Resenha: Bring Me The Horizon - That's The Spirit

Em seu quinto disco, a banda britânica Bring Me The Horizon mostra que amadureceu o som em um bom trabalho que mira públicos mais amplos.

Bring Me The Horizon - That's The Spirit

A banda britânica Bring Me The Horizon foi formada em 2003 por jovens (o vocalista Oli Skyes tinha 17 anos na época) que queriam fazer barulho, muito barulho.

O disco de estreia do grupo, Count Your Blessings (2006) é hoje o retrato de uma banda completamente diferente do que o BMTH tornou-se quando lançou o disco sobre o qual falaremos nas linhas abaixo.

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Entre o início da carreira e That’s The Spirit, vieram diferentes fases em curtos períodos de tempo, passando pela abordagem um pouco menos agressiva do ainda metalcore em Suicide Season (2008), o épico e sombrio There Is A Hell, Believe Me I’ve Seen It. There Is A Heaven, Let’s Keep It A Secret. (2010) e o álbum onde o grupo começou a experimentar mais com música eletrônica e atingiu novos públicos, Sempiternal (2013).

O que era inevitável aconteceu, e tendo em vista o público gigantesco que a banda arrasta para seus shows no Reino Unido, uma grande gravadora contratou o grupo e o resultado é That’s The Spirit, quinto álbum da curta e prolífica carreira da banda de Sheffield, na Inglaterra.

O trabalho foi produzido pelo próprio vocalista Oli Skyes, em parceria com Jordan Fish, e com apenas 29 anos de idade, o frontman do grupo mostra que sabe o que faz.

Abrindo o álbum com “Doomed”, a banda faz uma espécie de trabalho duplo com a faixa: ela serve como introdução do disco e também como cartão de visitas para mostrar que a sonoridade do grupo mudou, e aposta cada vez mais em vocais sem os berros que marcaram o início da carreira.

“Happy Song”, colada na sequência, aumenta o volume das coisas com crianças soletrando a palavra “Spirit” e um riff pesado de guitarra. É o início de uma sequência matadora que continua com o single “Throne” e sua ode a bandas como Linkin Park e “True Friends”, canção que resume bem o que é o “novo” Bring Me The Horizon: melodia, peso e grandiosidade em doses muito bem calculadas. Seu refrão com “amigos de verdade te apunhalam pela frente” é de grudar na cabeça e não sair mais.

A sequência pesada chega ao fim com “Follow You” e uma espécie de balada acompanhada de elementos eletrônicos que mal poderia ser imaginada em um disco da banda até pouco tempo atrás. É interessante ver como o grupo lidou bem com essa nova direção sem soar artificial. É uma grande canção que precede “What You Need”, com cara de rock alternativo para as grandes rádios.

“Avalanche” vem, como seu nome descreve, com o pé na porta em mais um momento épico do disco, que alterna o ritmo das coisas com momentos calmos guiados por belos vocais e um grande refrão.

A influência da música eletrônica aparece claramente em “Run” e de repente você pode sentir que foi transportado para uma rave, mas as guitarras logo voltam com peso e mais um refrão grudento como em “Drown”, que se aproxima do pop/punk em diversos momentos.

“Blasphemy” é a última porrada do álbum antes de “Oh No”, uma legítima canção pop que deve afastar os fãs mais puristas da banda.

Em seu quinto disco de estúdio o Bring Me The Horizon voltou a mostrar que é uma banda em constante mutação, se adaptando a cada passo da carreira e deixando bem claro que se acomodar não é com eles.

A atitude é louvável e o resultado em That’s The Spirit é um disco que continua com todos os traços característicos do grupo em uma abordagem mais ampla. Ponto pra eles!

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