Resenha: Royal Thunder - Crooked Doors

Banda embarca em nova direção da carreira e mostra muita competência em seu novo álbum.

Resenha: Royal Thunder - Crooked Doors

Quem não conhece a Royal Thunder deve se impressionar com os vocais assombrosos de Mlny Parsonz em um primeiro contato. E não é pra menos, a própria banda se impressionou quando ela fez o teste para integrar o grupo. Mas saiba que Royal Thunder não é uma banda dando suporte a uma vocalista e sim um grupo formado por músicos de qualidade e extremamente inspirados.

A banda evoluiu drasticamente e se encontrou em seu próprio universo desde seu primeiro EP de 2007. Depois do ótimo disco de estreia (CVI de 2012), assumem um patamar novo em seu mais recente trabalho, Crooked Doors.

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Em “Crooked Doors” a banda compõe sob uma aura que lembra o passado, mas que com certeza olha para o futuro, não tentando obedecer os dogmas do rock setentista e criando ainda mais a sua identidade.

“Time Machine” parece ser uma música que ironiza com seu próprio título, e parece que realmente ouviremos apenas um álbum que tenta soar como nos anos 60/70. Isso dura até os vocais avassaladores invadirem a música. A explosão do primeiro refrão já situam o ouvinte no que será o disco. “Forget You” é um hino doom com estrutura melódica de um blues, contrastando totalmente com a “animada” “Floor” que tem mais de rock and roll em seu DNA mas que não cai na mesmice e despenca em um refrão climático e arrastado.

“The Line” é Heavy Metal. Como pode uma banda rumar tanto em diferentes direções e ser completamente ela mesma? Definitivamente a banda não quer “atirar pra todo o lado”, ouça o disco e entenda. “Glow” traz quilos de Southern Rock em sua introdução com slide guitar enquanto “Ear on the Fool” soa grunge e prog em sua drástica quebrada de tempo.

Fechando o disco temos a música em duas partes, “The Bear” partes I e II. Densas e atmosféricas, ambas constituem um momento único na carreira da Royal Thunder. Com sua letra que passa uma ideia de amor em meio à tristeza, berrada a plenos pulmões na primeira parte da música e sussurrada na parte II, a banda finaliza um dos melhores discos de 2015 com um forte teor de despedida e coração apertado.

O álbum todo traz um clima único, algo um pouco raro nos álbuns de bandas mais pesadas de hoje em dia. Ouvir suas músicas enquanto se mergulha na maravilhosa arte gráfica é uma experiência que deve ser vivenciada.

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