Entrevistas

Entrevista exclusiva: OneRepublic

Durante o Rock In Rio, o TMDQA! conversou com Ryan Tedder e companhia sobre carreira, hits, parcerias e novo disco do OneRepublic. Leia!

OneRepublic no Rock In Rio 2015
OneRepublic no Rock In Rio 2015

Por Marcella Micelli

Foto por TMDQA! / Lucas Dumphreys

A banda americana OneRepublic foi uma das atrações mais aguardadas e celebradas nas noites do Rock In Rio voltadas ao pop/rock.

Armada com hits de toda sua discografia, a banda liderada por Ryan Tedder levou os fãs à loucura e contou com a participação mais do que especial do público em suas canções.

Antes do show, tivemos a oportunidade de conversar com o grupo e o mais que simpático Ryan Tedder (que além de vocalista da banda é um compositor/produtor dos mais importantes na indústria da música pop) foi bastante solícito com a gente.

Falamos sobre a carreira, os hits, disco novo, possíveis parcerias e mais.

Veja logo abaixo.

 

 

TMDQA!: Vocês têm um público jovem muito forte e suas canções são parte integrante de muitas trilhas sonoras de seriados adolescentes, como “Gossip Girl”, “Vampire Diaries” e “One Tree Hill”. Como se sentem quanto a isso?
Ryan Tedder: Então, quando nosso primeiro álbum saiu… Sabe, a gente ama os nossos fãs adolescentes especialmente porque eles realmente amam nosso trabalho. Mas nós surgimos de um jeito muito diferente, porque quando lançamos nosso primeiro álbum logo estouramos com “Apologize” e não foi algo arquitetado, não foi do modo que pensávamos que seria. É, inclusive, um milagre ainda estarmos juntos baseado em como atingimos o sucesso. Bom, muitas das nossas canções foram veiculadas em programas meio que sem a gente saber, não tivemos muito controle. A gente só concordava e tudo cresceu de um modo insano, meio que “usem, usem sim, usem em tudo, usem num comercial de brownies!” Enfim, a gente só teve noção disso tudo quando nosso segundo disco saiu e aí decidimos ser um pouco mais responsáveis, avaliar onde as canções iriam, de fato, tocar comercialmente. Também percebemos que nossa base de fãs é muito jovem, mais ou menos entre 15 e 20 anos. De todo modo, ela vem aumentando gradativamente desde “Waking Up” porque nós evoluímos como músicos. A faixa “Good Life”, especialmente, atingiu um público bem diversificado.

Zach Filkins: É, e quanto ao público… Depende muito da cidade, sabe?

Ryan Tedder: Sim, quanto aos meninos e meninas, né? Nos Estados Unidos e Europa é bem dividido.

 

TMDQA!: Acho que no Brasil também é mais ou menos assim!
Ryan Tedder: O que é ótimo, é o que sempre sonhamos. Queremos não focar exatamente nisso, mas sei que há mais garotas nos shows que caras. Isso é demais. Mas, falando sério, queremos atingir o máximo de pessoas que pudermos, das mais variadas idades e gêneros. E acho que isso tem a ver com a longevidade da banda. É importante os caras gostarem e meninas mais
velhas também, porque pessoas muito jovens mudam de gosto muito rápido.

 

TMDQA!: Sim, as pessoas crescem, a adolescência é uma fase muito instável.
Ryan Tedder: Exatamente! Então é necessário atingir um grupo bastante abrangente para durar.

 

TMDQA!: Bom, o último álbum de vocês, “Native”, foi lançado em 2012, mas, pelo menos aqui no Brasil, o single “Counting Stars” ainda é um grande hit e toca incessantemente nas rádios…
Drew Brown: Sério? Isso é demais!

 

TMDQA!: Sim, e o disco foi lançado há três anos. Como vocês lidam com os frutos desse trabalho que rende até hoje?
Ryan Tedder: Isso é muito engraçado, na verdade… Mas acho que “Counting Stars” é uma daquelas canções que, não sei muito bem o porquê, mas não cansam facilmente como acontece com tantas outras. Eu até li um estudo sobre isso, acho que de Harvard ou do MIT, algo assim, e essa música figurava na listagem que ia ser analisada. Muitas outras canções lançadas nessa época foram tão exaustivamente tocadas que simplesmente enjoaram as pessoas e já foram esquecidas. Na minha opinião, o motivo de “Counting Stars” ainda render frutos se dá pelo motivo que não nos apresentamos como popstars. Não somos parecidos com Rihanna, Katy Perry ou Pharrell, artistas nos quais as pessoas são forçadas a ouvir e ler sobre em todo lugar 24 horas por dia.

TMDQA!: Eu estava pensando exatamente no Pharrell. Foi o primeiro artista que me veio à mente.
Ryan Tedder: O que é natural! Temos até o mesmo empresário. Eu entendo a natureza das músicas dele e são ótimas, mas sabe? Katy, Taylor Swift… Elas estão por toda parte, as pessoas são quase que forçadas a escutá-las. Então, explode rápido e se torna algo exaustivo depois de um tempo. Com a gente o sucesso de uma música ocorre de maneira mais gradual. E elas vão crescendo, as pessoas vão gostando no tempo delas. Me sinto muito honrado de ter uma música assim e especialmente de pensar que ela é uma das mais esperadas num show em um festival do porte do Rock in Rio.

 

TMDQA!: E quanto ao quarto álbum? Já está nos planos de vocês? Devemos esperar por algo semelhante ao “Native” em relação à sonoridade?
Ryan Tedder: Já está na hora, né? Ele sairá no ano que vem. Já estamos no período de gravações, inclusive aqui no Rio de Janeiro, e nossa meta é conseguir decidir qual será o primeiro single próximo do Natal já, para lançarmos no início do ano mesmo com o clipe e, em seguida, o disco em si.

 

TMDQA!: Levando em consideração, Ryan, que você é um influente produtor e já trabalhou com diversos artistas ao longo da carreira, como Beyoncé, Leona Lewis, Gavin DeGraw, Demi Lovato e, mais recentemente, com a Adele, podemos esperar alguma influência ou participação de algum deles no novo trabalho do OneRepublic? Talvez um dueto?
Ryan Tedder: Bom, Adele seria um sonho! Eu amaria gravar com ela, é claro, mas o ponto é que ela é convidada por todos. O próprio empresário dela já avisa de antemão, porque se ela abrir uma brecha… Todos os artistas possíveis irão querer. Então, não teremos um dueto com a Adele, infelizmente. Eu ando trabalhando com o Ed Sheeran, irei encontrá-lo daqui duas semanas, e também com o Sam Smith.

https://www.youtube.com/watch?v=4AJF1pwgIGs

TMDQA!: Que ótimo! Isso quer dizer que há chances de uma parceria com algum deles?
Ryan Tedder: Então, há chances, sim, mas ainda não sei exatamente quem, porque eu não colocaria alguém em nosso novo álbum simplesmente para vender mais, sabe? Não quero lucrar em cima de uma parceria, o que, sem ofensas, muitos artistas fazem e é o que as gravadoras pedem. Já ouvi coisas como “por que vocês não chamam, sei lá, o Wiz Khalifa para um trecho de rap? Vocês venderiam horrores!” e, bem, eu sei que é verdade, mas eu não faço esse tipo de coisa. E eu adoro o Wiz, ele é incrível, mas não tem a ver com o nosso som.

TMDQA!: Ou a Nicki Minaj.
Ryan Tedder: Exatamente! Eu quero dividir vocais com outros artistas, trazê-los para trabalhar com o OneRepublic, mas precisa soar coerente e agregar à música que fazemos.

TMDQA!: E quem seria compatível, na opinião de vocês?
Ryan Tedder: Tem uma pessoa na qual sempre quis trabalhar junto, a Santigold. Também gostaria de uma participação da M.I.A. . Elas duas são meus maiores desejos profissionais.

TMDQA!: O que é surpreendente. O som delas é bastante diferente do que vocês costumam fazer…
Ryan Tedder: Sim, muito! Mas acho que pode funcionar. Nosso novo álbum soará bastante diferente dos anteriores, então… Acho que será o nosso melhor até hoje. Eu sei que isso parece um comentário genérico, mas acho que já superamos o “Native” e as músicas estão muito mais interessantes, mais orgânicas.

TMDQA!: O que faz parte do crescimento pessoal da banda que vocês mencionaram anteriormente, certo? Considerando que vocês fundaram a banda em 2002, mais ou menos…
Ryan Tedder: Sim, 2002, 2003… Acho que em 2003 nos mudamos pra Los Angeles, nós cinco. Esse é um ponto interessante porque muitas pessoas nos perguntam do tempo da banda e como nós estamos juntos há quase 15 anos e, bem, nós consideramos, na verdade, que somos o OneRepublic há 7 anos.

TMDQA!: Devido ao lançamento do “Dreaming Out Loud”, o primeiro álbum? Realmente é algo que confunde um pouco os fãs.
Ryan Tedder: Sim, acho que soa mesmo um pouco confuso. Mas é que nós fomos dispensados pela primeira gravadora, para ser sincero, a Columbia. Então, eu costumo dizer que aquela banda anterior não é o OneRepublic, somos muito diferentes, inclusive na formação. Essa banda que somos agora, musicalmente falando e tudo mais, surgiu em janeiro de 2007. É como gostamos de contar. Nós queremos completar dez anos juntos na estrada, excursionando com a turnê do nosso próximo disco.
Zach Filkins: Nossa, dez anos. Um pouco assustador!

Ryan Tedder: Bom, pensando assim, é verdade, nosso próximo disco realmente precisa ser melhor que o anterior! Tudo precisa ser melhor, será um momento muito marcante da nossa carreira. Sei que é difícil prometer isso quando se trata de música, mas queremos aprimorar as composições, os arranjos. Queremos ser mais inspiradores. Queremos ir além no próximo disco, é o que posso te garantir com certeza.

 

TMDQA!: Bom, gente, muito obrigada pela entrevista! Vocês pretendem assistir ao resto dos shows da noite?
Ryan Tedder: Sim! Nós, inclusive, gostaríamos de acompanhar os outros dias, mas temos um show em São Paulo no domingo, dia 20. Você vai nele também?

TMDQA!: Não, vou cobrir os outros dias do Rock in Rio ainda! Só estarei em São Paulo na outra semana devido ao Slipknot!
Ryan Tedder: Uau! Taí a parceria que você perguntou! Imaginem só, OneRepublic com Corey Taylor! Diga ao Corey que mandei um olá.

TMDQA!: Farei o meu melhor para entregar o recado! Muito obrigada novamente pela conversa!

Leia a nossa resenha e veja fotos exclusivas do show do OneRepublic no Rock In Rio clicando aqui.

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