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Resenha: Foo Fighters em Porto Alegre

Banda passou por toda sua carreira, fez covers e foi para o meio da plateia em show de quase três horas.

Tony Aiex

22/01/2015 09:08

Fotos: Doni Maciel

Democrático. Essa é uma das palavras que podem ser usadas para descrever o show do Foo Fighters em Porto Alegre que aconteceu na noite de Quarta-feira, dia 21/01/2015, no estacionamento da FIERGS.

Desde o setlist, que teve faixas de todos os álbuns da banda, até a proximidade do grupo com a plateia, Dave Grohl e sua trupe trataram de agradar todos os tipos de fãs, que são muitos.

Abrindo os trabalhos com “Something From Nothing”, do recém lançado Sonic Highways, a banda foi esquentando os motores para logo avisar que faria um show de três horas.

Uma sequência de hits, como é o show todo, veio na forma de “The Pretender”, “Learn To Fly”, “Breakout” e “Arlandria”, antes de Grohl dizer que a banda tem 20 anos e que eles tentariam resumir essas duas décadas ali no palco. Em tom de brincadeira, o fundador do grupo disse que seriam tocadas canções do primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo e nono álbum. “Brincadeira, nós não temos nove álbuns.”

Em “The Pretender”, o flash mob organizado pelos fãs deu um efeito muito bonito à performance, com pedaços de papel vermelho sendo arremessados ao ar para imitar uma das cenas do clipe oficial.

Depois de “Generator” veio “My Hero”, cantada a plenos pulmões pelos 37 mil presentes e um dos tantos momentos altos do show.

Ao entoar “Congregation”, o vocalista disse que a canção foi gravada em Nashville como parte do projeto Sonic Highways, e a banda brincou, tocando 30 segundos de uma jam country.

“Walk” foi celebrada por todos os presentes e depois dela veio a apresentação dos integrantes na forma de solos e covers, como a inesperada versão para “Daft Punk Is Playing At My House”, do LCD Soundsytem e uma homenagem a “Another One Bites The Dust”, do Queen.

Ao apresentar Pat Smear, Grohl e Taylor Hawkins chegaram a puxar um hardcore na guitarra e na bateria, mas o ex Germs fez sinal de que não queria mostrar seus acordes.

Veio então “Cold Day In The Sun”, com Hawkins nos vocais, “In The Clear”, “I’ll Stick Around” e “Monkey Wrench”, antes da banda dar um tempo e deixar Dave Grohl apenas com o violão.

Democraticamente, ele foi até o final de uma passarela que ligava o palco ao público, e tocou canções acústicas para parte da plateia que, segundo ele mesmo, havia visto o show de longe até então.

“Skin And Bones”, “Wheels” e a introdução de “Times Like These” vieram nesse formato até que a banda embarcou nas covers que tem feito durante a turnê.

Para isso, um palco giratório surgiu no meio da passarela e a banda se agrupou como se fosse uma atração iniciante, ensaiando na garagem de casa, dando um clima intimista muita bacana ao show.

Com uma bandeira do Brasil e depois uma do estado do Rio Grande do Sul, o grupo tocou “Detroit Rock City” (KISS), “Miss You” (The Rolling Stones), “Tie Your Mother Down” (Queen) com Dave Grohl na bateria e “Under Pressure”, também do Queen.

Vale ressaltar que a cada uma das covers, o palco girava e estacionava de frente para um lado diferente da plateia, permitindo que todos os fãs estivessem com a banda de perto e de frente por pelo menos alguns momentos do show.

Foto por Filipe Lazaro

A sequência final veio com “All My Life”, “These Days”, “Rope”, “Outside”, “Best Of You” e a matadora “Everlong”.

O Foo Fighters ainda fará três shows no Brasil, em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e mostrou que está em ótima forma para celebrar a heterogênea base de fãs dos mais variados gostos, em apresentações que se colocam no meio do público.

20 anos depois, a banda mostrou que ainda gosta muito do que faz, e que sentar em cima do sucesso para shows burocráticos não é com eles.