TMDQA! entrevista: Vinícius, o cara que pediu a namorada em casamento no show do Foo Fighters

Veja a história de amor de Vinícius, que conseguiu subir ao palco do show do Foo Fighters em SP e pedir a namorada em casamento com a bênção de Dave Grohl.

TMDQA! entrevista: Vinícius, o cara que pediu a namorada em casamento no show do Foo Fighters

23 de Janeiro de 2015. Milhares de fãs do Foo Fighters pelo país não irão esquecer essa data pois foi nesse dia que a banda fez o show de São Paulo durante a mais recente turnê brasileira que ainda passou por Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Se a noite foi especial para quem viu o show no estádio do Morumbi, foi ainda mais para o casal Vinícius e Mônika, já que o primeiro teve uma ajuda pra lá de especial de Dave Grohl para pedir a namorada em casamento em pleno show.

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Conversamos com o rapaz que acabou sendo chamado por Dave de algo muito próximo a “Vesúvio”, e ele nos contou como surgiu a ideia, quem ajudou, o que aconteceu depois do pedido e mais.

E ah, eles acabaram de se casar, então você pode ler a entrevista e já deixar os parabéns para os dois, apadrinhados pelo Foo Fighters.

Aproveite!

TMDQA!: Como surgiu a ideia de pedir a Mônika em casamento? Quando você pensou nisso, achou que realmente conseguiria fazê-lo? O próprio Dave Grohl disse que isso não é normal em shows do Foo Fighters.

Vinícius: Na verdade gostaria de fazer algo especial para a Mônika, fiquei matutando o que fazer por um tempo. Inicialmente pensei em fazer o pedido em um salto de parapente na cidade de Poços de Caldas, lugar que pedi ela em namoro. Mas percebi que a ideia não daria certo, porque ela não gosta de altura e convencê-la a fazer um voo seria bem complicado.
Nisto surgiu a oportunidade de comprar os ingressos para o show, comprei já com a ideia de fazer o pedido lá.
TMDQA!: Qual foi o seu plano para entrar em contato com o pessoal do FF e fazer com que aquilo acontecesse?

Vinícius: Por diversas vezes ensaiei mandar um e-mail para o fã clube ou achar uma maneira de entrar em contato com a produção (até pensei em pedir ajuda para algum programa de TV). Mas foi só ensaio, tinha medo de alguém com mais contato roubar a ideia. Minha rotina não permitiu fazer nada até as vésperas da apresentação.

Um tempo antes da data do show pensei o que escrever no cartaz. Se achei que daria certo? Não sei o que pensava, mas tinha noção de que Dave é bem atento ao público, ele viu uma briga de fãs e os expulsou de um show recentemente, por que não iria prestar atenção em um cartaz? Nesse tempo traduzi “Everlong” em uma apresentação no tablet e no último “when” coloquei um “quer casar comigo?”.
Aliás a ideia era essa: estar em um canto no palco enquanto tocava “Everlong” e traduzir a música para ela, e o último slide seria a surpresa.

Mas para que isso desse certo eu deveria seguir um plano. Chegar cedo para garantir um bom lugar, e no momento certo ter a ação necessária. No dia, saiu tudo como o previsto, só que ao contrário. Chegamos tarde, o palco era bem longe de onde estávamos e mal conseguia ver a bateria do Taylor.
Logo após o show do Kaiser Chiefs, um roadie veio até a beira do palco e instalou um microfone bem na nossa direção [na ponta do palco que Dave utiliza na turnê para tocar as músicas em versão solo] e foi aí que percebi que poderia dar certo. Seria nesse momento que ele estaria mais próximo e eu teria uma chance.

TMDQA!: Como foi ir ao show e esconder isso da Monika, para que fosse uma surpresa, o tempo todo?

Vinícius: Em uma mochila que a Mônika carregou boa parte do show escondi as alianças e o cartaz dobrado. Ela não havia desconfiado de nada, até o momento que foi pegar um pacote de bolachas que levamos para comer durante a espera. Ela viu e me perguntou o que era, desconversei e falei que era coisa do trabalho, mas ela não acreditou. Ela desconfiou que algo estaria por vir, mas achou que seria algo mais pessoal, seria algo ali mesmo. Ela imaginou que em uma música especifica eu iria abrir o pedido e só.
A parte mais engraçada disso, é que no caminho até São Paulo falávamos em subir no palco e ela agarrar o Dave e me deixar (risos), ela até comentou de como seria romântico eu fazer o pedido no show. Desconversava toda vez e cheguei a falar que no próximo show eu faria o pedido, mas iria demorar.
Agora a pergunta mais interessante é essa “…fazer com que aquilo acontecesse?”
Acho que somente deu tudo certo mediante a ajuda do público. Primeiro que incendiamos aquele show, Dave estava inspirado com a nossa reação e retorno nas músicas, disse que a noite seria nossa e que poderíamos fazer o que quiser. Isso me deu mais força.
Quando ele veio dedilhando “Skin and Bones” saquei o cartaz e abri. Enquanto o pessoal de trás reclamava, os da frente queriam ver o que era, e cada vez que alguém lia me puxava para frente com o cartaz. Ou seja fui empurrado pelo público. Quando chegamos à grade já não estava mais perto da Mônika, que ficou para trás com uma baita vergonha. Quando me vi, já estava no palco.
Em suma e reforçando, quem fez isso acontecer foram todos que estavam lá, e um punhado de sorte.

TMDQA!: Quando Dave Grohl chamou vocês dois ao palco, como foi segurar a emoção e conseguir fazer o pedido na frente de milhares de pessoas?

Vinícius: Quando subi e recebi o abraço do Dave já não conseguia pensar em mais nada. Na minha cabeça não tinha público, só eu, Dave e a Mônika perdida num mar de gente. Só pensava em como seria o pedido, pois havia saído da minha programação. Mal consegui entender quando ele falou que deveria fazer no microfone. Na hora improvisei no inglês e quis deixar bem ao estilo Foo Fighters e mandei um “Mônika, do you wanna fucking marry me?”.
Na hora não tinha noção de que existiam 60 mil pessoas assistindo ali ao vivo, só pensava em quanto isso seria importante para a Mônika. Foi surreal e não conseguia pensar e sentir nada. Só me dei conta quando depois tocaram “Best of you”, aí me emocionei de verdade.

TMDQA!: Depois do pedido, vocês voltaram ao público ou a banda os deixou ver o show de algum lugar reservado? Como foi o pós-show?

Vinícius: Depois do pedido o pessoal da produção nos levou para a pista Premium, embora tenha falado que estávamos do outro lado, mas acho que ele não deu ouvidos, depois eu vi o motivo, estava com muita gente. Então ficamos ali mesmo, bem próximo da grade que divide as duas pistas.
Na saída foi interessante o reconhecimento do pessoal, nos davam os parabéns. Rachamos um táxi com um outro casal que só nos reconheceu no fim da corrida.
Quando chegamos na pousada (quase duas da manhã) a Mônika fez questão de ligar para os pais e contar o ocorrido, acordou todo mundo. Enquanto isso entrei no Facebook e já recebi notificações de amigos meus que nos viram. Só aí que dei conta da extensão do ato. E mesmo depois de muito tempo, somente vendo as filmagens, que consegui assimilar o que tinha acontecido. Ainda hoje assisto e relembro do sentimento do momento, ou quando ouço “Wheels” e “Skin and Bones”.

TMDQA!: E pra finalizar, o apelido “Vesúvios” pegou?

Vinícius: Puxa, infelizmente não. Somente um colega de trabalho me chama assim de vez em quando, e o pessoal que estava lá relembra. Creio que esse nome será somente o Dave irá me chamar (risos).

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