Texto por Gabriel von Borell
Fotos por Glaucon Fernandes Lopes
Quase 17 anos depois de sua última passagem pelo Rio de Janeiro, o Smashing Pumpkins retornou à Cidade Maravilhosa em um contexto completamente diferente. Se no final dos anos 1990 o grupo liderado por Billy Corgan estava no auge do sucesso, atualmente o cenário não é mais tão favorável assim para eles. De lá para cá, o Smashing Pumpkins perdeu seus outros dois membros fundadores, a baixista D’arcy Wretzsky e o guitarrista James Iha, entrou em longo hiato e agora conta com uma formação surgida em novembro de 2014. Bem mais em baixa nos dias atuais, definitivamente o Smashing Pumpkins perdeu boa parte do seu público ao longo da última década. Isso ficou bem claro na última quarta-feira (25), quando Corgan subiu ao palco do Citibank Hall, na Barra da Tijuca, ao lado de Jeff Schroeder (guitarra e backing vocal), Mark Stoermer (baixo e backing vocal) e Brad Wilk (bateria e percussão), diante de uma plateia relativamente reduzida.
Porém, se grande parte dos cariocas abandonou o grupo, quem esteve presente ao show representou um papel incrível. Mesmo com muitos “buracos” entre o público, a noite foi memorável. Bastante empolgados, os fãs do Rio de Janeiro queriam deixar claro para Corgan e cia que a cidade ainda os ama. Fazendo parte dos “side shows” do Lollapalooza Brasil, a apresentação do Smashing Pumpkins teve abertura do Young the Giant, que começou sua apresentação pontualmente às 21h20.
Com performance bastante intensa de seu vocalista, Sameer Gadhia, o grupo, também americano, animou a plateia com o hit “Cough Syrup” e outros enquanto a mesma chegava gradativamente ao Citibank Hall. Às 22h30, Billy Corgan e seus companheiros entraram discretamente no palco para delírio do público. Sem perder tempo, o Smashing Pumpkins arrebatou de cara a plateia tocando três clássicos: “Cherub Rock”, “Tonight, Tonight” e “Ava Adore”.
Na sequência rolaram as novas “Being Beige” e “Drum + Fife”, do recente disco Monuments to an Elegy, lançado em dezembro passado. Enquanto isso, Corgan parecia meio “blasé”, economizando nas palavras, fazendo caras e bocas para os fãs, e arremessando palhetas o tempo inteiro. Depois, o Smashing Pumpkins alternou excelentes momentos, como durante a execução de “1979”, “Drown” e “Disarm”, e outros mais mornos, como em “Monuments”, do álbum Oceania (2012) e “United States”, do CD Zeitgeist (2007), o primeiro depois que o The Smashing Pumpkins voltou à ativa. Para encerrar a apresentação antes de retornar ao palco com o bis, o grupo enlouqueceu os fãs com a pesada e insana dobradinha de “Bullet with Butterfly Wings” e “Heavy Metal Machine”.
O Smashing Pumkins então deixou o palco para o público conseguir se recuperar um pouco. Alguns minutos mais tarde, a banda voltou para tocar apenas uma música: uma versão acústica e divertida de “Today”. Divertida porque Corgan deu brecha para os fãs cantarem juntos mas, desafinados, o coro não ficou tão legal. Pelo menos o público conseguiu arrancar boas risadas do vocalista, que ainda agradeceu bastante aos fãs depois da execução da última faixa do set list, por volta de 00h15. O Smashing Pumpkins pode até não fazer mais tanto sucesso por aqui, no entanto, certamente ainda tem seu valor na indústria do rock alternativo.
Setlist:
1- “Cherub Rock”
2- “Tonight, Tonight”
3- “Ava Adore”
4- “Being Beige”
5- “Drum + Fife”
6- “Glass and the Ghost Children”
7- “Stand Inside Your Love”
8- “1979”
9- “Pale Horse”
10- “Monuments”
11- “Drown”
12- “Disarm”
13- “One and All (We Are)”
14- “United States”
15- “Bullet with Butterfly Wings”
16- “Heavy Metal Machine”
Bis
17- “Today”