Novonada é um trio ítalo-brasileiro que reside em Londres (Reino Unido), ou seja: é uma grande mistura cultural e musical. Formado inicialmente em Florença (Itália) em 2007, a banda se mudou para Londres após o lançamento de dois álbuns na Itália e é composta pelo ítalo-brasileiro Ian Carvalho e os italianos Alessandro Bianchi e Lorenzo Becattini.
Na história da banda já estão dois álbuns e dois EP’s lançados de forma totalmente independente e turnês por diversos países. Recentemente o grupo realizou uma turnê na América Latina e teve datas marcadas na Argentina, Chile, Uruguai e ainda mais de 10 cidades do Brasil. No segundo semestre a banda realiza uma turnê nos Estados Unidos, atravessando mais uma vez as fronteiras com seu estilo musical peculiar.
Confira abaixo a nossa entrevista com o power trio Novonada e depois conheça o som da banda:
TMDQA: Vocês acham que as diferentes bagagens culturais de cada um dos integrantes da banda influenciam a música de vocês?
Novonada: A cultura de cada pessoa cria a pessoa e cada pessoa é a cultura que ela tem. A música, como qualquer tipo de arte, nada mais é que comunicação humana. Dito isso, é impossível pensar que a bagagem cultural de cada artista não influencie a comunicação que ele tem com o público, ou seja, a arte que ele produz.
TMDQA: Vocês dizem que fazem “anthropophagic-rock”. Como vocês definiriam este estilo?
Novonada: Desde sempre a gente preferiu não tocar um só gênero de música, mas sim tentar fazer um grande mix de todos os estilos que gostávamos. Isso sem esquecer as raízes que temos. Acontece normalmente que bandas que não são inglesas ou americanas são tão influenciadas por bandas inglesas ou americanas que às vezes elas viram uma cópia ridícula de alguma coisa que não podem ser simplesmente porque as raízes são outras. As raízes são importantes, e quando estudamos o movimento antropofágico que aconteceu no Brasil, encontramos o nome daquilo que a gente já estava fazendo. Assim nasceu o “ANTHROPOPHAGIC-ROCK”.
TMDQA: Quais são as principais influências da banda?
Novonada: São muitas as coisas que nos influenciam e não tem alguma que seja mais importante do que outra, então vou dizer as primeiras que saem da cabeça: Rossini , “un buon Chianti (vinho) “ , Nietzsche , Araguacema (cidade do Tocantins), o filme “Amici Miei” , Lisabi…
TMDQA: Qual é a maior dificuldade de trabalhar como banda independente atualmente?
Novonada: A única dificuldade é naturalmente a econômica. Além disso não vejo nenhuma outra dificuldade.
TMDQA: O que vocês destacam de diferente/especial nas apresentações que vocês fazem no Brasil?
Novonada: A energia positiva que recebemos, além da grande ajuda que todos os amigos brasileiros, chilenos, argentinos e uruguaios nos deram, foi sensacional. Nunca tivemos uma resposta negativa em toda a tour e durante toda a viagem fomos encontrando pessoas que serão nossos amigos pro resto da vida (não há dúvida nisso), coisa que as vezes não acontece no continente mas frio e velho que é a Europa.
TMDQA: O que vocês utilizam da sonoridade brasileira em seus trabalhos?
Novonada: Tudo e mais ainda, das melodias aos instrumentos, e é incrível quanto material a gente encontra. Este país tem uma cultura musical muito interessante, do Samba ao Forró, passando pelo Sertanejo de raiz aos cantos indígenas… incrível!
TMDQA: Por que vale à pena ouvir “Novonada”?
Novonada: Vale a pena ouvir Novonada como vale a pena jogar futebol na praça da cidade do interior, arriscando de quebrar o vidro do cara que resolveu morar em cima do gol (que na realidade nada mais é que a garagem de sua padaria).
TMDQA: Quais são os planos futuros da banda? Novas turnês, novos álbuns ou singles vindo por aí?
Novonada: Os planos futuros são tocar muito mais, em tour, estúdio de ensaio ou gravação e lançar logo um novo trabalho. Como dizia uma das nossas bandas favoritas: “…nosso Hobby é worká!”
TMDQA: Vocês têm mais discos ou mais amigos?
Novonada: Temos muitos amigos com muitos discos.