Resenha: Foo Fighters em Belo Horizonte

Show na capital mineira teve sósia de Dave Grohl, chuva, hits e covers.

Resenha: Foo Fighters em Belo Horizonte

Fotos por T4F

Resenha por Regiane Avelar

Um show para todos os públicos. Assim pôde ser definido o espetáculo que aconteceu na noite épica de 28 de janeiro, em Belo Horizonte, onde se apresentou o Foo Fighters.

E foi bem assim, mesmo. Para começar, já nos primeiros acordes, a imagem da Igreja de São Francisco (a Igrejinha da Pampulha), um dos cartões postais da capital mineira, foi projetada no telão principal do palco. Os fãs enlouquecidos já começaram a curtir “Something from Nothing”, primeiro single do disco recém-lançado Sonic Highways (2014), que abriu o último show da turnê da banda americana no Brasil.

De baixo de uma chuva fina no início do show, mais de 17 mil fãs curtiram os sucessos dos oito álbuns e vinte anos de carreira da banda americana. “A noite está linda! Tem uma chuvinha fina aí, mas a noite está muito linda”, enfatizou o vocalista Dave Grohl, ex-baterista do Nirvana.

“The Pretender”, um dos sucessos do álbum Echoes, Silence, Patience & Grace (2007); “Learn to Fly” e “Breakout”, do disco There Is Nothing Left to Lose (1999); “My Hero”, de The Colour and the Shape (1998) foram parte do repertório.

O que realmente definiu o show em Belo Horizonte como inédito e autêntico, marcando a diferença das outras apresentações no país, além da execução de “Hey, Johnny Park” não foi apenas o fato ser a primeira vez em solo mineiro, mas sim a presença no palco de Rafael Giácomo, se passando por Dave Grohl, quem revelou a identidade do ‘clone’.

Morador da capital, ele é vocalista da banda cover Monkey Wrench e foi o ganhador da promoção de uma rádio local para conhecer o grupo. Segundo o próprio Grohl, eles realmente se parecem mesmo, e depois que ficou sabendo da banda de “Rafa Wrench”, Dave o convidou para tocar com o grupo.

Durante a apresentação dos integrantes da banda, houve um desafio interessante. Cada um  teve a oportunidade de tocar um trecho de um clássico do rock, ficando a continuidade nas mãos do baterista Taylor Hawkins.

“Conhecemos muitas músicas, mas não todas. Somente um integrante tem a obrigação de conhecer todas”, disse Grohl, logo após afirmar que amava Taylor e fazer ciúmes no público. “Vocês amam o Taylor, pois é, ele é meu”, complementou, em tom de brincadeira.

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Com uma super estrutura de palco, a banda se apresentou para todas as áreas do show. Em meados da apresentação, Dave cantou para os fãs que estavam na pista comum, no “fundão”.

“Agora eu vou cantar para estas pessoas aqui e aquelas pessoas ali”, apontando para o público que estava à frente dele e deixando o palco para trás. “A gente gosta dos shows em que a gente fica perto do público e pode olhar no rosto de cada um”, completou. Neste momento, Grohl tocou “Skins and bones” com notas de violão e acordeon.

Como num movimento único, todos olhavam para o centro da Esplanada onde o restante da banda emergiu e permaneceu por alguns momentos. O palco 360º graus possibilitou com que todas as pessoas vissem o show de onde estivem e tivessem maior proximidade com os músicos. Esta foi a principal característica da turnê “Sonic Highways” no Brasil, ser intimista.

A banda manteve o público no ritmo de rock and roll durante todo o show, que durou por quase três horas. “A gente gosta é de show grande e quando tocamos, gostamos de nos divertir. E essa próxima música, se chama “Under Pressure”. Se conhecem, cantem com a gente. Se não conhecem, eu vou ensinar para vocês”, disse entusiasmado o vocalista Dave Grohl, antes de tocar o hit do Queen.

A série de covers seguiu com “Tom Sawyer”, do Rush, “Let there be rock”, do AC/DC, “Detroit Rock City”, do KISS e “Miss You”, do The Rolling Stones.

Quase no finalzinho do show, o primeiro single do álbum In Your Honor (2005), o sucesso “Best of You”, emocionou o público. E para fechar a passagem pelo Brasil, Grohl disse: “Não gostamos de dizer adeus, sendo assim, nos despedimos desse jeito”, quando começou a embalar o público ao som de “Everlong”.

Para os fãs mineiros, foi como ter recebido o pagamento de uma dívida, já que em 2000 a banda cancelou um show que aconteceria em Belo Horizonte. A noite foi encerrada com ‘gosto de quero mais’ e com o público pedindo bis, o que não aconteceu para decepção geral dos presentes.

Shows de abertura

A noite começou ao som de Raimundos. Banda brasiliense que tirou o público do chão em uma curta apresentação que durou apenas injustos 30 minutos mas foi repleta de energia e interação com o público. “Eu quero ver o oco”, “I saw you saying”, “Me Lambe” e “Puteiro em João Pessoa” não puderam ficar de fora do repertório que enfatizou oinício da carreira e auge do grupo. A plateia se empolgou e rolou até ‘mosh’.

A segunda banda a se apresentar foi o Kaiser Chiefs. Reunindo os principais hits, “The angry mob”, “I predict a riot”, “Ruby”, “Every day I love you less and less”, a apresentação britânica foi intensa e eletrizante. O vocalista Ricky Wilson subiu na bateria, correu por todo o palco e cantou na passarela. Feliz pelo momento, ele agradeceu ao Foo Fighters.