Por Marcella Micelli
O Royal Blood se apresentou na segunda noite da quinta edição do Rock in Rio. O show, realizado no dia 24 de setembro, surpreendeu o público que ainda não conhecia o som dos britânicos e não decepcionou os fãs do duo, como te contamos por aqui.
O TMDQA! teve o privilégio de entrevistar o vocalista e baixista da dupla, Mike Kerr, nessa primeira passagem pelo Brasil e você confere como foi logo abaixo.
TMDQA!: O Royal Blood foi fundado em 2013 e vocês recentemente abriram pro Foo Fighters, além de terem recebido elogios de grandes bandas e artistas, como Jimmy Page e Muse. Como vocês se sentem com esse prestígio todo? Há um certo tipo de pressão?
Mike Kerr: Então, é estranho, mas na verdade não sinto nenhuma pressão. Pra ser sincero, com todos esses elogios a pressão foi aliviada, porque eu tive receio de todas essas pessoas não gostarem da nossa música. Mas é incrível saber que esses caras nos escutam porque fomos muito inspirados pelo som que eles fazem.
TMDQA!: E a sensação de abrir pro Foo Fighters?
Mike Kerr: Sempre foi o nosso sonho. Lá no começo, sempre que perguntavam qual era o nosso maior desejo, digo, para qual banda gostaríamos de abrir ou tocar junto, sempre falávamos que era o Foo Fighters. Foi, sim, um sonho.
TMDQA!: A crítica sempre fala de “salvadores do rock”. Já julgaram como tal bandas como The Strokes, White Stripes, Arctic Monkeys e agora, aparentemente, a bola da vez são vocês. Como é lidar com esse tipo de expectativa?
Mike Kerr: Sim, já tiveram muitos candidatos, mas o rock’n’roll prova sempre que nunca esteve morto. Eu nunca conheci conheci alguém que genuinamente acreditasse que o rock precisava de salvação. É aquilo, é o que “eles” dizem, mas quem são eles, afinal?
TMDQA!: Outro ponto muito abordado acerca do som de vocês é a interação perfeita entre o baixo e a bateria. Afinal, por que não há guitarra na banda? Como foi essa decisão?
Mike Kerr: Sempre pensei que todos tocavam guitarra. Então, na minha visão, não havia nada errado em não usá-la e me orgulhei muito dessa decisão depois. Mas não é só por isso. Acho que, na verdade, a resposta é muito simples: soava bom desse jeito e exatamente do jeito que eu pretendia.
TMDQA!: Então foi simplesmente uma experimentação que deu certo?
Mike Kerr: Sim, e eu sempre toquei baixo, então parecia algo natural, além de encaixar exatamente com o som que eu gostaria de fazer.
TMDQA!: E vocês pensam em adicionar outros elementos, não digo só guitarras, por exemplo, nos próximos trabalhos? Ou o combo baixo+bateria já se consolidou como marca do Royal Blood?
Mike Kerr: Eu acho que iremos manter desse jeito. Muitos álbuns de bandas como UFO e Led Zeppelin soam bastante parecidos, só as músicas que diferem entre si. Não sei, não me sinto como a Madonna ainda, não sinto como se tivéssemos que mudar a cada disco.
TMDQA!: Algo como sempre se reinventar, certo?
Mike Kerr: Exatamente. Talvez daqui um tempo, quando nós sentirmos que é a hora certa. Atualmente tudo anda acontecendo tão rápido! Eu não vejo motivos para mudar nosso método.
TMDQA!: Vocês lançaram o primeiro álbum da carreira no ano passado, homônimo. Há planos para um próximo em breve? Já começaram a pensar nisso ou ainda é muito cedo?
Mike Kerr: Sim, mas estará pronto quando estiver pronto, na verdade. Só agora tivemos tempo para começar a pensar nisso e nos comprometer com composições e tudo mais. Mas será lançado no próximo ano, com certeza, só não sei exatamente quando.
TMDQA!: Que ótimo. E o fato de vocês serem uma banda de dois membros dificulta esse processo? Aliás, como o aspecto da formação foi decidido? Levando em consideração que vocês fazem um som bastante orgânico, é impressionante pensar que são apenas dois músicos no palco.
Mike Kerr: Fico feliz em ouvir isso. Obrigado. Nunca pensamos profundamente nisso também, eu e Ben (Thatcher, baterista) simplesmente sabíamos que queríamos formar uma banda juntos. Quando nos reunimos pela primeira vez com esse propósito, eu levei meu baixo e amplificadores e começamos a tocar juntos, funcionou, e aí pensamos que soava muito legal, então decidimos manter desse jeito. Nunca conversamos sobre isso abertamente, simplesmente aconteceu e deu certo.
TMDQA!: E sobre a rapidez do sucesso de vocês? Com o lançamento do primeiro disco, vocês tocaram nos maiores festivais do mundo e os shows foram, muitas vezes, um dos mais concorridos, como o realizado no Reading Festival, no mês passado. Agora irão tocar no Rock in Rio. Como vocês se sentem em relação a tudo isso?
Mike Kerr: Sim, é muito louco. Quer dizer, olha onde estamos. É tão diferente da minha cidade natal! Por lá é sempre muito cinza e eu nunca vi um céu azul como esse antes. Sei lá, aqui é um dos lugares mais bonitos que já fui, então… Se conquistamos algo, foi isso.
TMDQA!: E como está sendo essa primeira passagem pelo país? Estão gostando?
Mike Kerr: Sim, aqui é incrível! Ainda não tive tempo de sair por aí, na verdade. Mas hoje será minha noite! Depois do nosso show, quero conhecer a cidade, me divertir.
TMDQA!: Bom, nosso tempo é curto, mas queria te mostrar a lista que fizemos em parceria com o fã-clube brasileiro do Royal Blood. Nela, relatamos os motivos para não perder o show de vocês no Rock in Rio. Obrigada pela entrevista e bom show!
Mike Kerr: Nossa, muito legal. Obrigada você, foi ótimo.
*Nota do editor: Ao mostrarmos a lista com 9 motivos para que você não perdesse o show do Royal Blood no Rock In Rio, Mike disse que era muito legal e quando viu sua foto com Jimmy Page, soltou um “é assim que me pareço quando estou nervoso”.
Você pode ler a nossa resenha e ver fotos exclusivas do Royal Blood no Rock In Rio clicando aqui.
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