Tony Iommi (Black Sabbath) diz não saber se irá viver mais 1 ou 10 anos

Não é segredo para ninguém que Tony Iommi, guitarrista do Black Sabbath e responsável por alguns dos riffs mais importantes da história do rock, luta contra o câncer há algum tempo.

Tanto a gravação de 13, disco mais recente da banda, quanto a turnê de divulgação do trabalho foram planejadas em torno do tratamento de Iommi e agora em entrevista ao Mirror, o músico revelou maiores detalhes sobre o que tem passado:

Depois que lançamos o álbum nós saímos em turnê e fizemos 81 shows em 28 países. Eu gostei muito, mas foi difícil.

Após a doença eu comecei a ficar muito cansado. A cada seis semanas eu tinha que voltar para casa para continuar o tratamento. Aí eu tinha que ficar em casa por mais duas ou três semanas em repouso e depois me juntava à banda.

Tivemos que planejar toda a turnê em torno do meu tratamento. Isso significou muita viagem. E para piorar, os voos agora afetam as minhas células sanguíneas por causa do câncer. Quando eu chegava ao hotel, tinha crises de ansiedade, tremedeira, várias coisas que nunca havia sentido. Depois que a turnê acabou, precisei de dois meses para me recuperar.

Iommi ainda falou sobre sua nova rotina depois da doença, e também sobre o futuro, que parece ser uma grande incógnita:

Eu terminei o tratamento no último Verão. É bom, de certa forma, porque tenho mais energia agora, mas ainda não sei se o tratamento funcionou.

Como eu fiz duas cirurgias ao mesmo tempo, uma na próstata e outra nos meus nódulos linfáticos, fiz muitos exames no ano passado e passei por muita radiação. Então não posso fazer mais exames por enquanto. Todo dia fico procurando por caroços no corpo. Toda vez que tenho dor de estômago eu penso, “Oh, Deus, é câncer.” É terrível. Chego até a sonhar com isso. Mas é a minha vida agora.

O cirurgião disse que não espera que o câncer desapareça. Há 30% de chance disso acontecer, mas provavelmente ele irá voltar, e pode ser a qualquer momento.

Eu vejo a vida de forma diferente agora. Eu posso estar aqui pelos próximos 10 anos ou por apenas mais um – eu não sei. Às vezes penso se eu deveria levar uma vida mais tranquila. Aí eu penso, “Não quero deixar a doença tomar conta.” Afinal de contas, eu gosto de onde me encontro agora.