Em uma noite cheia de prestígio, acompanhamos a inauguração da exposição “Hear My Train a Comin’: Hendrix Hits London”, que aconteceu na última terça-feira, 9 de Junho, no shopping JK Iguatemi. Durante a inauguração, a irmã do guitarrista, Jane Hendrix, que fez questão de vir à festa, disse algumas palavras ao grupo de jornalistas e convidados presentes.
O dom de Jimi o levou por todo o mundo. Ele amava as pessoas de cada cultura e país. A versatilidade de seu trabalho pontua essa ideia. Seu coração e mente estavam voltados à beleza da vida e sua música traduziu a intemporalidade das gerações passadas, presentes e futuras. Ele era um viajante do tempo artístico. É por isso que a criação e a abertura dessa exposição aqui no Brasil, um país tão lindo, parece ser a perfeita tradução da criação universal e sem limites de Jimi.
A exposição está dividida em 14 alas, em que conseguimos ver a dimensão do trabalho e da criatividade de Jimi Hendrix no período em que ele encontrou, na Inglaterra, o país e a cultura que absorveriam e dariam vazão à sua criatividade. O curador Jacob McMurray, do EMP Museam, nosso guia durante a abertura da exposição, explicou os principais objetivos da exposição e suas divisões:
Essa exibição é extremamente focada nos primeiros nove meses em que Hendrix esteve em Londres, então nós partimos de 23 de setembro de 1966, quando ele chegou à Londres até o dia em que ele voou de volta para os Estados Unidos para tocar no Monterey Pop Festival, em 18 de Junho de 1967. Nesses nove meses, ele fez 120 shows, lançou três singles e fez um álbum, além de deixar de ser um músico desconhecido e ir parar no topo das paradas britânicas. Pra mim, há uma viagem muito excitante nessa exibição, pois é possível percorrer profundamente grandes momentos desses nove meses.
A primeira ala, “Hendrix Jaquets”, mostra alguns exemplares originais das jaquetas de Hendrix, feitas sob medida para o astro. Um dos itens à mostra na expo é a jaqueta desenhada pela Dandie Fashions em 1967. Para McMurray, algumas dessas peças são responsáveis por exibir a real personalidade de Hendrix naquela época:
Essas jaquetas têm um grande contraste com as roupas que Hendrix usava alguns anos antes, como músico de apoio de algumas bandas como o Isley Brothers e Little Richard. Nelas, ele precisava vestir ternos preto e brancos idênticos e fazer passos ensaiados de dança, enquanto em Londres ele pôde mostrar sua verdadeira personalidade e vestir essas roupas incríveis.
O baterista e grande amigo de Hendrix, Mitch Mitchel, ganha um espaço especial com uma ala própria na expo, a Mitch Mitchel Focus, com fotos da dupla, itens pessoais de Mitch e até cartas enviadas pelos fãs. Ainda de acordo com McMurray, Mitch foi o membro mais famoso do “Experience” (The Jimi Hendrix Experience), primeiro porque ele tocava em várias bandas, mas também porque era modelo masculino e esteve em um seriado infantil da BBC. A ala dedicada a Mitch conta ainda com cartas de fãs endereçadas à ele na época do Experience, além de roupas e objetos pessoais.
Ao longo da exposição e das outras 12 alas, é possível entrar em contato com aproximadamente 6 mil objetos relacionados a Jimi Hendrix, entre artigos pessoais, recortes de revistas e jornais do período que ele passou em Londres, peças de roupas, bijuterias, cartas, o manuscrito de “Love Or Confusion” e um autorretrato do músico no verso da folha, os restos mortais de duas de suas guitarras (a usada por Hendrix em sua última apresentação na Inglaterra, no Saville Theatre e o icônico instrumento utilizado por ele no festival de Monterey, que foi quebrada e queimada pelo músico em pleno palco) e alguns itens de sua coleção de discos, entre outros.
Um dos espaços de maior destaque da galeria é a sessão Hey Joe to Purple Haze, que mostra o brilhantismo de Hendrix e sua ligação com a cultura. O músico lia muito e tinha verdadeira paixão por ficção científica e pelo livro Night of Light, de Philip Jose Farmer. Há inclusive um trecho do livro que inspirou a música “Purple Haze”, um dos maiores sucessos do cantor. De acordo com McMurray, a música foi inspirada num trecho do livro, que fica na página 32, onde Farmer escreve: “O céu estava claro, mas as estrelas pareciam distantes, borrões lutando para perfurar a bruma púrpura”. Outro destaque, já no final da exposição, é a guitarra branca utilizada por Hendrix em sua apresentação no Woodstock, em 1969.
Com tanta história para ver e ouvir de perto, a exposição “Hear My Train a Comin’: Hendrix Hits London” é um ponto de parada obrigatório para todos os fãs da história do rock, que ficarão mais perto de uma de suas mais genuínas representações.
Serviço:
Samsung Rock Exhibition: “Hear my Train a Comin’: Hendrix Hits London”.
Local: Shopping JK Iguatemi – Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041 – Itaim Bibi, São Paulo – SP.
Data / horário: de 10 de junho a 31 de julho / das 10h às 22h (dias de semana) / das 11h às 20h (finais de semana).
Ingressos:
R$40,00 inteira – R$20,00 meia (seg a qui) / R$50,00 inteira – R$25,00 meia (sex a dom).
Visita monitorada para 4 pessoas: R$180,00
Crianças até 12 anos: Entrada Franca
Idosos acima de 65 anos: Entrada Franca