt
Apesar de não ser um dos maiores álbuns da carreira da banda, como The ’59 Sound, o último lançamento do The Gaslight Anthem tem momentos memoráveis.
Através de sons como “Rollin’ And Tumblin'”, “Red Violins”, “Ain’t That A Shame” e a faixa título, Get Hurt soa como um passo à frente para a banda, sem fazer com que os elementos que a consagraram no underground sejam perdidos.
48 – The Shell Corporation
Mandrake
Mandrake é um dos discos mais subestimados de 2014.
Através dele, a banda punk The Shell Corporation se mostrou para a cena com uma sonoridade que agrada demais a fãs de nomes como Bad Religion, Rancid e as bandas que a gravadora Epitaph costumava lançar nos anos 90.
47 – Johnny Cash
Out Among The Stars
Uma coisa que não podemos duvidar é da genialidade de Johnny Cash. No entanto não se pode negar que durante os anos 80 o artista lançou alguns discos medíocres. Então, o que esperar de um álbum póstumo e com músicas compostas entre 1981 e 1984? Bom, o resultado é bem diferente do que imaginaríamos.
As canções que formam Out Among The Stars ficaram um bom tempo perdidas e sem finalização, até que foram redescobertas após a morte de Cash. O registro prova que mesmo numa maré de falta de criatividade, o músico ainda consegue fazer um trabalho relevante, agradável e bem humorado.
46 – BADBADNOTGOOD
III
III não é o primeiro álbum do trio canadense BADBADNOTGOOD, como o nome entrega. Mas em muitos sentidos, é sim; depois de lançar dois álbuns que alternavam composições próprias com versões de Kanye West, Feist ou A Tribe Called Quest, o grupo guardou para 2014 o primeiro trabalho totalmente inédito, e não decepcionou.
O BBNG é essencialmente um trio de jazz, mas usa o virtuosismo e a liberdade do estilo para recriar sons que remetem ao melhor do hip-hop e da cultura dos graves de uma forma totalmente orgânica. Dependendo do caminho que pavimentar para o trio, III tem potencial para se tornar um clássico recente em um futuro não muito distante.
45 – Ariel Pink
pom pom
Ariel Pink é um cara polêmico e talvez isso o afaste de muitos fãs em potencial, mas seu novo disco, pom pom, é uma obra divertida, pegajosa e verdadeira que aborda de forma delicada alguns dos temas mais pesados do cotidiano.
Vindo de uma das metrópoles mais conturbadas do planeta, Los Angeles, é interessante perceber como o cara incorpora e transforma suas influências em estúdio.
44 – Machine Head
Bloodstone & Diamonds
Bloodstone & Diamonds é o oitavo disco da carreira de um dos maiores nomes do metal norte americano, Machine Head.
O álbum é o primeiro com o novo baixista Jared MacEachern e um dos trabalhos mais sólidos de toda a carreira do grupo, misturando peso e melodia na medida certa, com doses de experimentação que agradam bastante tanto o público do estilo quanto o ouvinte ocasional.
43 – La Dispute
Rooms Of The House
Um dos nomes mais importantes do post-hardcore atual, o La Dispute resolveu lançar por conta própria um álbum conceitual chamado Rooms Of The House.
Da capa ao título, passando pelo conteúdo das letras, o disco fala sobre a relação turbulenta de um casal que mora junto e cujo relacionamento está se desmoronando.
Baterias quebradas, distorções alternadas com guitarras limpas e vocal carregado de emoção são marcas registradas do estilo que aparecem aqui em construções bastante interessantes para narrar a situação proposta.
42 – Beck
Morning Phase
Muita gente nem se lembra, mas lá no começo do ano Beck lançou um novo disco de estúdio, o primeiro desde 2008 e décimo segundo da carreira no geral.
Morning Phase traz o músico em uma grande fase, mesclando folk, country e rock em 13 belíssimas canções como o single “Blue Moon”.
41 – Taylor Swift
1989
Com 1989, quinto disco de sua carreira, Taylor Swift rompe com a música country e abraça de vez o pop. Talvez por isso o registro tenha vendido mais de um milhão de cópias e quase batido um recorde instituído por Britney Spears em sua era de ouro.
Apesar de soar bem mais maduro, 1989 consegue conversar perfeitamente com o público jovem da cantora. Hits como “Shake It Off” e “Blank Space” comprovam que a artista tem talento para as músicas radiofônicas e está disposta a se aventurar com bravura dentro da selva pop.
40 – Johnny Marr
Playland
Johnny Marr disse que adora os segundos álbuns de bandas como Talking Heads e Buzzcocks, então estava louco para gravar um segundo álbum solo.
O resultado é Playland, disco que consolida o ótimo início de carreira por conta própria de um dos guitarristas mais consagrados da história do rock alternativo.
39 – OFF!
Wasted Years
O supergrupo de hardcore OFF! fez o de sempre em Wasted Years: músicas com pouco mais de um minuto de duração em um álbum que tem apenas 23.
Mas é justamente por saber criar canções do estilo como ninguém o faz, que a banda aparece entre os bons nomes do rock hoje em dia. Além disso, em Wasted Years, é possível sentir a energia do grupo em sua forma mais natural, já que o álbum foi gravado com a banda tocando junto no estúdio, ao invés de se gravar instrumento a instrumento.
38 – Damien Rice
My Favourite Faded Fantasy
8 anos é muito na vida de alguém. Pense agora em quem você era tantos anos assim atrás. Possivelmente vai querer esconder quem foi. Damien Rice não pode. Foram 8 anos esperando aquela voz voltar a aparecer, com a explosão sinceridade e sofrimento que marca cada canção que lança desde 2003. Só isso já transformou My Favourite Faded Fantasy em um dos discos mais esperados do ano.
O álbum não aponta dedos e encontra culpados como os anteiores O e 9. É mais maduro, comedido, com as mesmas mensagens pessoais nas entrelinhas.
Sem precisar gritar para se comunicar, Damien Rice ainda é um dos artistas mais interessantes do mundo e esse disco nos dá esperanças de mais grandes canções no futuro. Que não demore tanto tempo, só isso.
37 – Jorge Drexler
Bailar En La Cueva
Como todos os trabalhos de Jorge Drexler, Bailar En La Cueva busca respostas universais dentro de questões pessoais. Com uma forte pegada e sonoridade latina que pode estranhar o ouvinte acostumado com o clima mais europeu que a obra dele tomou desde o 12 Segundos de Oscuridad (2008), o álbum foi feito para dançar.
Um dos pontos altos do disco é “Bolívia”, uma cumbia, gênero absurdamente popular, que Drexler transforma em uma belíssima canção de lamento sobre a vinda dos avós para a América do Sul. Fugidos do holocausto, só encontraram lar nos nosso vizinhos. E a voz dele dança: “Quando todos diziam ‘não’, você disse ‘sim’, Bolívia”. O ritmo primal que move o álbum não mora na caverna do título, mas no lirismo de Jorge, um dos compositores mais interessantes do mundo atualmente. E não só do mundo latino
36 – Lenny Kravitz
Strut
Strut é mais um capítulo na jornada de um artista em pleno amadurecimento. Aos 50 anos e em meio a edições comemorativas de duas décadas dos seus melhores discos, Lenny Kravitz vem com novo fôlego.
Desde It Is Time For a Love Revolution (2008) e Black And White America (2011), o cantor, compositor e multi-instrumentista volta às raízes e retoma uma sonoridade por vezes potente e sexy, outras reflexiva e questionadora. E ele faz isso em seus próprios termos, novamente assumindo as baquetas, guitarra, baixo, congas, gaita e brincando até com blocos de madeira e taças de vinho.
Se nos álbuns anteriores Lenny buscava entender questões como amor, perda e sua origem em um país dividido pela raça, em Strut ele volta o foco para um de seus pontos mais fortes, o sexo, abusando da sua mescla pouco usual do rock com o soul e o funk.
35 – Chet Faker
Built On Glass
O músico australiano Chet Faker conquistou o mundo com a sua mistura de música eletrônica e soul, o que fica bem evidente no ótimo disco de estreia, Built On Glass.
Em 2015 o cara vem à América do Sul para edições do Lollapalooza em países vizinhos, e pode aparecer no Brasil para shows separados.
34 – Spoon
They Want My Soul
Depois de lançar seu último disco em 2010, os membros do Spoon se aventuraram em outros projetos, já que estavam começando a ver a banda como algo cansativo.
Pelo jeito as “férias” fizeram bem, e em 2014 a banda voltou com novo integrante (Alex Fischel) e um ótimo novo disco de estúdio, They Want My Soul.
A presença de Alex é percebida e o álbum viaja através de diversos novos elementos fazendo rock alternativo divertido e longe de ser cansativo.
33 – Christopher Owens
A New Testament
Enquanto alguns artistas já consagrados dentro do country fogem do gênero, foi nele que Christopher Owens buscou inspiração para compor A New Testament, seu segundo disco solo após o fim da excelente Girls. O músico também bebeu muito de gospel e R&B, que juntos formam os três pilares da música americana.
Neste passeio do campo à igreja, Owens apresenta músicas como “It Comes Back to You” e “Never Wanna See That Look Again” em uma clara tentativa de se reafirmar após grande notoriedade que sua antiga banda obteve. Por fim, o artista tem êxito em sua empreitada e nos entrega um trabalho honesto e bastante satisfatório.
32 – The Afghan Whigs
Do To The Beast
Uma das maiores lendas do rock alternativo não lançava um novo disco há 16 anos quando resolveu gravar Do To The Beast.
E o resultado apresentado pelo The Afghan Whigs foi bastante interessante, através de 10 canções que nos fazem lembrar de como a banda era nos anos 90, mas também trazem uma gama de novos elementos que renovam o som do grupo.
31 – Pink Floyd
The Endless River
Muito se falou a respeito de como seria o último disco da carreira do Pink Floyd, uma homenagem ao tecladista Richard Wright idealizada por David Gilmour e Nick Mason.
Obviamente o trabalho não pode ser comparado à época de ouro da banda, mas The Endless River é um encerramento honesto, sincero e competente para a carreira de uma das bandas mais importantes da história.
30 – Antemasque
Antemasque
Antemasque é o disco de estreia da banda de mesmo nome que marca a volta inesperada, e muito bem vinda, da dupla Omar Rodriguez-Lopez e Cedric Bixler-Zavala.
Conhecidos por seus trabalhos nos influentes At The Drive-In e The Mars Volta, os dois pareciam ter brigado por interesses diferentes com a última banda mas, sem muito aviso, apareceram com o projeto.
Em um ótimo primeiro trabalho que traz justamente a mistura da sonoridade de seus dois outros grupos, Omar e Cedric ainda contaram com Flea (Red Hot Chili Peppers) no baixo e Dave Elitch (Mars Volta, Killer Be Killed, Juliette Lewis) na bateria.
29 – Foo Fighters
Sonic Highways
Sonic Highways, aguardado oitavo disco de estúdio do Foo Fighters, veio cheio de história por ter sido gravado em 8 cidades diferentes dos Estados Unidos para que um documentário de mesmo nome fosse gravado e exibido na HBO.
Se o resultado, na telinha, é um ótimo retrato de cenas musicais das mais importantes na história da música americana, o disco está longe de ser um dos pontos altos da carreira da banda, mas ainda assim tem conteúdo suficiente para aparecer entre os destaques do ano.
28 – Foster The People
Supermodel
Depois do imenso sucesso de seu disco de estreia, muito em função de hits como “Pumped Up Kicks” e “Houdini”, o Foster The People tinha a árdua tarefa de lançar seu sucessor, e Supermodel acabou se mostrando um bom trabalho.
Conceitual e tentando mostrar vários dos grandes vícios da humanidade, o álbum trouxe boas canções que não se tornaram hits imensos, mas marcaram a carreira da banda.
27 – Lana Del Rey
Ultraviolence
Lana Del Rey não é boba, e para gravar seu novo disco de estúdio ela chamou um time de músicos talentosos: Dan Auerbach, do The Black Keys, ficou com a maior parte da produção de Ultraviolence, mas nomes como Paul Epworth (Adele, Paul McCartney), Greg Kurstin (Lily Allen, P!nk, Sia) e Rick Nowels (New Radicals, Madonna, John Legend) também se envolveram no projeto.
O resultado foi um álbum bastante competente que sabe expor as qualidades da moça como sua voz distinta e sonoridade escura, que agradam desde os fãs de música pop até muitos headbangers, passando, é claro, por fãs do rock alternativo.
26 – Weezer
Everything Will Be Alright In The End
Há alguns anos um dos maiores nomes da história do rock alternativo vinha lançando discos que, na melhor das hipóteses, poderiam ser classificados como “medianos”.
Esse ano tudo mudou para o Weezer quando a banda lançou Everything Will Be Alright In The End e mostrou que ainda tem o que dar para a música. Canções divertidas e baladas com a cara de Rivers Cuomo dão o tom de um baita álbum.
25 – Joe Bonamassa
Different Shades Of Blue
O blueseiro Joe Bonamassa é conhecido por seus álbuns de estúdio e ao vivo onde interpreta sons de artistas já consagrados, como Tom Waits e Howlin’ Wolf.
Depois de anos interpretando músicas que já existiam, ele resolveu lançar um álbum de composições próprias (com exceção de uma versão de Jimi Hendrix na faixa de abertura) e foi muito feliz: Different Shades Of Blue é um discão que mostra seu talento, já conhecido como guitarrista, agora também como autor de seu próprio trabalho.
24 – Damon Albarn
Everyday Robots
Demorou até que Damon Albarn, conhecido por tantos projetos como Blur e Gorillaz, iniciasse sua carreira solo, mas ela começou com o pé direito.
Everyday Robots traz a voz inconfundível do músico Inglês e diversos elementos associados a suas músicas, em fortes canções que lembram outras aventuras do músico mas, ao mesmo tempo, mostram um novo horizonte em seu trabalho.
23 – Interpol
El Pintor
O Interpol brincou com o nome da banda ao batizar o seu novo disco e não brincou quando gravou El Pintor, primeiro disco de estúdio sem o baixista Carlos Dengler.
Com uma abertura daquelas de arrepiar através de “All The Rage Back Home”, o novo disco do grupo que vem ao Lollapalooza Brasil em 2015 é daqueles que irá agradar tanto os fãs mais antigos do grupo quanto ouvintes que tenham um primeiro contato com os nova iorquinos.
22 – TV On The Radio
Seeds
Em Seeds, o TV On The Radio colocou para fora todos os mais diferentes sentimentos internos da banda que se acumularam desde a morte do baixista Gerard Smith em 2011.
Tudo foi transformado em canções que caminham bem demais e mostram, mais uma vez, que o grupo é um dos expoentes do rock alternativo há algum tempo.
21 – Brody Dalle
Diploid Love
Diploid Love foi o disco de estreia de Brody Dalle e ela começou com o pé direito.
Conhecida por seus trabalhos em nome como The Distillers e Spinnerette, a moça convidou nomes como Alain Johannes (Queens Of The Stone Age, Them Crooked Vultures, Arctic Monkeys), Nick Valensi (The Strokes) e Michael Shuman (Queens Of The Stone Age) para um álbum que mostra o que há de melhor em sua voz e composições.
Em “Meet The Foetus/Oh The Joy”, ela ainda contou com as belas vozes de Shirley Manson (Garbage) e Emily Kokal (Warpaint).
20 – Chuck Ragan
‘Till Midnight
Chuck Ragan ficou conhecido como uma das vozes do influente grupo de post-hardcore Hot Water Music.
Após anos com uma prolífica carreira solo, já é difícil dizer por qual frente ele é melhor representado e seu novo disco, ‘Till Midnight, mostrou que o tempo só tem feito bem ao seu folk.
No álbum, ele ainda conta com participações de nomes como Ben Nichols, Jon Snodgrass, Chad Price, Jenny O e Dave Hause.
19 – Sun Kil Moon
Benji
Mark Kozelek deu tudo de si em Benji, um retrato confessional onde o músico conseguiu narrar histórias e versar poesias de uma forma interessante e acessível. Narrativas tão simples poderiam soar enfadonhas aos ouvidos desatentos, mas os arranjos simples, às vezes limitados apenas ao violão e à voz, compensam os momentos de desatenção e embelezam as letras.
Quem entende bem o inglês ganha em dobro, mas quem não entende pode se deliciar apenas com lindas melodias como as de “I Can’t Live Without My Mother’s Love” ou “I Watched The Film The Song Remains The Same”.
18 – St. Vincent
St. Vincent
St. Vincent vem ao Lollapalooza Brasil 2015 e se você se assustou com o nome dela no line-up, fique tranquilo, a moça irá divulgar seu ótimo quarto álbum de estúdio, homônimo.
São 11 grandes canções em um trabalho que tem os pés no indie rock mas caminha com facilidade por diversos outros elementos, tornando sua música algo bastante próprio.
17 – Sharon Van Etten
Are We There
Letras de partir o coração e melodias grandiosas são a receita que Sharon Van Etten usa em Are We There, quarto disco de sua carreira. A cantora decidiu produzir o trabalho sozinha e acertou em cheio em cada ponto (caso sua intenção tenha sido nos deixar sem fôlego a cada canção).
Como destaque temos a épica “Your Love Is Killing Me”, composta quando a cantora recebeu um ultimato de seu ex-namorado, e “Afraid of Nothing”. Assim que Van Etten lançou Are We There, nós do TMDQA! conversamos com ela sobre seu o trabalho, a influência dos ídolos pop e uma possível vinda à América do Sul.
16 – Temples
Sun Structures
O rock psicodélico está vivendo uma nova e frutífera fase, e nomes como Tame Impala e Boogarins estão aí para provar isso.
Além do representante australiano e da ótima revelação brasileira, na Europa também temos um nome forte que é o do Temples.
Sun Structures é o álbum de estreia da banda, foi lançado lá no começo do ano e colocou a banda Inglesa no mapa dos grandes nomes do estilo. Merecido, já que é um discão.
15 – Royal Blood
Royal Blood
Uma das maiores surpresas do rock’n’roll nos últimos anos é o Royal Blood.
Led Zeppelin, Jack White e The Black Keys são alguns dos nomes que vêm a cabeça quando ouvimos o disco da dupla e não dá para deixar de lado o fato de que a formação completa é de baixo, voz e bateria.
Através de pedais de efeito, riffs roqueiros e distorções pesadas são executados durante o álbum de estreia de uma banda que deve ter um futuro brilhante pela frente.
14 – Ty Segall
Manipulator
O prolífico Ty Segall manteve a onda de bons lançamentos dos últimos anos com Manipulator, álbum marcado pelo fuzz onipresente – uma das marcas registradas do guitarrista – e pelos contrastes entre momentos de calmaria e caos orquestrado, em uma mistura que resultou em um dos lançamentos mais acessíveis da discografia dele.
13 – Rival Sons
Great Western Valkyrie
Se a dupla The Black Keys lançou um disco fraco em 2014, não se preocupe, seu substituto pode estar aqui.
Great Western Valkyrie, do Rival Sons, é um Discão, com “D” maiúsculo, recheado de grandes canções de blues rock, para deixar qualquer fã do estilo bastante satisfeito.
12 – The War On Drugs
Lost In The Dream
Lost in the Dream, o terceiro álbum do The War on Drugs, foi um dos discos mais comentados do ano, e com razão: é o melhor do grupo até aqui, uma pérola do dream pop com ecos de Tom Petty, Bob Dylan e Fleetwood Mac. Sem pressa nem a obrigação de agradar (7 das 10 faixas ultrapassam os cinco minutos de duração), o álbum fica mais interessante a cada audição, graças aos arranjos meticulosos, com timbres caprichados.
11 – Flying Lotus
You’re Dead!
Depois de chamar a atenção do mundo inteiro com Cosmogramma (2010) e consolidar seu papel como referência da eletrônica em Until the Quiet Comes (2012), Flying Lotus – pseudônimo do produtor Steven Ellison – decidiu explorar o conceito da morte no excelente You’re Dead!, que borra a fronteira entre eletrônica, jazz e hip-hop com participações de Kendrick Lamar, Snoop Dogg, Thundercat e Herbie Hancock.
10 – Behemoth
The Satanist
The Satanist é um dos melhores, senão o melhor, trabalhos da carreira do Behemoth, grupo polonês que sabe unir, como ninguém, os elementos pesadíssimos do black metal e do death metal com músicas destinadas para os mais variados públicos.
Coeso, repleto de mística, pesado e pegajoso, o disco é uma boa pedida para quem é e quem não é fã do estilo.
09 – White Lung
Deep Fantasy
Se alguém soube misturar punk rock com indie rock em 2014 esse alguém foi o White Lung, através do ótimo Deep Fantasy.
A banda canadense traz 10 faixas rápidas, sujas, bem costuradas e lideradas pela mistura infalível de guitarra, baixo, bateria e vocal feminino.
08 – Mastodon
Once More ‘Round The Sun
Em seu mais recente álbum, o Mastodon soube muito bem como dosar o peso de suas guitarras com a melodia de seus refrães e chegou em Once More ‘Round The Sun, um baita disco liderado por uma das músicas do ano: “The Motherload”.
07 – Cloud Nothings
Here And Nowhere Else
8 músicas, 30 e poucos minutos e o Cloud Nothings se colocou definitivamente entre os grandes nomes da música alternativa.
Here And Nowhere Else é uma nova prova de que a banda sabe o que está fazendo quando entra em estúdio tão bem quanto a festa que promove em seus shows. “I’m Not Part Of Me”, que encerra o álbum, também é um dos sons marcantes de 2014.
06 – Ryan Adams
Ryan Adams
Ryan Adams se aventurou pelo punk e pelo metal nos últimos anos, mas quando decidiu voltar ao rock alternativo e alt-country em seu novo disco homônimo, acertou a mão.
São 11 faixas que mostram o talento do músico bem como influências discretas de artistas que ele andou produzindo recentemente, como Jenny Lewis, Fall Out Boy e Ethan John.
05 – Swans
To Be Kind
O Swans não é nem se propõe a ser uma banda de fácil digestão, e é aí que está a graça da trupe liderada por Michael Gira.
Desde 2010, quando o grupo saiu de um hiato de 14 anos sem novos trabalhos, o Swans tem lançado excelentes álbuns, e To Be Kind coroa essa série de lançamentos com mais de duas horas de tensão e experimentalismo visceral.
04 – Jack White
Lazaretto
Jack White jamais erra, e com o segundo disco solo de sua carreira, não foi diferente.
Lazaretto é mais um trabalho que traz os mais diversos talentos do ex White Stripes em canções que vão das baladas até petardos roqueiros que deixam qualquer guitarrista impressionado.
E ano que vem ele vem mostrar tudo isso pra gente no Lollapalooza Brasil.
03 – Mac DeMarco
Salad Days
Mac DeMarco é um homem simples, de sonoridade simples, e postura simples.
Nesse caso, menos mostra ser mais e Salad Days, último álbum do cara, é um verdadeiro presente recheado de folk, lo-fi, indie e rock psicodélico para quem é fã desses estilos.
De forma precisa, ele mistura todos esses elementos em um som que já vem padronizando e carimbando como seu.
02 – Run The Jewels
Run The Jewels 2
Run The Jewels é uma dupla nova de hip hop que lançou seu primeiro disco, homônimo, em 2013.
Em 2014 os caras apareceram com o segundo álbum e participações mais do que especiais de nomes como Zack De La Rocha (Rage Against The Machine), Travis Barker (blink-182, Transplants), Boots, Gangsta Boo e Diane Coffee.
No final das contas, o disco chama a atenção mais pela forma como é coeso, bem composto e bem executado do que por todas as estrelas em suas faixas, já que elas atuam como parte integrante do todo, em um álbum sujo, pesado e direto.
01 – Against Me!
Transgender Dysphoria Blues
Em tempos onde todos cobramos mais postura, mais peso, mais verdade, mais rock, o Against Me! fez tudo isso em uma das fases mais difíceis de sua carreira.
Depois que a vocalista Laura Jane Grace assumiu a sua transgeneridade e resolveu falar a respeito do assunto, integrantes deixaram a banda e tudo poderia ter ido por água abaixo.
Apesar disso, o grupo partiu para a gravação de Transgender Dysphoria Blues por conta própria, trazendo para a sua formação o experiente baterista Atom Willard (The Offspring, Alkaline Trio, Social Distortion) e para algumas canções o baixista do NOFX, Fat Mike.
O resultado é um disco que passa a mensagem da difícil situação em que vivem os transgêneros no mundo todo sem ser chato, através de narrativas impecáveis das experiências de vida de Laura, que até então atendia por Tom Gabel.
Corajoso, competente, verdadeiro e mais honesto impossível: o melhor disco de 2014 é Transgender Dysphoria Blues, do Against Me!