Ontem a Internet chacoalhou através dos vários sites de música que publicaram uma notícia a respeito do blink-182 dizendo que o guitarrista Tom DeLonge havia deixado a banda e sido substituído por Matt Skiba, do Alkaline Trio.
Minutos depois, o guitarrista e vocalista publicou uma mensagem em suas redes dizendo que não havia deixado o grupo, mas que a mensagem divulgada era oficial da banda. E aí ninguém entendeu mais nada.
A revista Rolling Stone conseguiu uma entrevista com os outros dois integrantes do grupo, Travis Barker e Mark Hoppus, e eles defenderam o comunicado, e falaram sobre todo o processo pelo qual têm passado nos últimos meses:
Nos últimos dois anos temos trabalhado com várias gravadoras diferentes para tentar conseguir um contrato porque nós três decidimos que gostaríamos de gravar com um parceiro. Há alguns meses, Travis planejou esse festival [Musink], onde é um dos donos e perguntou ao Tom se poderíamos tocar, e todos disseram, “Sem problemas”. Ao final de Dezembro, estávamos colocando os últimos detalhes no contrato com uma gravadora e na véspera de Natal nós três assinamos o acordo. Conversamos sobre onde gravaríamos, com quais produtores iríamos trabalhar, em que dia começaríamos. Tudo por e-mail. Eu acho que nenhum de nós conversou com Tom pessoalmente nos últimos meses, mas tudo ia bem.
Reservamos a data de 05 de Janeiro para começar as gravações. Em 30 de Dezembro, recebemos um e-mail do empresário do Tom dizendo que ele não tem interesse em gravar e quer trabalhar com outras coisas, não musicais, e que está fora por tempo indeterminado. Vários e-mails vêm e vão para tentar explicar as coisas e então ele manda um e-mail dizendo: “Tom. Está. Fora.” Foi exatamente o mesmo e-mail que recebemos em 2004 quando Tom disse que entraria em hiato indefinido.
Mark ainda diz que o blink-182 já deveria ter começado a gravar um novo disco há dois anos, mas que Tom sempre enrolou a banda e seus empresários fizeram o mesmo, mais recentemente com a história de que uma gravadora era necessária e que ele não colocaria dinheiro do próprio bolso, o que atrasou o processo. Segundo o baixista, um e-mail em letras maiúsculas chegou a ser enviado com a mensagem “PRECISAMOS DE UMA GRAVADORA.”
A passagem mais pesada da entrevista, porém, é quando a revista pergunta sobre a reação após ler a mensagem de Tom dizendo que ele não saiu da banda. Travis Barker, baterista, parece bastante honesto ao dizer que a banda cansou de cobrir suas histórias:
Eu acho que ele ficou chateado porque Mark e eu finalmente fomos honestos. Nós sempre acobertamos as suas histórias. Foi sempre algo do tipo, “Vamos gravar um álbum,” aí “Tom não irá entrar em estúdio sem uma gravadora.” Aí todo mundo se mata para conseguir uma gravadora e agora Tom não é mais parte do blink-182. É difícil acobertar alguém que é desrespeitoso e ingrato. Ele nem teve a coragem de ligar para seus colegas de banda e dizer que não quer mais trabalhar com o blink. Ele manda o empresário fazer isso. Todo mundo deveria saber qual é o lance dele há anos. Quando voltamos após meu acidente de avião, não sei, talvez a gente só tenha voltado porque eu quase morri. Mas ele nem ouviu as mixagens e masterizações daquele disco. Ele nem se importou. Até a volta do blink-182 na primeira vez é questionável.
Sobre o futuro, Mark e Travis dizem que o trio formado com Matt Skiba irá se concentrar no Musink Festival e que pretende continuar “protegendo o legado” do blink-182, tocando suas músicas.
A respeito da formação e do nome, Mark diz que isso envolve processos judiciais e que tudo que ele e Travis querem fazer é tocar músicas do blink. “Se Tom não quer fazer isso, o que obviamente não quer, OK. Ele não precisa se envergonhar ou tentar fingir que está trabalhando no blink. Todo mundo sabe o que tá acontecendo. Qual é, cara.”
Em uma entrevista que deixa claro que Tom segurou a banda todo esse tempo e agora, finalmente, os dois integrantes resolveram seguir em frente sem ele, Hoppus faz uma declaração sobre o que a dupla deseja:
Travis, eu e toda a organização blink-182 sempre cedemos para fazer o que o Tom queria. Ele ligou em Outubro de 2013 e disse “Quero gravar um EP para o Natal”. Eu moro em Londres e cinco dias depois estava em Los Angeles para gravar porque ele queria. Fizemos tudo para dar ao Tom o que ele dizia que queria. Foram anos de atraso, e vou te dizer, é humilhante estar em uma banda onde você precisa ficar se desculpando toda hora por um integrante. E tem sido assim há muito tempo.
Quando Tom finalmente disse, “Não vou entrar em estúdio ou fazer esse show,” foi meio que um alívio gigantesco porque pelo menos ele havia dito. Mas aí dizer, “Eu não saí do blink,” não é verdade. É hipocrisia. Eu só quero que Tom faça o que o deixe feliz e pare de segurar o blink-182 a respeito do que todos nós combinamos que iríamos fazer: shows, discos, continuar o legado nos divertindo.
A entrevista, em Inglês, pode ser lida aqui.
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