Os garotos do Selvagens à Procura de Lei estão fazendo os últimos ajustes nas gravações do seu terceiro disco de estúdio. Praieiro, que ainda não tem data de lançamento prevista, trará um novo Selvagens à tona: viver na cidade de São Paulo e ouvir novos sons são algumas das coisas que mexeram um pouco com o jeito dos garotos de Fortaleza de fazer música.
Em um dos dias de gravação, no Red Bull Station, os garotos fizeram uma pausa para conversar com a equipe do TMDQA!. Acompanhe:
TMDQA! – Como foi para vocês oferecer para os fãs a oportunidade de acompanhar, junto com vocês, todo o processo de gravação do disco novo e colaborar com isso, por meio do Catarse?
Rafael – Foi muito massa. Foi uma experiência que a gente não tinha há um tempo, porque desde o começo a gente sempre contou muito com os fãs, em votação na internet, teve a votação da MTV, teve a época do Planeta Terra e tudo isso a gente já contava com os fãs, então a gente foi criando essa base desde essa época. Fazia tempo que a gente não mobilizava tanto os fãs assim, e foi muito legal. Foi no final do ano passado, terminou justamente na época do Natal, então foi meio que um presente de Natal pra gente mesmo.
Gabriel – A gente já tinha começado as gravações do Praieiro antes de começar a campanha, então quando a gente começou, já foi divulgando um pouco do que tava rolando aqui no Red Bull. Acho que a campanha ter sido um sucesso também mostrou que a galera curtiu o que já estava rolando aqui, porque já saiu alguma coisa… trechos de vídeos e até fotos da gente aqui, já começou a sair um pouco da cara do que vai ser o novo trabalho… então ver que rolou isso já foi também um ponto positivo pro Praieiro, pra gente voltar e terminar de gravar o disco.
TMDQA! – O que o Praieiro tem de mais diferente em relação aos dois álbuns anteriores de vocês?
Rafael – Eu acho que o ritmo. A gente fez essas músicas muito baseados nas coisas que a gente escuta e o que estava soando como novidade, né? Que era o reggae, o funk, o disco… e são influências que a gente não tinha antes, porque não ouvia muito, mas a gente soube captar alguma coisa destes três ritmos aí que está soando bem diferente em relação aos outros discos, que tinham uma pegada predominantemente rock. Eu acho que tem vários gêneros que a galera vai poder se identificar nesse disco.
TMDQA! – Como está sendo a experiência de gravar aqui no Red Bull Station?
Caio – Gravar aqui está sendo um prazer. O estúdio da Red Bull é um belíssimo estúdio, é um espaço privilegiado ter isso aqui em São Paulo, e pra gente poder gravar aqui foi muito irado. Aqui o processo de gravação começou com um workshop do David (Corcos, produtor da banda), em que vieram vários produtores para ouvir o David falar sobre o trabalho dele e aí começamos a gravar. A reação de todo mundo foi muito positiva, todo mundo curtiu muito participar do workshop, botou a vibe lá pra cima e também teve essa contribuição no nosso disco que está lá, foram 3 dias de gravação registrados. Pra gente, é só elogios.
TMDQA! – Depois de quase dois anos vivendo em São Paulo, vocês acham que a convivência com a loucura da cidade influencia o novo trabalho da banda?
Gabriel – Influencia bastante, principalmente em relação às composições. Esse é o primeiro disco em que vai estar todo mundo participando como compositor. Eu acho que isso é resultado também da gente estar morando junto, porque muita música a gente foi metendo o nariz um no trabalho do outro e surgiu muita coisa, tem música do Nicolas, do Caio, do Rafa, tem minha…
Rafael – Outra coisa é que a realidade de São Paulo é muito diferente de Fortaleza em vários aspectos e isso é muita inspiração também. Pra você que está entrando num lugar desconhecido, vindo morar, surgiram vários pensamentos que a gente não tinha antes também. Foi andando a pé mesmo, aprendendo coisas que a gente não tinha lá em Fortaleza, vivendo mais um pouco da rotina da cidade, tudo isso influenciou.
Caio – É uma rotina diferente da nossa cidade também, né? Esses dois climas influenciaram muito a gente nesse novo período de vida mesmo, de morar em São Paulo, de conhecer outras realidades além daquela de Fortaleza.
TMDQA! – Como é o trabalho de merchandising da banda em shows?
Rafael – A gente vende tudo. Pro Praieiro, vamos ter uma loja reformada…
Gabriel – A gente espera trazer um novo lançamento aí de materiais…
[one_third]”O importante é que no comando sempre esteve a gente”[/one_third]
TMDQA! – E vocês já conseguem adiantar pros fãs o que vai ter de diferente?
Rafael – Por enquanto não… vai ser surpresa! (risos)
TMDQA! – Vocês começaram lá na Deck, depois foram para a Universal e depois fizeram um trabalho de financiamento coletivo para o Praieiro. Essa mudança faz vocês conhecerem melhor ambientes e influencia o trabalho da banda?
Gabriel – De certa forma a gente pode dizer que a gente sempre esteve nessa posição, com relação ao controle do nosso trabalho, ao controle de qualidade que a gente se impõe. Então, na verdade o que aconteceu foi que a gente sempre trocou de parceiros, dependendo do trabalho, de como fazer o marketing dele… No segundo disco, a gente teve a Universal Music, para esse terceiro a gente logo, logo vai saber com quem vamos trabalhar, mas o importante é que no comando sempre esteve a gente, com relação a esse momento que é sagrado pra gente, que é a gravação, de como as músicas vão sair… Esse momento sempre foi nosso, então depois é que a gente vai ver quem vai ser o parceiro, para saber como vai ser o marketing, a distribuição no Brasil…
TMDQA! – Quais bandas vocês estão ouvindo e que podem recomendar pra os seus fãs?
Rafael – Bota aí… Led Zeppelin, Stevie Wonder, Bob Marley…
Gabriel – Estamos ouvindo muito Neil Young também…
Rafael – Jimi Hendrix!
Caio – Fagner, Belchior, Mutantes…
Rafael – Gilberto Gil, The Police, Men At Work
Gabriel – Mamonas Assassinas…
TMDQA! – Vocês têm mais discos que amigos?
Caio – Eu com certeza tenho mais discos que amigos porque até aqueles que você realmente escuta música, sempre você escuta mais música do que quantidade de pessoas que estão escutando música com você.