Juntando os cacos dos traumas recentes, o Slayer volta forte com seu novo disco. Repentless não se propõe a reinventar o heavy metal ou até a própria banda, mas entrega o que promete: um disco pesado, que não te deixa respirar e que parece que acabou de sair dos anos 80.
Digo isso dos anos 80 como um enorme elogio. Os melhores discos do Slayer foram feitos por lá e pareciam distantes desde a triste morte do fundador Jeff Hanneman até uma nova saída do baterista original Dave Lombardo, passando pelo fim da parceria com Rick Rubin.
Repentless começa devagar com a quase-vinheta “Delusions of Saviour”. Os instrumentos buscam seu lugar na música, com calma, e é impossível não lembrar do modo como a banda teve que se remontar após a morte de Jeff.
Logo depois somos jogados na faixa título, que é engolida por uma sequência tão sensacional de faixas que faz o começo do álbum parecer pequeno e morno.
“Take Control”, “Vices” e “Cast the first stone” formam meu momento favorito do disco. São 10 minutos de rock de qualidade em faixas criativas com letras assertivas e que apontam o dedo para todos os lados. É um ciclo de 10 minutos sem respiro. “When the stillness comes” traz essa oportunidade para respirar, como o nome já poderia sugerir.
O disco vai perdendo um pouco a força criativa do meio pro final, com destaques para “Chasing Death” e seu refrão ótimo, daqueles para imaginar a banda tocando ao vivo, e “Atrocity Vendor”.
“Pride in prejudice” fecha o disco de um modo absurdamente pesado, martelando crescente nos seus ouvidos. E nem precisavam de tanto, já que a mensagem tá clara: o Slayer está bem, obrigado. E, assim como o Iron Maiden, está com um novo disco divertido nas mãos.
Repentless foi produzido por Greg Fidelman (parceiro de longa data de Rick Rubin e do Slayer) e Terry Date (Deftones, Soundgarden, Soulfly) e foi lançado hoje, dia 11/09.