Resenha: Coldplay - A Head Full Of Dreams

Em seu novo disco de estúdio, Coldplay passa mensagem positiva e resgata bons momentos da carreira em grandes canções.

Resenha: Coldplay - A Head Full Of Dreams

Não é fácil ser uma das bandas mais populares de pop/rock do planeta, e a tarefa fica ainda mais difícil quando você já tem quase 20 anos de estrada, seis discos na bagagem, uma porrada de prêmios e reconhecimento de público e crítica.

Pois essa é a situação do Coldplay, que com a vontade de enfrentar tudo isso e lançar novo material, chega ao sétimo disco da carreira na forma de A Head Full Of Dreams.

Antes de seu lançamento, muito se falou sobre como esse poderia ser o último disco da banda, que ele poderia ser conceitual, que havia ligações com outras formas de arte e muito mais.

Fato é que na próxima Sexta-feira, dia 04 de Dezembro, o disco será lançado para a alegria dos fãs da banda, que em 2014 tiveram um disco novo chamado Ghost Stories e um ano depois já recebem mais um lançamento dos britânicos.

E o ponto de partida para começar a pensar em AHFOD é justamente o último álbum: Ghost Stories é denso, escuro, soturno e chega a flertar com a música ambiente em alguns momentos.

Ao falar de seu novo disco, a banda chegou a dizer que ele seria diferente “como a noite é para o dia” em relação ao antecessor e que a ideia aqui era fazer o ouvinte pular e se divertir, o que fica evidente na primeira faixa, “A Head Full Of Dreams”, que abre os trabalhos com um clima pra cima.

Na segunda faixa, “Birds”, o rock alternativo do grupo é resgatado e sua introdução lembra nomes dos anos 80 antes de acelerar o ritmo das coisas e fazer bom uso da voz de Chris Martin.

“Hymn For The Weekend” é justamente a síntese do que Martin sugeriu que faria com o novo álbum, para torná-lo divertido, e desde o nome que celebra o fim de semana através da canção como trilha sonora, até seu instrumental, ela cumpre bem o papel. Como destaque e uma porta de entrada para o mundo pop, o som conta com vocais de ninguém menos que Beyoncé. Aqui, o vocalista canta sobre como “a vida é uma bebida / o amor é uma droga”, e mais pra frente vai voltar a falar sobre a vida e o amor em outras canções.

Em “Everglow” a banda volta a entoar uma balada e já é possível imaginar como ela será executada nos shows da banda com Chris Martin ao piano, enquanto “Adventure Of A Lifetime”, o primeiro single, talvez seja o símbolo da ideia por trás desse disco.

Divertida, dançante, com palmas e aliada à sonoridade já conhecida do grupo, a canção tornou-se hit instantâneo entre os fãs do grupo e ao ouvi-la pode ser que logo na primeira vez você se pegue dando aquela dançadinha esperta.

“Fun” é mais uma canção que conta com participação especial, dessa vez da cantora Tove Lo, mas ela não participa muito além de alguns backing vocals que poderiam ter sido transformados em uma influência maior da talentosa cantora no álbum. Com seu título a banda faz uma espécie de contraponto, já que, mesmo chamada de “Diversão”, a música tem a cara dos sons mais intimistas do grupo.

“Kaleidoscope” vem na forma de um interlúdio com palavra falada e tenta passar uma mensagem positiva antes de “Army Of One”, logo sucedida pela belíssima “Amazing Day”.

A Head Full Of Dreams vai chegando ao final com “Colour Spectrum”, outra faixa que conta com vocais de Beyoncé e mais um interlúdio, dessa vez antes da saída com “Up&Up”.

Na última canção do disco o Coldplay contou com a ajuda do guitarrista Noel Gallagher, e com a canção mais longa do disco passa algumas mensagens bastante importantes como a crença de que devemos ser otimistas quanto à vida e o amor.

É com uma balada carregada de emoção e diferentes vocais que Chris Martin entoa a música que “tenta compor há 15 anos” e encerra a importante fase Ghost Stories / A Head Full Of Dreams da banda.

São camadas, solos de guitarra, ambientes e uma letra positiva dizendo que juntos todos conseguiremos chegar lá, e parece ser essa a imagem que a banda quer passar com seu novo álbum.

Vale lembrar que Chris Martin chegou a dizer que esse disco serviria para “completar algo”, e que pairam dúvidas no ar a respeito do futuro do grupo. Com um disco coeso que tem belas canções e resgata valores e características das melhores fases da carreira do grupo, o Coldplay apresenta A Head Full Of Dreams como um pacote honesto do que a banda vive, transpira e quer passar hoje em dia.