Fall Out Boy - Uma música de cada disco

Selecionamos uma música de cada álbum do quarteto de Chicago para ilustrar uma das maiores histórias recentes de sucesso do rock.

Não seria um absurdo afirmar que, em termos de popularidade, o Fall Out Boy fez uma das transições musicais mas bem sucedidas dos últimos tempos. Do pop punk autodepreciativo em Take This To Your Grave (2003) aos refrães bombásticos de American Beauty/American Psycho (2015), o quarteto de Chicago sempre se manteve relevante.

Das bandas que conquistaram seu núcleo de fãs na chamada “Warped scene”, referente ao cenário dominado pelo punk e hardcore na itinerante Warped Tour norte-americana, pouquíssimas deram um salto em popularidade tão grande quanto o grupo consagrado por hits como “Sugar, We’re Goin Down” e “Thnks Fr Th Mmrs“,

E muitas das que alcançaram essa fama não arriscaram o suficiente para continuarem no topo – como fizeram Patrick Stump, Pete Wentz, Joe Trohman e Andy Hurley ao comporem os sucessos “My Songs Know What You Did In the Dark (Light ‘Em Up)” e “Centuries“, voltados ao pop.

Mas e a qualidade da música? Será que se manteve a mesma ao longo dos anos? Para que você possa tirar sua própria conclusão, escolhemos uma canção de cada disco da banda.

Divirta-se com as canções e a playlist ao final!

 

Take This To Your Grave (2003)

“Saturday”

O disco de estreia da banda saiu pela gravadora independente Fueled By Ramen quando a mesma ainda buscava se estabelecer no mercado – o lançamento de Take This To Your Grave elevou tanto o selo quanto o grupo a novos patamares.

O quarteto viu os clipes de “Saturday“, “Dead on Arrival” e “Grand Theft Autumn” ganharem atenção de canais como o MTV 2 e o VH1, e o Fall Out Boy se solidificou na cena underground – pavimentando o caminho que eventualmente culminaria no estrondoso sucesso do disco seguinte.

“Saturday” foi escrita pelo vocalista e guitarrista Patrick Stump quando, ao graduar o ensino médio, se sentiu desesperançoso quanto ao futuro. Doze anos depois, é a única música do álbum de estreia que segue no setlist da banda – um testamento à sua importância.

From Under the Cork Tree (2005)

“I Slept With Someone In Fall Out Boy And All I Got Was This Stupid Song Written About Me”

Fall Out Boy - From Under The Cork Tree

Como se Take This To Your Grave já não fosse repleto de sacadas depreciativas e lirismo ácido, From Under the Cork Tree inclui temas como as expectativas surreais da mídia sobre a banda e a tentativa de suicídio por overdose do baixista Pete Wentz.

A produção mais polida ressalta a diversidade musical do álbum, com toques de swing, folk e até riffs a la Eddie Van Halen. Com quase 3 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos, é talvez o mais bem sucedido representante da famigerada “onda emo” da segunda metade dos anos 2000.

O disco tem em “I Slept With Someone In Fall Out Boy…” seu melhor ‘resumo’: a voz inconfundível de Patrick ilustrando versos desafiadores e ritmos incessantes.

Infinity On High (2007)

“Thriller”

No terceiro disco, o grupo canalizou influências funk, R&B e rap e trouxe à mesa um som mais rico – embora tenha recebido críticas de fãs desapontados, acusando-os de “se venderem”.

Bem, não é sempre que uma banda vinda da cena underground começa seu álbum com a participação do rapper Jay-Z, certo?

A faixa de abertura “Thriller” é grandiosa e dá o tom do resto da obra, com linhas de guitarra em harmonia constante com as batidas e refrães maiores do que nunca.

Folie à Deux (2008)

“Headfirst Slide Into Cooperstown On a Bad Bet”

A transição de Infinity On High para Folie A Deux não foi das mais calmas.

A publicidade em torno do disco anterior e a insatisfação de parte dos fãs, descontentes com a crescente influência de melodias pop na música da banda, causou problemas nas sessões de gravação do quarto álbum.

O guitarrista Joe Trohman e o baterista Andy Hurley sentiam-se pouco envolvidos criativamente, e os “membros principais” Patrick Stump e Pete Wentz tinham discussões ásperas por conta de detalhes mínimos, como variações de escalas em uma música. A banda entraria em hiato pouco depois do lançamento do disco.

“Headfirst Slide Into Cooperstown On a Bad Bet” é munida de guitarras processadas, metais e piano, e transita entre momentos de exclamação, melancolia e súplica – sentimentos que descrevem bem o tom geral do disco e o clima da banda na época.

 

Save Rock And Roll (2013)

“The Phoenix”

Após o hiato de pouco mais de três anos, o quarteto voltou com a confiança renovada.

Save Rock And Roll tinha pouco em comum com as raízes pop punk e a cena de Chicago, investindo mais do que nunca em influências de gêneros como o pop, o hip hop e o R&B para criar melodias acessíveis que alcançassem um público mais amplo.

The Phoenix” é carregada por uma batida pulsante e cordas orquestrais, marcando a faixa como a abertura mais bombástica da carreira do grupo.

O disco foi um sucesso e sacramentou o retorno do Fall Out Boy como um dos mais bem executados nos últimos tempos – tanto musical quanto midiaticamente. O pássaro da lenda deve ter ficado orgulhoso.

 American Beauty/American Psycho (2015)

“Fourth of July”

Enquanto fãs se dividem entre clamar pelo retorno do som clássico dos dois primeiros trabalhos ou apoiar sua “nova fase pop”, o grupo continua emplacando sucessos e recebendo discos de ouro e platina por todos os lados.

Publicações chamam o Fall Out Boy de “a última banda em pé“, fazendo referência à escassez de grupos de rock nas rádios e TVs. Mais confiantes do que nunca, eles seguem tocando em arenas e anfiteatros mundo afora – estando, atualmente, em uma turnê com o rapper Wiz Khalifa.

American Beauty/American Psycho troca participações especiais por maiores variações de ritmos e texturas, reinterpretando samples com maestria e tornando impossível classificar o álbum em um só gênero.

A nostálgica “Fourth Of July” é uma boa amostra da experimentação do disco – um dos dez mais vendidos de 2015 até a data de postagem desta matéria.

 

Playlist

 

Uma música de cada disco

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