Domingo – 15/02 (Roxy)
Após um temporal inesperado, a estrutura do evento no Martim Cererê foi completamente comprometida e para maior segurança e conforto do público, a produção optou pelo cancelamento de algumas apresentações e a transferência dos principais nomes da noite para a casa de shows Roxy (que já estava sediando uma “after” do evento durante todos os dias da programação e foi uma boa saída com estrutura suficiente para receber um pedaço do festival). As primeiras bandas que se apresentariam no domingo e também no dia seguinte foram muito prejudicadas por isso, mas foi uma medida tomada para a continuação do evento e não restou outra alternativa a não ser deixar alguns nomes de fora (tomara que em uma próxima oportunidade as bandas que ficaram de fora estejam presentes, pois a oportunidade do público conhecer novidades e bandas bem interessantes ficou prejudicada neste dia, infelizmente).
Já com um grande atraso, os shows no domingo começaram por volta de 00:20 e a primeira banda a se apresentar foi o duo mineiro Muñoz, que botou bastante pressão em sua apresentação e conseguiu se virar bem mesmo com a redução de espaço do local (já com um público consideravelmente grande). A apresentação supriu as expectativas do público, com ambos os integrantes totalmente imersos em seus instrumentos, o peso da bateria e até a “participação especial” de uma gaita durante uma das faixas apresentadas.
A próxima banda a se apresentar foi a carioca Hell Oh, que tem uma semelhança inegável com a banda Arctic Monkeys (tanto em seu vocal quanto nas melodias) e realiza um ótimo trabalho instrumental em conjunto com backing vocals muito bem planejados. Um diferencial da noite “inesperada” do Grito Rock foi o Dj Set realizado nos intervalos das bandas, com sucessos do bom e velho rock além de algumas pitadas de pop também.
Provavelmente a banda mais esperada da noite, a Overfuzz subiu ao palco já de madrugada, com pressão em sua apresentação desde o início, mesclando músicas mais antigas com outras mais atuais e demonstrando uma maior animação e performance no palco que o habitual. Mesmo com a falta de espaço as rodas de hardcore não deixaram de acontecer durante o show. O peso e empolgação do baterista são detalhes que já não precisam nem serem comentados mais, por roubarem sempre a cena durante as apresentações da banda. Os vocais rasgados também chamam a atenção e não deixam o público desanimar ou perder a atenção um minuto durante todo o show.
A última banda, Corazones Muertos, vinda diretamente de São Paulo, realizou uma apresentação caótica, não exatamente com uma inclinação positiva para esta definição. Com o habitual punk rock do grupo, a banda perdeu um pouco o foco devido a alguns problemas técnicos no palco (que anteriormente tinham sido enfrentados com calma e maturidade por todas as outras bandas) e apelaram um pouco durante sua apresentação.
O público não ficou muito interessado com o comportamento do grupo e o show acabou sendo realizado para poucas pessoas (detalhe observado pelo vocalista, inclusive, que poderia ter dado valor aos poucos que se interessaram pelo som do grupo mas preferiu criticar a situação). Um pouco mais de compreensão teria tornado o bom som da banda bem mais interessante.